Até onde o Oakland Raiders pode chegar sem Derek Carr?

Não escondo de ninguém que Derek Carr é um dos meus jogadores favoritos da NFL. O quarterback, escolhido na segunda rodada do Draft de 2014, tem todas as qualidades físicas e mentais que um general manager só pode sonhar quando escolhe um talento para tentar emplacar como franchise quarterback da sua equipe.

O camisa 4 do Oakland Raiders possui a presença no pocket, a precisão no passe e a força no braço. A capacidade de encontrar as janelas apertadas para lançar a bola, o talento para crescer em situações adversas e ser um líder em campo, além de ser um homem respeitado pela ética profissional e extensivo trabalho dentro e fora de campo. Derek Carr, tem, ainda, umas boas sete semanas de recuperação da lesão que o tirou de campo em 2016.




Sem sua principal peça ofensiva, o Oakland Raiders chega na pós-temporada com um enorme ponto de interrogação pairando sobre suas cabeças. O reserva imediato, Matt McGloin, se lesionou na Semana 17 contra o Denver Broncos. As honras de conduzir os tricampeões do Super Bowl na primeira pós-temporada desde 2002 são de ninguém menos que Connor Cook.

Quem é Connor Cook?

É o que muitos fãs de futebol americano devem estar questionando. O terceiro quarterback do Oakland Raiders é, em primeiro lugar, um calouro selecionado com a 100ª escolha geral do Draft de 2016. Produto de Michigan State, o camisa 8 em seu último ano de faculdade levou os prêmios Johnny Unitas Golden Arm Award e Big Ten Quarterback of the Year, após 3.131 jardas aéreas, 24 touchdowns e sete interceptações. Ele conquistou dois campeonatos da Big Ten em três anos de faculdade, levando o MVP da competição em 2013 e 2015.

Mesmo condecorado, as entrevistas com times questionaram sua capacidade de liderança, e Connor Cook caiu nos draft boards, e acabou num time com um franchise quarterback e um reserva também jovem. Apesar da escolha curiosa, veremos se as qualidades de Cook virão à tona.

Qualidades estas que são desejáveis no nível profissional. Connor Cook possui um trabalho de pés de qualidade, uma leitura competente das defesas e a devida progressão em cada jogada, presença no pocket e uma boa movimentação para fugir dele quando as coisas apertam. Entretanto, sua força no braço era questionada, e talvez isso tenha contribuído para sua queda para a quarta rodada. O que pode ter contribuído ainda mais é o comportamento fora de campo, como já brevemente mencionado acima. Ele, apesar de ter se desculpado posteriormente, foi extremamente desrespeitoso com Archie Griffin. Além disso, ele não fora eleito capitão da sua equipe, algo que, como colocaram meus caros João Henrique Macedo e Jean Souza, algo raro para um quarterback no futebol americano universitário – tendo em vista que são os jogadores que votam.

O fã da velha guarda do Oakland Raiders pode achar até legal essa arrogância, que remete ao arisco e talentoso elenco dos anos 70. De qualquer forma, é hora da verdade (ou “hora do show, p****”, como diria o filósofo Kléber de Mileto), e veremos se as habilidades pra lá de desejáveis de Cook na universidade se traduzem na NFL. A perfomance pífia do ataque contra o Denver Broncos coloca uma pulga atrás da orelha do torcedor. Eu entendo a preocupação, mas a interpretaria com uma ressalva: trocar de quarterbacks contra a forte defesa dos Broncos, em Denver, não é o sonho de nenhum ataque.

Ao redor de Connor Cook, há esperança

Já falamos à exaustão aqui no ProFootball das qualidades ofensivas do Oakland Raiders. A linha ofensiva é uma das melhores da NFL, perdendo, possivelmente, apenas para a do Dallas Cowboys. O time já demonstrou ter um grupo de running backs versátil e capaz de castigar adversários pelas trincheiras, e acredito que seja esse o caminho das pedras contra o Houston Texans. Isso desoneraria Connor Cook, abriria espaços para play actions e tornaria o ataque, como um todo, mais imprevisível. A defesa do Houston Texans é sólida, indubitavelmente. Quarterbacks mais experientes e mais talentosos já sofreram contra a unidade em 2016, em especial Andrew Luck.




Posto isso, é o outro lado da bola que deixa o torcedor esperançoso para a partida de wild card. Não a defesa do Oakland Raiders propriamente dita, que ainda cede muitos espaços e big plays (como vimos já nas primeiras descidas contra o Denver Broncos), mas o ataque adversário conduzido por Brock Osweiler. O camisa 17 do Houston Texans mostrou tudo de indesejável na posição: mecânica ruim, leituras pobres, imprecisão nos passes – e a lista poderia continuar. É uma oportunidade de ouro para que a defesa do Oakland Raiders o pressione, force erros, roube a bola e dite o ritmo da partida no estilo power running.

Honestamente, acredito que o time pode se preparar de forma a surpreender o Houston Texans. As principais preocupações sobre Connor Cook entrando no Draft de 2016 são essencialmente sobre questões extracampo, e pode ser que as 17 semanas de temporada regular tenham melhorado esse aspecto do ex-Spartan. Se Cook conseguir estabelecer um bom ritmo com seus (talentosíssimos) recebedores, eu consigo enxergar o Oakland Raiders no Divisonal Round, até porque minha confiança em Brock Osweiler é nula (seria negativa se pudesse).

Se passar, o Oakland Raiders provavelmente enfrentará o New England Patriots (claro, presumindo que os Steelers vençam os Dolphins dentro de casa, o que é mais provável). E contra o time de Bill Belichick, em Boston, o buraco é mais embaixo. Cenas para os próximos capítulos…

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