Aumenta a chance dos Chargers continuarem em San Diego no longo prazo

O dono dos Chargers, Dean Spanos, anunciou na última sexta que a franquia deve ficar em San Diego pelo menos para a próxima temporada da NFL, em 2016. A decisão é uma espécie de “demonstração de boa vontade” por parte da família Spanos. Com ela, espera-se que haja um empenho máximo de políticos e da comunidade de San Diego para manter a equipe onde está desde a década de 1960 e onde construiu sua identidade.

Em realidade, o anúncio veio como resposta a algo negativo à permanência dos Chargers no extremo sul da Califórnia. O jornal Union-Tribune reportou que a equipe tinha, em princípio, se acertado com o Los Angeles Rams para dividir o estádio de Inglewood a partir de 2019 (que é quando o estádio será aberto). “Estou comprometido em olhar para isto como uma nova perspectiva”, disse Spanos no anúncio de que a franquia estaria em San Diego pelo menos para a próxima temporada. Ainda no anúncio público, Spanos disse que “esperava que os Chargers ficassem em San Diego para uma solução de longo prazo em um novo estádio”.

Ok, vamos ler nas entrelinhas

O Qualcomm Stadium  é completamente obsoleto para os padrões atuais da NFL. A prova maior disto é que a última vez que San Diego sediou o Super Bowl foi em 2002 – justamente o primeiro ano em que a franquia desejou um novo estádio. A cidade seria excelente para o grande jogo, dado o clima na época do ano – mas foi excluída do “rodízio” Arizona-Miami-New Orleans pelo mesmo motivo que o Rose Bowl anos antes também o fora: não há camarotes o suficiente e a estrutura está envelhecendo. Nem um telão de alta qualidade existe por lá. Vale lembrar, o Qualcomm é o segundo estádio mais antigo da NFL (o Lambeau Field é o mais antigo, mas foi constantemente renovado).

Dito isto, é mais do que óbvio que os Spanos querem um estádio novo para poder ter mais rentabilidade. Outro problema bastante relevante é que o estádio não vende todos os ingressos com frequência. Em 2015, foi o 22º em porcentagem de ocupação. Em 2014, o 28º. Em 2013, o 25º. Enfim, você sabe onde quero chegar.

A impressão que passa é que os Spanos queriam de fato se mudar para Los Angeles, já que por anos tentaram algo em San Diego, com a prefeitura e empresários locais… E nada deu certo. Não é como se a mudança para LA fosse um “susto” que os donos dos Chargers quiseram impor, realmente era o desejo. Só que Dean Spanos deu azar de aparecer um Stan Kroenke com um terreno pronto e milhões de dólares preparados para um estádio. San Diego perdeu poder de fogo porque a proposta dos Rams era um tiro mais certo para a liga – e aí perderam a votação.

Ficar em San Diego, agora, parece ser um tiro mais certo… Para os próprios Chargers. Na conjuntura dos acontecimentos, é o que indica que pode acontecer. Expliquemos: todo esse processo pode fazer com que haja lotação máxima nos oito jogos desta temporada, dado que os fãs podem encarar isso como uma condição para o projeto de estádio em San Diego sair. De fato, ajudaria bastante.

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“Ficando em San Diego por mais um ano… É melhor todos os jogos em casa serem lotados”, disse Melvin Ingram no twitter. Keenan Allen, principal recebedor da equipe, também endossou o espírito. “Os fãs conseguiram o que queriam, agora vamos lotar todos os jogos em casa, com nossas cores!”

Isso, aliás, era um problema. Era bastante comum que houvesse uma “invasão” da torcida adversária no Qualcomm. Num dado Monday Night desta temporada, contra os Steelers, via-se praticamente a mesma proporção de torcedores dos dois times – e era um jogo de horário nobre! Em outro Monday Night, também neste ano, contra os Bears, havia muitos torcedores de Chicago nas arquibancadas do estádio.

Ficar em San Diego, para os Chargers, também tem um aspecto econômico. Na prática, a diferença seria de 800 milhões de dólares. Caso mudem de cidade, os Spanos teriam que pagar uma taxa de 500 milhões de dólares. Caso fiquem em San Diego, receberiam emprestados da NFL a quantia de 300 milhões. “A liga se comprometeu em 300 milhões de dólares para ajudar a construção de um novo estádio em San Diego”, disse Roger Goodell, comissário da liga, recentemente. Somado a este dinheiro a venda de “cativas” (coisa que os Panthers fizeram com o Bank of America Field, por exemplo), naming rights e algum dinheiro do condado e da cidade fazem a coisa parecer mais possível.

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O lugar dos Chargers é em San Diego. Não por conta daquela música grudenta (San Dieeeego Super Chaaaargers). Mas por conta da história da franquia na cidade – são 55 anos por lá. A torcida já passou por muita coisa desde que os Spanos compraram o time em 1984. Recém advindos de uma final de conferência em 1981, passaram por maus bocados até a primeira metade da década de 1990, quando tiveram times competitivos. Acabaram sendo atropelados por Steve Young e pelos 49ers no Super Bowl XXIX e anos depois testemunharam o caos com Ryan Leaf. Mesmo nessas situações, não dá para dizer que a torcida abandonou o time. Agora que o time não abandone sua torcida. É nossa expectativa.

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