Apesar de ser um período carregado de discussões intensas sobre os movimentos da franquia, a semana após o fim da temporada regular, que define o destino de muitos técnicos, tem um fator em especial: ela raramente é imprevisível. Quando olhamos os técnicos que perderam seu cargo, vemos que já esperávamos que isso acontecesse para grande parte deles. Ainda assim, sempre há o movimento surpresa que nos faz soltar um “eita” quando vemos a notícia.
Brian Flores foi um desses exemplos. Sim, em duas temporadas no Miami Dolphins ele não chegou aos playoffs e em ambas deixou o gostinho de quero mais. O ataque não evoluiu e a negligência com a linha ofensiva barrou a evolução de Tua Tagovailoa – fora toda a controvérsia sobre seu revezamento com Ryan Fitzpatrick no último ano.
Todos nós sabemos seus defeitos, mas uma coisa é inegável. Flores fez Miami ser competitivo, mesmo quando a tônica era de reformulação. Rapidamente a franquia vendeu caro jogos até para os melhores times da liga e a defesa se tornou muito forte, seguindo as características. Além disso, em um ano conturbado, ele quase fez um “Milagre de Miami 2.0” vencendo várias partidas consecutivas e chegando na penúltima semana com chances reais de playoffs após começar 2021 com campanha 1-7. Um dos nomes mais quentes do mercado no momento, Flores pode ser uma grande aquisição para algumas franquias, mas vamos conhecer mais um pouco de seu retrospecto.
Só mais uma cria de Bill Belichick?
Com sua demissão, mais uma vez o assunto da “árvore de Bill Belichick” entrou em voga na NFL. Depois de tantos erros envolvendo a contratação de ex-coordenadores do treinador do New England Patriots, será que ainda vale a pena arriscar colher um fruto dessa árvore? Tudo bem que toda regra tem sua exceção, mas você não precisa tentar ser o sortudo na fila do pão.
Flores, na época de sua contratação, levantou fortemente esse questionamento. Afinal, como a maioria dos coordenadores de Belichick, ele não era tão conhecido, passando por várias funções em seus 15 anos em Foxborough, mas se especializando no lado defensivo na segunda metade deles. Antes de ser chamado para a Flórida, ele era o treinador de linebackers da franquia de Boston. Sendo assim, Flores tinha muito a provar em Miami. Deixar sua marca era um dos feitios, seu modo de controlar o elenco seria o outro – o histórico de assistentes de Belichick que se tornam treinadores “disciplinadores” (vide Matt Patricia e Joe Judge) é assustador e infrutífero.
