Browns disparam nas cotações e apresentam-se como favoritos na AFC North

Poucos times "venceram" tanto na Free Agency

“Quando você estiver sentado nesta cadeira, pode tomar as decisões que quiser. Mas neste momento, sou eu”. Com essas palavras, fomos brindados por um dos momentos mais icônicos da série Hard Knocks. Reality Show da NFL Films em parceria com a HBO, a série acompanha um training camp de uma das 32 equipes da NFL e, no ano passado, acompanhou o Cleveland Browns.

Já no primeiro episódio, pudemos ver o quão incompetente Hue Jackson era enquanto líder de comissão técnica e, para não dizer outra coisa, como head coach. Jackson respondeu a frase acima quando inquirido sobre a quantidade de tempo de folga que estava dando a alguns jogadores.

Menos de três meses depois, Hue Jackson foi demitido. A ironia da história é que Freddie Kitchens, hoje head coach, estava do “outro lado” da discussão e foi o interino após Hue cair. Os opostos também fazem sentido quando avaliamos o Cleveland Browns ao início da temporada passada e antes da temporada 2019.

Em 2018, os Browns quando muito pareciam um time destinado a cinco vitórias e até mesmo, conforme eu cheguei a dizer em 2017, ficar na frente do Cincinnati Bengals na classificação de sua divisão. Hoje, apresentam-se como os favoritos na AFC North nos prognósticos da NFL. Muita coisa mudou nesse período.

Neste período, temos que incluir a Free Agency. Para o leitor ter ideia, os Browns apresentam-se como um time top 10 na temporada que vem quanto às odds para vencer o Super Bowl LIV. São os sextos colocados, a frente de times como Chargers, Eagles, Colts e Packers. Antes da Free Agency, em fevereiro, os Browns abriram como 15º melhor cotado.

É como se fosse uma ação em franca ascensão na Bolsa de Valores e isso tudo acontecendo num intervalo pequeno. O “preço” dos Browns saiu de pagar 30 reais para cada real apostado em caso de título para 12 reais para cada real apostado em caso de título. Os Browns dobraram de valor num intervalo de apenas um mês.



Como isso aconteceu? Bom, uma empresa se valoriza quando há indicativos que ela terá mais lucro. É mega comum haver valorização de um dado papel quando saem os resultados de cada trimestre e a operação apresenta lucro com pouco dinheiro preso a obrigações. De certa forma, foi o caso de Cleveland – os resultados, aqui, são as “contratações”.

Digo contratações porque temos que abarcar trocas e quem chegou com contrato novo na Free Agency. Dá para dizer que John Dorsey, general manager da equipe, aqueceu os motores na temporada passada e agora ativou a segunda marcha com vigor. Cleveland trocou por Odell Beckham Jr. na virada do mês e conta com um ataque de fazer inveja a muitas franquias. Baker Mayfield apresentou sublime evolução ao ser comandado por Freddie Kitchens e agora tem inúmeras armas ao seu dispor. Jarvis Landry, Nick Chubb, Odell Beckham Jr, David Njoku e, a partir da metade da temporada, Kareem Hunt (que vale a lembrança, é um imbecil).

Na defesa, o Deivis já falou extensamente sobre num post aqui no ProFootball, recomendo a leitura. As chegadas de Olivier Vernon e Sheldon Richardson reforçam uma linha defensiva que já apresentava bons frutos na temporada passada. Não esqueçamos, ela conta com Myles Garrett – que, saudável, tem potencial para ser um dos melhores apressadores de passe da liga.

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Ante isso tudo, os Browns estão numa divisão que viu mais perdas do que adições. É como se os competidores de Cleveland “nesse mercado” sofressem perdas no balanço e apenas a “empresa” de Ohio tenha se apresentado como força no mês de março. O Pittsburgh Steelers perdeu Le’Veon Bell e Antonio Brown ao mesmo tempo de que, como já é tradição na franquia, não foram feitos esforços para reforçar o time pela free agency – sobretudo na defesa. Embora a perda de Bell não seja tão sentida, a saída de Antonio Brown certamente é um baque para o time.

Em Baltimore, diversas peças defensivas deixaram Maryland. A boa notícia é que Earl Thomas chegou – mas infelizmente não há qualquer garantia de que o excelente safety ficará saudável. Enquanto isso, CJ Mosley foi para o New York Jets e Za’darius Smith agora é um Packer. O saldo acaba ficando ligeiramente negativo.

Depois de anos de sofrimento, de incompetência de Hue Jackson e 30 quarterbacks diferentes entre Tim Couch em 1999 e Baker Mayfield em 2018, agora a brincadeira acabou. Os Browns são os favoritos para vencer a AFC North e o grande time em subida na conferência – estando atrás apenas de Patriots e Chiefs nas cotações de Las Vegas e de sites de prognósticos. Claro, não estamos apontando que vencerão o Super Bowl. Mas, depois de tanto tempo, podemos dizer que os Browns têm tudo para ganhar a divisão – e isso não acontece desde que o Muro de Berlim ainda estava de pé.



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