CARDINALS LEVAM VANTAGEM EM TROCA POR HOPKINS

Arizona adquire recebedor por um preço barato e ainda se livra do contrato de David Johnson

Em um movimento muito inesperado, o Houston Texans trocou DeAndre Hopkins com o Arizona Cardinals. Além da troca de um dos melhores recebedores da liga os valores surpreenderam: Os Cardinals mandaram uma escolha de segundo round do Draft deste ano e uma de quarta do ano que vem, juntamente do running back David Johnson. Os Texans, além do recebedor, enviaram sua escolha de quarta rodada deste ano.

Não há como negar que os valores por um jogador deste calibre foram baixos e que os Texans fizeram um movimento que pareceu desesperado. Alguns rumores indicam que Hopkins estava descontente, ainda assim, você não entrega um recebedor de elite por esse preço – o Minnesota Vikings conseguiu uma primeira rodada por Stefon Diggs em troca com o Buffalo Bills (além de escolhas intermediárias) e Hopkins está uma prateleira acima dele, por exemplo. Fora isso, engolir o contrato de 20 milhões de dólares de Johnson é inescusável.

CARDINALS SE APROVEITAM E MONTAM GRANDE ATAQUE

Com um ataque muito vertical e baseado todo na Air Raid Offense, os Cardinals precisavam de um recebedor principal, que fosse a referência para o quarterback Kyler Murray. Por mais que Larry Fitzgerald ainda esteja por lá, hoje é um veterano que consegue alguma produção e ajuda no desenvolvimento de jogadores mais jovens, não mais que isso. Kingsbury, sabiamente e notando o decréscimo da velocidade de Fitzgerald, está usando-o alinhado mais por dentro – foi assim em 78% dos snaps que ele teve ano passado. Saindo do slot, sua capacidade de criar separação rápida é melhor utilizada em passes rápidos.

Para Hopkins, o encaixe será simples: no time que mais usa 4 recebedores em campo quando passa – 33%, enquanto a média da liga é de 3% -, ele será o recebedor aberto na extremidade, que exigirá atenção especial. Com o uso constante de rotas em profundidade, será alvo prioritário quando estiver em marcação individual, sem a ajuda do safety. Fora isso, abrirá espaços para que os demais jogadores enfrentem mais situações individuais. Num ataque que espalha tanto o campo, fazendo com que marcar em zona fique muito mais complicado, Hopkins é a dinamite que faltava para a unidade ser explosiva em 2020.

OS TEXANS SE METERAM NUMA GRANDE ROUBADA

Desde ano passado, quando Bill O’Brien se tornou general manager além de head coach, ninguém consegue entender o que acontece pelos lados de Houston. Primeiro, selecionou dois offensive tackles no Draft nas duas primeiras rodadas; depois, trocou Jadeveon Clowney por uma escolha de terceira rodada com o Seattle Seahawks. Uma semana antes da temporada, deu duas escolhas de primeira rodada e outra de segunda para o Miami Dolphins por Kenny Stills e Laremy Tunsil. Isso mesmo: Tunsil, offensive tackle, mesma posição que dois jogadores foram selecionados no Draft. Pagou preço de quarterback de elite nessa troca esdrúxula. 

O movimento seguinte à bisonha troca de Hopkins foi assinar com um… recebedor. Randall Cobb, veterano de nove temporadas e que teve seu último ano com mais de 850 jardas recebidas em 2014. Hoje, 7% da folha salarial é ocupada por corredores, quarta maior marca da NFL, e David Johnson é o terceiro nome de maior preço nela, estando atrás apenas de J.J. Watt e Whitney Mercilus. Bons nomes como D.J. Reader vão para o mercado para liberar dinheiro para atrocidades como essas.

Enquanto isso, o contrato de calouro do quarterback Deshaun Watson vai passando. Não tenho o mínimo de receio de dizer que essa janela os Texans não verão por um longo tempo e, caso não renovem com ele ao final de 2021, precisarão encontrar um novo franchise quarterback – e isso é sempre muito complicado. Renovando, não pagarão pouco. Se hoje Russell Wilson recebe 35 milhões de dólares por ano, até lá o valor será consideravelmente mais alto, e caso Bill O’Brien não prove que todos estão errados e chegue a um Super Bowl, estará para sempre na história como um dos piores general managers da NFL.

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