Com tantas estrelas surgindo ano após ano na NFL, é comum que nomes que estão a mais tempo na liga e deixaram de ser novidade, acabem perdendo holofotes. Se jogarem em mercados menores ou com times que não estão disputando nada, a chance de ficarem no limbo é ainda maior. Mas o que acontece com Chandler Jones, EDGE do Arizona Cardinals é digno de estudo. Com cinco temporadas seguidas acima de 10 sacks, é muito menos falado que Von Miller, J.J. Watt e Khalil Mack. Não tenho receio em falar que Jones é o jogador mais injustiçado da última década na NFL.
O começo em New England foi bom, mas a explosão veio em Arizona
Escolhido na primeira rodada do Draft de 2012 pelo New England Patriots, Jones teve bons desempenhos pela franquia de Foxboro. Se seu ano de calouro foi mais discreto, com 6 sacks, logo na segunda temporada ele explodiu, tendo 11,5 sacks e 79 tackles. Em 2014, uma lesão no quadril fez com que perdesse metade dos jogos, mas Jones voltou a tempo dos playoffs e inclusive foi responsável por um dos sacks em Russell Wilson na conquista do Super Bowl XLIX. Saudável, em 2015 voltou a ter belos números, derrubando quarterback adversários por 12,5 vezes.
Trocado em março de 2016 por uma escolha de segunda rodada e o guard Jonathan Cooper, Jones explodiu no Arizona Cardinals. Em 2016 seus números foram parecidos com dos seus melhores anos nos Patriots, mas na temporada seguinte uma grande subida foi notada: com 17 sacks e 28 tackles para perdas de jardas, o EDGE foi o líder da liga em ambos. No último ano, Jones teve seus melhores números na pressão ao quarterback, tendo 19 sacks e incríveis 8 fumble forçados, liderando a NFL no último quesito.
Os números não mentem, estamos diante de um astro
Tirando como parâmetro o espaço de tempo entre 2012 e 2019, período em que Jones está na NFL, a coisa se torna ainda mais impressionante: líder em sacks (96) e fumbles forçados (27), oitavo em tackles for loss (105) e nono em hits nos quarterbacks (162). Ou seja, uma verdadeira máquina de destruição, que atormenta as linhas de scrimmage a quase uma década completa. Jones parece ter atingido nos últimos anos uma maturidade técnica que lhe fez ser muito produtivo, mesmo sem muitas vezes ter o suporte adequado em Arizona.
Essa falta de auxílio, aliás, é a que atribuo o grande “sumiço” de Jones da grande mídia, mesmo com tantos indicativos que mostram que é da elite de sua posição. Em seus quatro anos pelos Cardinals, a franquia não teve nenhuma ida aos playoffs ou sequer com recorde positivo. O percentual de vitórias nesse período é de apenas 36% e Jones já está sob o comando da terceira comissão técnica diferente. Porém, 2019 deixou esperanças: Kyler Murray parece ser o quarterback da franquia e Kliff Kingsbury fez um sólido trabalho em seu primeiro ano como head coach.
Nova década, novas perspectivas
Com a continuidade do trabalho de Kingsbury e um bom Draft, os Cardinals podem almejar uma ida aos playoffs em 2020. Se isso acontecer, será a oportunidade para que Chandler possa ser mais notado pelo público. Além disso, mantendo seus números por mais 3 ou 4 anos, será praticamente impossível continuar o ignorando. Uma projeção bem plausível de 12 sacks e 4 fumbles forçados pelas quatro próximas temporadas, o colocaria dentro do top 10 da história em ambos. Talvez a narrativa de sua carreira faça parecer exagero, mas Chandler Jones pode pensar caso mantenha esse nível em ter seu nome no Hall da Fama.
Leia também:
Aikman, Irvin e Smith: A dinastia dos Cowboys na década de 90 🏈
Curti: Cam Newton dá a chance dos Patriots se manterem no topo em 2020
Colts, 2004: O melhor e mais esquecido ataque da história? 🏈
Por que a defesa dos Bills é menos valorizada do que deveria? 🏈







