Na tarde desta terça-feira mais uma troca movimentou a NFL. No caso, uma troca bastante inesperada: o defensive end Chandler Jones foi trocado para o Arizona Cardinals em troca do guard Jonathan Cooper e de uma escolha de segunda rodada.
A princípio, a troca pode provocar estranhamento entre os torcedores de New England. Jones foi um dos melhores defensive ends dos Patriots na temporada passada, com 12,5 sacks e 4 fumbles forçados. Mas este não é o ponto. Bill Belichick é um técnico com mão de ferro, raramente deixando que perturbações extra-campo atrapalhem o desempenho da equipe dentro de campo. New England por vezes é como Camelot. O que acontece ali dentro, fica ali dentro.
Caso você tenha se esquecido, Chandler Jones se envolveu num fato bizarro durante os playoffs da temporada passada. No domingo de manhã da bye week dos Patriots, Jones apareceu numa delegacia da região de Foxboro – visivelmente entorpecido. Relatos indicaram depois que ele tinha consumido altas doses de maconha sintética. O jogador foi hospitalizado, liberado na mesma semana e participou da campanha de New England na pós-temporada.
Agora, vem a troca.
É uma troca boa para os dois lados. Tanto para Arizona quanto para o New England Patriots.
Para os Cardinals, chega um defensive end capaz de fornecer ajuda a um pass rush que só costumava ser eficiente por meio de blitz – e isso foi fatal para Arizona na final da Conferência Nacional. A franquia precisava urgentemente de ajuda no setor e agora conseguiu.
Para os Patriots, chega uma escolha de segunda rodada – o que ajuda, dado que New England perdeu a escolha de primeira rodada por conta do DeflateGate – e um guard em Jonathan Cooper para ajudar uma linha ofensiva que passou por problemas na temporada passada, sobretudo na final da Conferência Americana. Mais do que isso, a troca reforça o poder de Bill Belichick em Foxboro. Como o amigo Rafael Belattini disse no Twitter, “você não tem um surto com drogas nos playoffs e sobrevive para contar a história”. Belichick detesta qualquer distração extra-campo e o “castigo” de Jones acabou vindo.
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Mas não só. O contrato de Jones vence ao final desta temporada – agora vencerá em Arizona, com os Cardinals tendo o ônus de renovar. Em New England, ficaria complicado renovar com ele e outros talentos defensivos, como Jamie Collins e Dont’a Hightower – ambos vencem no final desta temporada também.
Todos ganham na troca – ao menos, em princípio. Belichick mostra que não está para brincadeira com jogador que causar o caos, New England ganha escolha de Draft para ajudar a situação sem primeira rodada, Arizona ganha ajuda no pass rush e a Free Agency 2017 dos Patriots fica mais tranquila.
