O head coach Brandon Staley tentou manter-se otimista após outra derrota difícil de explicar por parte do Los Angeles Chargers: “Eu imagino que nós vamos aprender muito com isso. Acho que vocês vão ter que apenas acreditar em mim, mas imagino que nossos caras realmente irão extrair muito do filme e isso nos ajudará a seguir em frente”.
É um ótimo discurso para animar a tropa, o problema é colocá-lo em prática, afinal não é de hoje que a franquia coleciona derrotas inacreditáveis e até agora não aprendeu nada com elas. O revés por 20 a 17 contra o Dallas Cowboys foi o pacote completo da Experiência Chargers: field goal chutado na trave, falta anulando touchdown (duas vezes) e erros na red zone. Essa série de oportunidades desperdiçadas mais uma vez impediu o que poderia ter sido uma vitória relativamente tranquila.
Los Angeles não consegue finalizar suas campanhas
Uma estatística curiosa sobre os Chargers em 2021: ao mesmo tempo no qual são a 5ª melhor equipe em média de jardas por partida (416), são a 6ª pior em pontos (18,5). Esse dado não conta a história toda, no entanto ajuda a entender as dificuldades ofensivas do time.
Ademais, complementado os números acima, vale destacar também o baixíssimo aproveitamento na red zone: somente 30% das visitas às 20 jardas finais do campo viraram touchdowns, segunda pior marca da NFL. Nesse caso, nem Justin Herbert se salva, tendo cometido três turnovers na red zone: um fumble e duas interceptações.
Essa alergia à end zone sem dúvida tem atrapalhado, contudo a tragédia mesmo é chegar lá e sair sem os pontos. Foram dois touchdowns anulados por falta diante de Dallas, o primeiro por causa de uma segurada e o segundo devido a um illegal shift. Em outras palavras, 14 pontos que escorreram pelos dedos e acabaram virando apenas 3.
Por falar nisso, Los Angeles é a terceira equipe mais indisciplinada da temporada (18), atrás de Philadelphia Eagles (22) e Tampa Bay Buccaneers (20). O incrível é que quase metade dessas faltas foram cometidas somente no 2º quarto do duelo contra os Cowboys (8) – ao todo, foram 12 na partida.
Franquia precisa aprender a ganhar jogos apertados
Essa sucessão de tiros dados no próprio pé, incluindo também um field goal de 44 jardas chutado na trave por Tristan Vizcaino, resultaram em mais um revés por uma posse de bola. De 2019 para cá, os Chargers estão 7-17 em partidas assim, sendo que o normal é uma equipe vencer algo próximo da metade dos confrontos desse tipo.
Lembrando que colapsos inexplicáveis foram a tônica do final da era Anthony Lynn. Agora, sob a tutela de Staley, a mesma coisa voltou a acontecer na semana 2. Los Angeles possui um elenco competitivo dos dois lados da bola e um dos melhores quarterbacks jovens da liga, porém sem disciplina e concentração durante os 60 minutos de partida não dá para ir longe, sobretudo em uma AFC West que promete ser ultracompetiva após o bom início de Denver Broncos e Las Vegas Raiders.
Os Chargers podem reclamar um pouco da sorte e se queixar de marcações controversas da arbitragem contra eles, como o fumble de Herbert no duelo com Washington ou o “sack” assinalado no último quarto da partida com Dallas, entretanto isso nem de longe explica a (má) sorte do time. Assim como o Atlanta Falcons virou meme pelas viradas sofridas, Los Angeles tornou-se famoso por encontrar maneiras criativas de perder a cada semana. Quebrar esse ciclo é o maior desafio da nova comissão técnica.
Para saber mais:
Curti: 5 coisas que você precisa saber para a Semana 3
Najee Harris não foi a solução do ataque terrestre dos Steelers
Análise Tática: Problemas dos Giants para além de Daniel Jones







