Colocar Tyrod Taylor no banco gerou a controvérsia de quarterback mais desnecessária do ano

Na semana passada, falei um pouco sobre a questão de Tyrod Taylor ser colocado no banco. A decisão, em si, pode (e deve) ser debatida. É difícil decidir um certo ou errado. Para não parecer engenheiro de obra pronta, porém, em uma tecla eu bati, especialmente no podcast: o timing e o contexto foram horríveis.

Tudo bem a diretoria acreditar que Tyrod Taylor não é a opção para o longo prazo ou que ele não é um franchise quarterback. Eu também não acho isso. Mas fato é que os Bills tinham, nesse caos que a AFC virou, uma chance real de voltar à pós-temporada pela primeira vez desde 1999. Brandon Beane, o general manager, chegou via-Carolina junto de Sean McDermott, o treinador. Ambos parecem ter colocado de maneira fixa na mente que os Bills precisavam de reestruturação e, mesmo com os resultados positivos, essa reestruturação continuou sendo levada a cabo.

O corpo de wide receivers talvez seja o que mais passou por essa famigerada reestruturação. Com a saída de Sammy Watkins, Marquise Goodwin e Robert Woods, os Bills perderam a maior virtude de Taylor: o passe em profundidade. Os três têm, somados, sete jogadas para mais de 50 jardas. Os atuais recebedores dos Bills, nenhuma. Quando você corre bem com a bola, o play action e a bola em profundidade podem ser essenciais para a vitória. Os Bills não tinham mais essa possibilidade.

Em resumo, Buffalo tirou as armas de Taylor e cobrou a conta mesmo assim. É como culpar um chef por um prato ruim sem ingredientes – sendo que você sabia que ele não tinha o que fazer.

Seja como for, conforme já disse, os Bills fizeram isso porque não acreditam em Taylor no futuro e, se cortarem-no antes de março, terão que pagar apenas 1 milhão para ele – ou seja, apenas esse milhão fica preso no teto salarial. Agora, mesmo que fosse o caso – sei que será inescrupuloso – mas havia necessidade de colocar no banco? Por que não jogar com Taylor agora e, se ainda quiserem cortá-lo, que fizessem isso em março de qualquer forma?

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Seja como for, o timing é absurdo. E McDermott se enrolou ainda mais depois de colocar Peterman no banco após cinco interceptações. Após as duas primeiras, o jogo ainda estava 10 a 7 – era contornável, portanto. LeSean McCoy tinha 7 jardas por carregada. Após a quinta, o jogo terrestre tornou-se inútil dada a diferença de pontos. E os Bills, pela terceira vez em três jogos, foram obrigados a abdicar da maior virtude – McCoy.

O estrago, seja como for, está feito. McDermott disse, após a partida, que “houve jogadas [de Peterman] que foram ótimas”. Eu comentei o jogo na ESPN – o assisti de maneira atenta, então – e realmente não sei quais jogadas ele está falando. Foram seis passes completos para os Bills e cinco para o adversário. Se você contar as jardas após a interceptação (84) foram mais do que as 65 jardas recebidas por jogadores de Buffalo.

Enfim, só Deus sabe o que McDermott fará agora, mas fato é que qualquer veterano do elenco está achando que tudo virou uma bagunça. Em entrevistas anteriores, atletas diziam estar na mesma página que a diretoria quanto aos cortes e trocas de jogadores do sistema anterior. Agora, com a controvérsia mais desnecessária da história, o vestiário certamente não é o mesmo.

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O mais triste de tudo é isso: os Bills seguiram à risca o lema “novos sistemas, novos quarterbacks” e começaram uma reconstrução forte antes dela ser realmente necessária. Com Watkins, Goodwin e Dareus no elenco e Tyrod como titular no domingo passado, os Bills tinham uma chance real de estarem, ao menos 6-4. E, com essa campanha, estariam na pós-temporada se o ano terminasse hoje. Que pena que não foi o caso.

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