Com dinheiro garantido nos primeiros anos, Jets não se comprometem tanto no contrato de Mo Wilkerson

O New York Jets e o Washington Redskins são duas franquias que surpreenderam muito o mundo do futebol americano no último ano. Enquanto esta parecia perdida com a situação entre Griffin e Cousins e conseguiu se reerguer graças a uma estabilidade no front office, aquela não parecia ter tanto talento assim para buscar algo grandioso na temporada – e acabou quase indo aos Playoffs.

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Só que Todd Bowles deu uma nova energia para uma unidade que andava desacreditada nos últimos anos de Rex Ryan e viu Ryan Fitzpatrick ter uma atuação digna ao longo da temporada – bem acima da média -, o que fez com que a campanha positiva aparecesse e o futuro parecesse interessante. Normalmente grandes temporadas trazem grandes problemas na intertemporada – e não seria diferente neste caso. Os Jets viram a situação ficar caótica tanto com Fitzpatrick quanto com Wilkerson (que vinha se arrastando durante um bom tempo) e até agora a ressaca não acabou por lá. Propostas para lá e negativas para cá que até mesmo influenciaram no desempenho ao longo do Draft – como ter a ideia de pegar Christian Hackenberg na segunda rodada.

No meio de tantos problemas, a notícia boa e inesperada: a franquia conseguiu renovar o vínculo com Muhammad (Mo) Wilkerson por cinco anos. Um contrato de 85 milhões de dólares, sendo 53,5 milhões garantidos. Todos os detalhes do contrato ainda não foram revelados, porém dá para se ter uma base do negócio promissor que os Jets fizeram, sobretudo pelo fato de ser “front loaded“.


Primeiramente, os números assustam. Ninguém consegue ter o salário de dois quarterbacks na equipe. Pagar cerca de 19 milhões anuais para Wilkerson vai ser pesado e ele terá que jogar muito para justificar o investimento, no mínimo sendo líder em sacks da equipe por mais um ano. Apesar disso, é extremamente interessante notar que os Jets não terão muita dificuldade para sair dele (por conta do grosso do dinheiro garantido estar diluído nos primeiros anos). Além do mais, vale lembrar que o salary cap vem crescendo mais e mais a cada ano, logo a projeção do impacto do salário no futuro não é das piores.

Com relação à estrutura, vale ressaltar que o front office fez um trabalho muito bom. Enquanto o cap hit (ou seja, quanto o jogador conta no espaço do teto salarial) neste ano será de somente 10 milhões, os Jets deixam a janela aberta para tentar trazer de volta Fitzpatrick – mesmo que não seja a melhor opção. Além disso, o impacto de 19 milhões no ano que vem é o mais difícil de aguentar se a produção não estiver em alto nível. A partir de 2018 a franquia pode cortá-lo, visto que vai estar economizando espaço no cap fazendo isso.

Sendo assim, o 85 milhões de dólares em 5 anos pode se resumir a 37 milhões em dois anos – sendo que nove milhões teriam impacto somente no terceiro ano. A grana é altíssima, bem verdade, porém a expectativa é que o contrato seja quase uma barganha daqui a dois anos – seja pelo aumento do salary cap, seja pela produção em campo do atleta.


É imperioso ressaltar que a suspensão de Sheldon Richardson deve ter afetado diretamente o fechamento do contrato. Visivelmente a franquia não vai conseguir aguentar o salário de Wilkerson, Richardson e Leonard Williams. Williams tem capacidade de jogar na 3-tech e na 5-tech, logo deve ser o titular na vaga de quem não renovar. Com a segunda suspensão de Richardson, o sinal de alerta deve ter sido ligado – ninguém quer gastar dinheiro em um jogador que não fica longe de problemas.

Como já deu para ver, o contrato assinado vai botar pressão nos outros dois elementos da linha, com Richardson vendo dificuldade em ficar. Apesar da novela interminável e dos futuros problemas na linha defensiva, os Jets fizeram um ótimo negócio em manter o talento dentro de casa e recompensá-lo pelo nível apresentado dentro de campo.

Na avaliação do Pro Football, os Jets tiveram um desempenho positivo nesta renovação. Perderam muito tempo, é bem verdade, tentando economizar e acabaram tendo que pagar um valor justo. Mo Wilkerson agora vai ter todo o incentivo para realmente virar elite e fazer frente a J.J. Watt na disputa de melhor jogador defensivo da liga. Além disso, se ele tiver um fraco desempenho, ainda haverá tempo de dispensá-lo e seguir a vida com os outros dois talentosos defensive ends.

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