Como os Packers pareceram tão vulneráveis (novamente) contra os Falcons?

No último domingo, Atlanta Falcons e Green Bay Packers se enfrentaram no Sunday Night Football. Mas se alguém dissesse que foi na decisão da NFC da temporada 2016 era capaz de acreditarmos. Inaugurando seu novo estádio, o futurista Mercedes-Benz Stadium, o Atlanta Falcons não tomou conhecimento do Green Bay Packers, vencendo a partida por 34 a 23, em um placar bem mais apertado do que foi o jogo.

A expectativa para a partida, sem dúvida, era de que os fortes ataques das duas equipes dominassem. Apesar disso, sabíamos que tanto Atlanta quanto Green Bay haviam reforçado bastante suas defesas e, particularmente no caso dos Packers, vinham de boas atuações defensivas na semana 1.



Bem, como vimos ontem, a defesa de Green Bay está até agora procurando por Julio Jones e Mohamed Sanu. Atlanta se aproveitou dos vários desfalques dos Packers (tanto já sabidos antes da partida quanto em contusões sofridas durante o jogo) e da inaptidão da secundária dos adversários para abrir vantagem e não olhar mais pra trás. Hoje vamos tentar decifrar os pontos principais desta partida e, além disso, tentar extrair significados para o prosseguimento da temporada dos dois times.

Os novos/velhos ataque dos Falcons e secundária dos Packers

Na final da NFC, em janeiro, naquele que foi o último jogo no finado Georgia Dome, os Falcons venceram os Packers com autoridade. O placar final de 44 a 21 refletiu, ao contrário daquele do jogo de ontem, o que foi o domínio da equipe da casa ao longo de toda a partida. Para Green Bay, então, o jogo do SNF seria, também, uma oportunidade de dar o troco, ainda que em um cenário menos importante.

No entanto, da mesma forma que no jogo de janeiro, a secundária dos Packers foi incapaz de sequer gerar dificuldades para o ataque aéreo dos Falcons. O quarterback Matt Ryan pareceu no controle da situação durante todo o tempo. O MVP da temporada 2016 terminou o jogo com 19 passes completos de 28 tentados, com 258 jardas e um passe para touchdown (para o running back Tevin Coleman).

Mesmo com a boa atuação de Ryan, os principais destaques do ataque dos Falcons foram os recebedores Julio Jones e Mohamed Sanu. Os dois jogadores totalizaram 10 recepções para mais de 190 jardas. Jones, um dos melhores wide receivers da NFL, conseguiu se livrar, de maneira consistente, dos defensores dos Packers. Já na primeira campanha, Jones deu um baile no cornerback Demarious Randall com duas recepções para mais de 50 jardas.

Alguns dos nomes mudaram, mas a performance da secundária de Green Bay foi bem similar àquela da final da Conferência Nacional em 2016. Mesmo com o calouro (escolha de primeira rodada) Kevon King e o free agent Davon House como reforços, os defensive backs jogaram pelo menos uma marcha abaixo daquela dos recebedores de Atlanta. Claro que o desfalque do principal jogador defensivo dos Packers, o defensive tackle Mike Daniels (contusão na coxa no primeiro quarto), também contribuiu para a performance ruim da unidade como um todo.

Aliás, da mesma forma que na decisão da NFC, os Falcons utilizaram, com muito sucesso, o conceito Levels (níveis) de rotas. Neste conceito, dois recebedores correm, simultaneamente, rotas horizontais (paralelas à linha de scrimmage) em níveis de profundidade diferentes. Mohamed Sanu, particularmente, alcançou boa parte de suas jardas nesta combinação de rotas.

Vale ressaltar que os Falcons, mesmo após a saída de Kyle Shanahan, mantiveram, sob o comando do novo coordenador ofensivo Steve Sarkisian, alguns dos mesmos preceitos ofensivos. Além do já citado uso do conceito Levels, pudemos ver ontem como o play action segue sendo uma ferramenta fundamental para Matt Ryan e o ataque dos Falcons.

O outro lado da moeda

Já falamos bastante sobre a produção do ataque dos Falcons. A partir daí, já seria fácil concluir que o ataque dos Packers precisaria de uma performance de alto nível para conseguir competir. Não foi exatamente o que aconteceu.

Já antes do jogo começar Green Bay teve uma péssima notícia: os dois tackles titulares, David Bakhtiari e Bryan Bulaga estariam fora da partida. Este fato só colocava mais pressão sobre o quarterback Aaron Rodgers. Rodgers até começou bem, mas, com o somatório da pressão real da linha defensiva dos Falcons com a pressão de ter que pontuar praticamente em todas as campanhas por conta do desempenho do ataque de Atlanta, o quarterback começou a oscilar. Com dois turnovers pouco característicos (uma interceptação e um fumble – retornado para touchdown), Aaron Rodgers acabou contribuindo para a abertura de vantagem por parte dos Falcons. Já no início do terceiro quarto, a equipe da casa liderava por 31 a 7.

A partir deste momento, o ataque dos Packers até encontrou algum ritmo, e Rodgers acertou 2 passes para touchdown (chegando à marca de 300 em sua carreira). Mas, neste ponto, Atlanta estava já controlando o relógio e segurando a vantagem.



“canecas"

Olhando adiante

No fim das contas, 34 a 23 para o Atlanta Falcons que, até o momento, consegue se manter distante da história de ressaca do Super Bowl (suposta “maldição” que condena os perdedores do Super Bowl a uma temporada ruim no ano seguinte), chegando à segunda vitória em dois jogos. A perspectiva de mais uma temporada bem-sucedida parece bem real para Atlanta. Semana que vem, um jogo muito interessante, em Detroit, contra os Lions.

Já para os Packers, esse jogo deixa uma sensação de “mais do mesmo”. A secundária perdida, o ataque sofrendo com jogadores contundidos… ainda assim, estamos falando de um time muito talentoso. Semana que vem, em casa contra o até agora sem vitória Cincinnati Bengals, os Packers terão uma boa chance de recuperação.

Claro que ainda tem muita coisa pra acontecer na temporada, mas mesmo com um jogo pouco equilibrado neste domingo, temos a sensação que Green Bay e Atlanta se encontrarão novamente, já no início de 2018, na briga para chegar ao Super Bowl LII.

Será?

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“RODAPE"

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