Como os Titans completaram apenas 6 passes no jogo inteiro e ainda venceram Denver?

O que aconteceu ontem em Nashville desafia completamente a ideia de que só é possível vencer na NFL com grandes quarterbacks – ou melhor, com grandes apresentações de quarterbacks. Embora tal noção se mostre correta na maioria dos casos, as vezes, em situações especiais, o signal caller ganhador de um confronto é um mero coadjuvante.

Marcus Mariota terminou a partida diante de Denver com seis passes completos em 20 tentativas, 88 jardas aéreas e nenhum touchdown. Mesmo assim, venceu o duelo por 13 a 10 – ninguém ganhava um jogo com um percentual de passes completos tão baixo desde 2009, quando JaMarcus Russell conseguiu o feito. Trevor Siemian, por sua vez, somou números bem melhores: 35/51, 334 jardas e um touchdown.

O segredo para Tennessee sair de campo com o triunfo foi saber explorar a principal deficiência do adversário – por coincidência, algo que também é sua maior virtude. Denver conta com uma das melhores defesas contra o passe da NFL. O pass rush, liderado por Von Miller, é fortíssimo e a secundária é discutivelmente a mais talentosa da liga. Contudo, a equipe não é tão eficiente combatendo o jogo terrestre. Se em 2015 os Broncos foram o terceiro melhor time na média de jardas cedidas pelo chão (83,6), hoje eles são o quarto pior (127,3). Na temporada passada, a franquia permitiu mais de 140 jardas terrestres em uma mesma partida apenas por uma ocasião. Em 2016, isso já aconteceu cinco vezes.

Sabendo dessa dificuldade, os Titans focaram naquilo que fazem melhor: correr com a bola. A equipe totalizou 26 carregadas e 138 jardas terrestres só no primeiro tempo – segunda maior marca de 2016. Deste modo, puderam controlar o relógio, manter o ataque de Denver fora do campo e abrir uma vantagem de 13 a 0. Após o final do jogo, Tennessee tinha carregado a bola 42 vezes (mais do que o dobro dos passes tentados por Mariota) para 180 jardas e um touchdown.

O monstro de duas cabeças no backfield formado pelos running backs DeMarco Murray e Derrick Henry deu resultado de novo. A linha ofensiva fez um ótimo trabalho nos bloqueios e também foi ajudada pelo esforço dos corredores na hora de quebrar tackles, já que 89 jardas terrestres foram obtidas depois do primeiro contato.

Essa filosofia ofensiva “old school“, baseada em atropelar os adversários pelo chão, vem trazendo ótimos frutos aos Titans. A franquia não tinha um record positivo em dezembro desde 2011, época em que Matt Hasselbeck era o quarterback titular. Atualmente empatado com Houston no topo da AFC South, tudo indica que Tennessee (7-6) irá brigar pelo título de divisão até o fim da temporada, provavelmente decidindo seu futuro na semana 17, em confronto direto com os Texans.


“RODAPE"

Denver, por sua vez, teve outra performance ofensiva esquecível

Não se engane com as estatísticas infladas de Trevor Siemian, o ataque dos Broncos não foi bem. O quarterback só teve tantas jardas aéreas porque precisou compensar no braço a completa ausência de jogo terrestre: 9 carregadas para 18 jardas. Denver não conseguiu nenhuma campanha com pelo menos 40 jardas – o drive que resultou em touchdown começou na linha de 26 do campo ofensivo.

Além disso, os dois turnovers cometidos custaram caro. O fumble de Justin Forssett no primeiro quarto virou um field goal, enquanto que fumble de A.J. Derby no minuto final acabou com as chances de virada do time. Colocando em perspectiva: os Broncos não faziam tão poucos pontos desde a semana 11 de 2014, quando perderam para os Rams por 22 a 7.

O resultado negativo dispara um alerta de perigo em Denver. Com oito vitórias e cinco derrotas, o time agora está mais longe de título de divisão e viu os Dolphins encostarem na briga pelo wild card. Para piorar, a sequência nas últimas três semanas do ano será duríssima: Patriots, Chiefs (fora de casa) e Raiders.

Comentários? Feedback? Siga-nos no Twitter em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds