Deu para matar a saudade: uma semana completa de pré-temporada serviu para tirar um pouco o sentimento de perda que temos a cada fevereiro. Podem não ser os jogos mais primorosos da história, mas para quem está se afogando, jacaré é tronco. Ver o público nos estádios também foi bom demais, afinal de contas o barulho das pessoas torcendo é a verdadeira razão do jogo existir: sem torcedores, o esporte não faz sentido.
Sem mais ladainhas, vamos as 5 lições desta semana.
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Não tem como Winston não ser titular
Esqueça os números. Apesar de Jameis Winston não ter sido um primor contra o Baltimore Ravens, ele tem que ser o titular do New Orleans Saints. Taysom Hill é um quarterback que processa o jogo na velocidade de um 486 e cada rotação defensiva é um tormento para ele, que não consegue ler o campo todo rapidamente. Ian Book trava na primeira leitura e, quando a mesma está marcada, seu pensamento também fica estagnado. A incapacidade dos dois de ler um blitz é assustadora e fez com que ambos fossem interceptados em situações como essa.
Winston não é nenhum Mahomes, mas é um quarterback de NFL, ao contrário de seus concorrentes.
Pré-temporada vale e muito
Um dos clichês mais ouvidos é que “pré-temporada não vale nada”. Do ponto de resultados pode até ser, mas individualmente e na parte tática tem bastante peso. Primeiro por ser uma grande peneira: dá para dizer que cada time tem, em média, 15 a 18 vagas em aberto, com mais de 50 nomes disputando as mesmas. Impressionar em campo faz diferença e pode fazer com que o jogador esteja empregado – ou não – em setembro.
Também vale como teste de tendências: podemos rodar mais play-actions ou não? Temos mobilidade para trabalhar corridas em zona? Nossa secundária vai bem quando usamos blitz? Isso tudo só pode ser visto contra adversários de verdade. O placar pouco importa, mas os jogos têm grande importância.
Dane-se a interceptação, Tua foi bem
A maior expectativa no Miami Dolphins era ver Tua Tagovailoa. Depois de um ano de calouro conturbado, voltando de lesão e sem pré-temporada, entender como Tagovailoa se comportaria era a curiosidade principal no jogo contra o Chicago Bears.
Com exceção de uma interceptação boba, em que ele não enxergou o safety, Tua foi animador. Ele se moveu com fluidez no pocket quando foi pressionado e soube lidar com a pressão. Além disso, não se sentiu intimidado e atacou em profundidade, bem diferente do jogador engessado visto em 2020. Miami pode ficar feliz, pois seu franchise quarterback finalmente está em condições de mostrar do que é feito.
Allen Robinson está muito feliz
Meu colega de redação Henrique Bulio fez uma observação muito pertinente, e revendo o vídeo do jogo entre Bears e Dolphins, pude notar que Robinson – que não jogou – vibrou na lateral do campo como se sua equipe estivesse vencendo uma partida de playoffs.
O motivo? Justin Fields. Depois de um começo complicado nos dois primeiros drives, o calouro se soltou e teve uma bela atuação, terminando o jogo com 70% de passes completos, 142 jardas, um touchdown passado e outro corrido. Depois de penar em sua carreira toda recebendo passes de Blake Bortles, Mitchell Trubisky e Nick Foles, Robinson finalmente terá um quarterback de verdade.
Classe de linebackers calouros chegou voando
Existe muita expectativa em torno do grupo de linebackers do último Draft. O começo da pré-temporada mantém essa chama acesa, afinal a maioria jogou bem.
Micah Parsons foi o destaque nos dois jogos do Dallas Cowboys, Zaven Collins apareceu bem pelo Arizona Cardinals e Jeremiah Owusu-Koramoah conseguiu 7 tackles e um 1 sack na partida do Cleveland Browns contra o Jacksonville Jaguars. Apenas Jamin Davis não foi tão bem, mas o jogador de Washington tem tempo para se recuperar e estar no nível de seus colegas de função.
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