Na segunda leva da Free Agency, o Indianapolis Colts assinou com Justin Houston por dois anos e 24 milhões. Considerando a produção de Houston quando saudável e o imenso espaço no teto salarial que os Colts tinham, a contratação é potencialmente uma barganha. Muito se estranhou sobre isso, aliás: por que os Colts, com quase 100 milhões disponíveis no teto para gastar, fizeram tão pouco nesta janela de contratações?
Chris Ballard, general manager que herdou uma bagunça na administração Ryan Grigson, vem fazendo um excelente trabalho e achou gemas na free agency do ano passado e também no último Draft. Agora, “pouco fez”. Tá errado? Creio, não. A primeira leva de free agents costuma ser “inflacionada” até não poder mais. É um simples resultado da microeconomia aplicada: a oferta é escassa e vai diminuindo a cada dia, a demanda por dados jogadores é alta e o preço, como consequência sobe. É o mesmo que aconteceu quando houve a greve dos caminhoneiros no ano passado e a gasolina subiu horrores (onde ainda estava disponível, claro).
A postura de Ballard pode ser reflexo do que vimos no ano passado. Os principais contratos… Não renderam os frutos esperados. O primeiro a chamar atenção para isso foi Peter King em sua coluna desta semana. A princípio, pensamos apenas em Kirk Cousins e suas pipocadas, mas dá para ir além. Antes de falar nele, vamos a outros nomes e o valor pago em média por ano.
Nate Solder, 15,5 M, Giants: Na época, um dos contratos mais caros da história para um offensive lineman. Longe de Dante Scarnecchia, treinador de linha ofensiva dos Patriots, e da soltura rápida de bola de Tom Brady, Solder não teve um desempenho compatível com a grana que os Giants lhe pagaram em março do ano passado. Clássico caso de oferta pobre e preço alto para o melhor nome dessa oferta.
Sammy Watkins, 16 M, Chiefs: Nem de perto foi o principal recebedor da campanha de MVP de Pat Mahomes. Foram apenas 3 touchdowns no ano passado, sendo média de 50 jardas por jogo. Batalhou contra lesões – que já lhe acometiam desde os tempos de Buffalo – e não jogou todos os jogos da temporada.
Trumaine Johnson, 14,5 M, Jets: Depois de receber a franchise tag em Los Angeles e ter bom desempenho, era reputado como o melhor cornerback da free agency. Não fez tanto barulho e foi elencado apenas como o 43º melhor CB do ano pelo ProFootballFocus. Malcolm Butler é outro nome que também não rendeu após sair de New England e tentar capitalizar na free agency. 73º melhor CB pelo PFF e a um custo de 12 milhões por ano para os Titans.
Kirk Cousins (28 M por ano, Vikings) & Case Keenum (18 M por ano, Broncos): Ambos reputados como “as peças que faltavam” nos respectivos quebra-cabeças, foram um show de horrores quando mais importava. Keenum mostrou-se perdido longe de Minnesota e de Pat Shurmur. Seu processamento mental parecia… Lento. Depois do ano fraco, foi trocado a preço de banana para os Redskins após a chegada de Joe Flacco. Cousins teve estatísticas boas como era de costume em Washington. Mas como também era de costume, as pipocadas vieram: não teve vitórias contra times com campanhas positivas e, na Semana 17, precisando apenas de uma vitória em casa contra um Chicago Bears já classificado, perdeu o jogo e a vaga na pós-temporada.

King chamou o período como “ouro de tolo”. Pode ser que assim seja. Claro, há bons exemplos de times que ficaram (bastante) competitivos graças à free agency. Os Broncos em 2012 são um bom exemplo: Aqib Talib e Peyton Manning são nomes que vieram pelo mercado. Ao mesmo tempo, mesmo com exemplos de times que tiveram um bom desempenho no curto prazo, a free agency mais parece uma conta de cartão de crédito: o grande exemplo é o New York Giants de 2016. Gastou rios de dinheiro garantido, foi até Green Bay no Wild Card e, desde então, é ladeira abaixo e contratos com dinheiro garantido que ainda afligem o time.
Neste ano, vários nomes receberam contratos enormes e possibilidade de serem messias em seus novos times. Earl Thomas nos Ravens após a equipe perder diversas peças defensivas; Nick Foles num Jacksonville Jaguars “que só precisa de quarterback”. Le’Veon Bell na “ajuda no desenvolvimento de Sam Darnold”. Vejamos as cenas dos próximos capítulos para ver se o que aconteceu ano passado se repete em 2019.
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