Carreiras duram em média quatro anos na NFL. Pensamos em muito mais do que isso porque os jogadores famosos acabam ficando muito mais tempo na liga. Porém, mesmo os famosos passam por perrengues para manter a titularidade ou a manutenção do contrato para os próximos anos. Entre quarterbacks e apostas, separamos alguns jogadores que entram contestados na temporada de 2021 e que podem deixar os respectivos times em breve caso não mostrem bom serviço.
Sam Darnold, QB, Carolina Panthers: Em contrato para 2021 e 2022, Darnold teve em Carolina uma rara segunda chance para uma escolha top 5 do Draft que flopou. Seu salvo conduto desde que entrou na NFL em 2018 é o fato de que foi treinado pela Brilhante Mente Ofensiva Adam Gase – ou seja, tal como Ryan Tannehill, pode render longe dele. Darnold vai para um time com boa comissão técnica, os Panthers: Joe Brady fez um bom trabalho no ano passado ao chamar a unidade ofensiva então comandada por Teddy Bridgewater. Espera-se melhora – até porque, sendo franco, Joe Flacco teve momentos melhores que Darnold em Nova York no ano passado.
Dawson Knox, TE, Buffalo Bills: Você já deve ter visto um sem número de sugestões para que o Buffalo Bills troque por Zach Ertz, dado que o tight end não está satisfeito na Philadelphia. Essas ideias vem muito do fato de que o corpo de recebedores dos Bills é acima da média e que o time precisa de muita octanagem para bater Kansas City. Bom, acima da média tirando o tight end. No ano passado, Knox acumulou apenas 148 jardas, sendo o 38º na posição. Em TDs, foi melhor, com três – 13º. Mas é necessária mais produção, ainda mais jogando com Josh Allen.
Jimmy Garoppolo, QB, San Francisco 49ers: A missão de Jimmy Garoppolo é quase impossível. Não tem como ele se manter no elenco para 2022 pelo simples motivo que direi agora: em termos contábeis, os 49ers estão totalmente programados para terem um quarterback com contrato de calouro como titular na próxima temporada. A folha não comporta as recentes renovações contratuais, a futura com Nick Bosa e ainda um contrato de quarterback veterano. Ou seja: Garoppolo tem neste ano uma grande entrevista de emprego para encontrar uma nova casa na próxima temporada.
Odell Beckham Jr., WR, Cleveland Browns: Bom com ele, melhor sem ele? Baker Mayfield teve desempenho melhor na segunda metade da temporada passada, enquanto Odell Beckham Jr. estava machucado. Não acho, porém, que seja justo afirmar que o simples motivo de Odell ter saído fez Baker um quarterback melhor. Fato que eles não estavam com boa química, mas a questão é que o próprio Baker melhorou e em atributos que independem de Odell em campo. Seja como for, fato é que Beckham Jr. tem um largo histórico de lesões: ele jogou mais de 10 partidas apenas duas vezes desde 2016.
Harold Landry III, EDGE, Tennessee Titans: Com a lesão de Carson Wentz e as incertezas que pairam em Indianapolis por conta disso, os Titans deram um salto no panorama geral para a AFC South e possivelmente para a própria Conferência Americana. A defesa, porém, precisa jogar melhor. Bud Dupree chegou na free agency depois de ter um 2021 sólido até se machucar – mas uma andorinha apenas não faz verão. Landry precisa voltar à forma de 2019, quando teve nove sacks. Essa produção caiu pela metade no ano passado e é necessário mais do que ser apenas um speed rusher. Vejamos e o camp fez diferença neste ano, caso contrário ele pode não ter um novo contrato nos Titans.
Daniel Jones, QB, New York Giants: O também flop de Drew Lock em Denver fazia com que as atenções da classe de 2019 ficassem mais divididas, mas agora esqueçam isso porque Lock é reserva. Todos os olhos sobre Daniel Jones, que ainda tem no general manager dos Giants seu fiador. Dave Gettleman, porém, terá a paciência expirada caso Jones afunde o time. Digo isso porque o elenco é bacana, a defesa foi bem treinada no ano passado e a perspectiva para o apoio é boa – o problema são as perspectivas para o quarterback, que foi uma máquina de turnovers nas últimas temporadas.
Jalen Hurts, QB, Philadelphia Eagles: Bom, a verdade é que ele entrou na NFL com a batata assando já. Hurts era uma escolha digna de terceira rodada, em termos de valor de Draft, e saiu na segunda. Altos e baixos na temporada passada, mas me preocupa o fato de que muitas vezes ele usou as pernas após a primeira opção de passe estar nublada. Num segundo ano, os coordenadores defensivos adversários devem pegar isso com facilidade. Se Hurts não evoluir seu processamento mental após o snap, ficará com produção comprometida no futuro e presente. Pesa contra o fato de que os Eagles têm duas escolhas na primeira rodada do ano que vem – munição mais do que suficiente para draftar um substituto de Hurts em 2022.
Kevin King, CB, Green Bay Packers: Enorme bode expiatório e um dos “culpados” pela eliminação do Green Bay Packers na final da Conferência Nacional do ano passado, o cornerback teve contrato renovado para 2021 mas há duas más notícias para ele. Primeiro que o contrato é de apenas um ano. Segundo porque o time draftou seu substituto em Eric Stokes – que é uma promessa atlética e precisa de lapidação. Ou seja, enquanto isso não acontece, King tem uma oportunidade derradeira como par de Jaire Alexander nos Packers.
Jameis Winston, QB, New Orleans Saints: Só falta uma confirmação oficial, mas a tendência é que Winston seja o titular dos Saints para 2021 e “herdeiro” de Drew Brees. É até curioso, porque ele é meio que o oposto de Brees. Quarterback sem noção em profundidade e com precisão baixa em passes para até 10 jardas, Winston tenta se livrar da pecha de ter sido o cara com 30 interceptações em 2019, seu último ano como titular. Nesta temporada, tenta provar que a tutela de Sean Payton ajudou a eliminar os erros e manteve a capacidade de colocar pontos no placar – afinal, também foram mais de 30, mas touchdowns, em 2019.
Ezekiel Elliott, RB, Dallas Cowboys: Em termos contratuais a batata passar longe de assar. Afinal de contas, Jerry Jones deu uma das maiores emocionadas da história recente da liga ao dar um contrato de 15 milhões por ano para Zeke. Field Yates reportou hoje que os Cowboys converteram 8,6 milhões do salário do running back em bônus – ou seja, rolando ainda mais dinheiro garantido pra frente. Mesmo que Elliott jogue mal, o time está abraçado fortemente a ele. E olha, problemas mil ano passado. Além dos fumbles, Zeke terminou o ano com praticamente 4,00 jardas/carregada. Número bem aquém para alguém como ele. A esperança é que a linha ofensiva saudável em 2021 possa ajudá-lo.
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