Curti: 13 vencedores e 5 perdedores das Finais de Conferência

Quarterbacks do Super Bowl LIV, Patrick Mahomes e Jimmy Garoppolo assistirão ao Super Bowl deste ano do sofá. Matt Stafford e Joe Burrow serão os quarterbacks dos finalistas. Vamos aos Vencedores/Perdedores dessas duas finais de Conferência. 

Dois jogos incríveis que mantiveram nossa atenção até o final – e o coração do torcedor dos quatro times envolvidos batendo mais forte do que nunca. Como resultado, o Cincinnati Bengals derruba mais um favorito e se mantém invicto em final de Conferência Americana: 3-0. Do outro lado, o Los Angeles Rams recebeu o San Francisco 49ers e quebrou o tabu de Sean McVay contra Kyle Shanahan: depois de seis derrotas segundas, os Rams finalmente bateram San Francisco e logo quando mais importava.

Quarterbacks do Super Bowl LIV, Patrick Mahomes e Jimmy Garoppolo assistirão ao Super Bowl deste ano do sofá. Matt Stafford e Joe Burrow serão os quarterbacks dos finalistas. Vamos aos Vencedores/Perdedores dessas duas finais de Conferência.

Vencedores: 

Joe Burrow, quarterback, Cincinnati Bengals: dois jogos com praticamente 30% de pressão contra o Kansas City Chiefs, duas vitórias de virada. Claro que a defesa de Cincinnati tem seu mérito, como veremos adiante aqui na coluna, mas Burrow foi o comandante das tropas novamente. Não se abateu, inspirou seus companheiros literalmente colocando a bola embaixo do braço mais do que nunca na carreira e conquistando primeiras descidas importantes no segundo tempo. Burrow não tem uma boa linha ofensiva mas tem um ótimo coração. Líder e frio, Burrow é o primeiro quarterback que sofreu mais de 50 sacks na temporada regular e que chega ao Super Bowl – além da primeira escolha geral do Draft que chega no Super Bowl na segunda temporada da carreira.

Trey Hendrickson, EDGE, Cincinnati Bengals: Como menção honrosa, Sam Hubbard aqui também – em especial no segundo tempo. De toda forma, mais uma vez a estrela do pass rush de Cincinnati foi Hendrickson, que teve cinco pressões e 1,5 sacks na final de Conferência. Hendrickson foi o líder do time em sacks na temporada regular e uma das melhores contratações da última free agency. No último jogo, vindo de concussão, teve apenas uma pressão em Ryan Tannehill. Era importante um jogo sólido assim – a vitória passou por ele, porque pressionar com quatro homens é essencial contra Mahomes.

Melvin Ingram, EDGE, Kansas City Chiefs: Em final de carreira e sinceramente, quando foi contratado pelo Pittsburgh Steelers no meio da intertemporada ninguém dava mais nada. Sua temporada acabou em Kansas City, cuja chegada permitiu que Chris Jones voltasse para o miolo da DL. Foi bem ontem em meio à derrota, somando três pressões (mesma marca de Jones). Pode ter um pouco de gasolina no tanque para a próxima temporada.

Tee Higgins, WR, Cincinnati Bengals: Dobras em Ja’Marr Chase no primeiro tempo fizeram o principal wide receiver dos Bengals ficar sumido do jogo. Joe Burrow meteu um maravilhoso oi sumida para Tee Higgins, que teve mais de 100 jardas e foram 10 alvos no jogo. Se não fosse a presença e a postura de Higgins, o resultado da partida poderia ser diferente. Grande trabalho dele e de todo o corpo de wide receivers dos Bengals, discutivelmente o melhor da NFL.

Jerrick McKinnon, RB, Kansas City Chiefs: Interessante notar como coadjuvantes que não tinham espaço na intertemporada foram os vencedores dos Chiefs nesta semana e as estrelas estarão no lado dos perdedores. McKinnon foi bem no jogo aéreo e ainda foram 5,4 jardas por carregada. Pena que no segundo tempo, Andy Reid desencanou de correr com a bola como deveria e como estava dando certo. McKinnon é free agent em março, lembrando.

Mike Brown, dono e general manager, Cincinnati Bengals: Apenas dois donos de franquia também são general managers. Brown é um deles, filho da lenda Paul Brown e que sempre foi muito criticado por decisões – como pão-durice na free agency, por exemplo. Brown apostou em Chase e em Hendrickson, peças fundamentais no elenco dos Bengals nesta temporada. É um tanto quanto irônico que o outro dono de franquia também GM, Jerry Jones, não veja sua equipe num Super Bowl desde 1995.

Zac Taylor, head coach; Lou Anarumo, coordenador defensivo, Cincinnati Bengals: Taylor é um mago dos ajustes no intervalo nesta temporada (não imaginava dizer isso um dia). Finalmente, o time dos Bengals tem uma identidade. Chama screen quando precisa, não desistiu da corrida na primeira descida (foram mais corridas do que passes em 1st down), enfim, Taylor merece muitos elogios. Anarumo também. Manteve os dois safeties no fundo do campo o jogo todo – algo essencial na interceptação derradeira na prorrogação – e pressionou Mahomes com quatro homens, confiando em seu front – apenas 10% de blitz. Ainda, fez press coverage na linha para fisicamente impor a defesa contra Hill e amigos. Isso fez diferença, em especial no segundo tempo. Grande trabalho da comissão técnica dos Bengals.

Les Snead, general manager, Los Angeles Rams: Claro que Sean McVay é um vencedor aqui também, já falo sobre. Mas Snead foi o arquiteto da troca por Matt Stafford, coisa que não era garantido que daria certo 100%. Stafford vinha de uma temporada machucado e Jared Goff ainda tinha defensores pelo mundo. Snead segue no projeto de dar um belíssimo ghosting no Draft da NFL, trocando escolhas de primeira rodada por veteranos que são certezas. Como já falei, não o faria, mas entendo: 50% da primeira rodada dá errado. Se você gasta duas escolhas de primeira rodada por uma certeza… Matematicamente está no lucro.

Sean McVay, head coach, Los Angeles Rams: Gastou mais timeout que eu em ficha no fliperama em 1999. Felizmente, a mãe dele não deve ter lhe deixado de castigo como eu fiquei. McVay não fez o melhor jogo chamado do mundo, mas ao menos não esqueceu do jogo terrestre mesmo com ele não sendo tão efetivo. Corrigiu o erro da Semana 18. A vitória, finalmente, veio contra Shanahan – eram seis derrotas seguidas. Com ressalvas, um vencedor. Mas ainda assim, um vencedor. Até porque bancou a saída de Goff e ontem, quarterback fez diferença. Sem contar que tira um saco de cimento das costas depois da quebra do tabu.

Odell Beckham Jr., wide receiver; Von Miller, EDGE, Los Angeles Rams: Ambos chegam ao Super Bowl depois de não começar o ano com os Rams. O time apostou em ambos num “All-In” do time para esta temporada. Miller teve 4 pressões em Garoppolo e Odell passou das 100 jardas. Foram essenciais na vitória do time que carimbou o passaporte para… Bem, para casa, porque o Super Bowl é em Los Angeles mesmo. (Curti Burro).

Cooper Kupp, wide receiver, Los Angeles Rams: Mais um jogo de 100 jardas, ninguém para. Inteligente lendo as coberturas, excelente nas quebras, veloz – dois touchdowns fundamentais na vitória de ontem. Kupp mais uma vez mostrou por que é o melhor wide receiver da NFL na atualidade. Sua sintonia com Stafford foi incrível durante toda a temporada.

Torcedor do Cincinnati Bengals: Foram cinco temporadas com mais derrotas do que vitórias. Pior campanha há dois anos e agora, o terceiro time a chegar no Super Bowl em dois anos do feito negativo[foot]via Ze ELIAS Sports Bureau, igualando os 49ers de 1981 e os Panthers de 2003[/foot]. Foram anos difíceis, de muito sofrimento e desilusão. Agora, finalmente, a espera valeu a pena. Parabéns a todos os torcedores dos Bengals que esperaram tanto tempo por isso.

Matt Stafford, quarterback, Los Angeles Rams: 34 viradas na prorrogação ou último quarto – boa parte delas porque o time do Detroit Lions era uma bomba, não tinha jogo terrestre e ele tinha que resolver. Stafford sempre foi acima da média e nesta temporada mostrou mais uma vez por quê. Fiquei muito feliz de ver isso acontecendo. Ele merece demais.

Perdedores

Jimmy Garoppolo, quarterback, San Francisco 49ers: Garoppolo não é um quarterback ruim. A questão é que ele é limitado e turnovers bizarros – poucos, mas bizarros – acontecem quando não devem. Ontem ele flertou diversas vezes com a interceptação, respondendo vários stories dela e dando like em quatro fotos aleatórias. Ela veio da maneira mais absurda o possível, com a bola escapando de um jeito que parecia bug do Madden. Garoppolo foi bem por boa parte do jogo. O problema é quando San Francisco depende dele. No Super Bowl, não deu. Ontem, também não. As limitações de Jimmy G atrapalharam no final do jogo ontem, embora ele não seja o único culpado. Os 49ers precisam do dinheiro que pagariam a Garoppolo em 2022 para renovar com Deebo Samuel e Nick Bosa – ele é carta fora do baralho do Levi’s Stadium e seu último passe foi aquilo que vimos ontem. Uma pena.

Kyle Shanahan, head coach, San Francisco 49ers: É verdade, faltou quarterback no final. Mas o estigma segue: Kyle Shanahan perdeu seu terceiro jogo chamando um ataque em final de Conferência ou Super Bowl no qual liderava por duas posses. Como sabem, sou fã do trabalho de Shanahan há muito tempo – mas infelizmente teremos que pagar esse tributo no IKS.

Patrick Mahomes, quarterback, Kansas City Chiefs: A soberba que marcou o ataque cheio de turnovers dos Chiefs nas sete primeira semanas da temporada – quando lideravam a liga no quesito – marcaram o final do segundo quarto e a interceptação numa janela onde não existia, com Jessie Bates III e Vonn Bell marcando o passe fundo. Foi a primeira derrota de Patrick Mahomes quando liderando por pelo menos 15 pontos. Ele tinha 37 vitórias antes. O próprio Mahomes colocou em si parte da culpa pela eliminação.

Andy Reid, head coach, Philadelphia Eagles Kansas City Chiefs: Essa o torcedor do Philadelphia Eagles se lembra. Mahomes estava visivelmente mal no segundo tempo e mesmo assim, mesmo contra front de seis jogadores, mesmo com a liderança do jeito que estava, Andy Reid desencanou do jogo terrestre. Foram 15 passes e 10 corridas desenhadas. Com McKinnon passando das 5 jardas por carregada. Absolutamente nenhum sentido, menos ainda a soberba de chamar um play-action com Hill em motion com apenas 5 segundos no segundo quarto. Aqueles três pontos fizeram falta. (E para não ser engenheiro de obra pronta, falamos exatamente isso naquele momento na transmissão).

Elijah Mitchell, running back, San Francisco 49ers: O jogo terrestre de San Francisco não entrou como deveria e isso acabou colocando a bola na mão de Garoppolo para decidir. Quando os 49ers tiveram 100 jardas corridas, foram 12 vitórias e 3 derrotas na temporada. Muito mérito dos Rams, mas Mitchell terminou o jogo com 20 jardas em 11 carregadas.

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