Curti: A CAMINHADA DOS CHIEFS AO SUPER BOWL LIV

Com Mahomes perdendo jogos e defesa melhorando, 50 anos depois da última aparição no Super Bowl, o Kansas City Chiefs volta à final da NFL.

Patrick Mahomes é quase um super-herói. Mas, além dele, há outros dez jogadores no ataque. É inegável que Mahomes é o líder do time, é inegável que Mahomes é um dos principais jogadores da NFL. Mas também foi inegável que Kansas City tem mais para além do camisa 15.

Os Chiefs vieram de uma temporada incrível; Chegaram até a final da Conferência Americana e ficaram a uma não-falta de Dee Ford de terem uma chance de chegar ao Super Bowl. Claro, houve mérito dos Patriots na segunda chance que a falta lhes deu – mas o sabor na boca era de decepção. Mahomes passou para 50 touchdowns na temporada passada e nesta nem de perto chegou a liderar a NFL no quesito. O que aconteceu?

Menos pirotecnia, mais ajuda

A campanha foi a mesma da temporada 2018, o 12-4. Tal como no ano anterior, Kansas City também sediou a final da Conferência Americana. Mas o caminho até lá foi mais tortuoso e menos pirotécnico, por assim dizer.

O ataque de Kansas City, mesmo que não tenha tido números absurdos, ainda foi um primor. A equipe teve como marca ter sido a segunda melhor da NFL no jogo aéreo e mais uma vez Travis Kelce passou das 1000 jardas recebidas – agora são quatro seguidas com tal marca, coisa que nunca tinha acontecido na história da liga. Tyreek Hill, tal como Mahomes, perdeu jogos por lesão mas mesmo assim chegou a sete touchdowns e a mais um Pro Bowl – quarto da carreira. A ajuda veio de Mecole Hardman, o Tyreek Hill dos pobres que no Draft era uma alternativa de Kansas City em caso de suspensão do veloz veterano. A suspensão não aconteceu e Hardman foi um contribuinte importante. 538 jardas e seis touchdowns recebidos – além de ter sido importante como retornado, tendo sido eleito para o Pro Bowl justamente como tal.

O comitê de running backs que terminou a temporada passada voltou reforçado após a saída de Kareem Hunt – cujos episódios extra-campo fizeram com que a equipe do Missouri cortasse o jogador. Damien Williams e LeSean McCoy somaram para quase mil jardas e nove touchdowns. É fato que o jogo terrestre foi complementar nesse ataque, mas ainda é importante.

Ainda, vale lembrar que Matt Moore foi o titular da equipe por dois jogos. Mahomes se machucou num Thursday Night Football contra os Broncos e, ao deslocar a patela, perdeu duas partidas na temporada. Moore comandou o time a uma vitória importante contra os Vikings, uma equipe que foi até a semifinal da NFC. Até por conta disso, é importante notar como há mais do que Mahomes nesse time.

Quanto a Mahomes? Ele segue sua evolução. Antes da temporada, esta era a pergunta que fazíamos para os Chiefs em nossa prévia:

Até onde vai Patrick Mahomes? Pensando em estatísticas, é difícil Mahomes ir muito mais longe do que já foi – só Peyton Manning conseguiu. Agora, pensando na evolução técnica e mental do jogo, o jovem tem vários pontos a serem aprimorados: leituras erradas, decisões ruins e erros de passe que não costumam acontecer com signal callers experientes. A tendência é Mahomes voltar melhor nesses aspectos com um ano e mais uma intertemporada de experiência na bagagem, ficando mais imparável e perigoso do que foi em 2018.

Agora, é mais do que nítido que Pat Mahomes limitou erros e é um líder para o Kansas City Chiefs. Você não vira um jogo nos playoffs que estava 24 a 0 sem ser líder. E depois outro que estava 10 a 0. Contra os Texans, após o placar ficar feio dessa forma, Mahomes veio à lateral e disse: vamos fazer algo especial. Fizeram e estão no Super Bowl – Mahomes vai além de um bom passador, ele é um bom quarterback e comandante das tropas. Isso é magnífico para alguém com o talento dele.

A defesa… Melhorou?

Tal como as esperanças do Kansas City Chiefs ao longo da temporada, a unidade defensiva teve seus altos e baixos. Na primeira metade da temporada, era mais do que evidente que a equipe tinha um barril em chamas na contenção terrestre. Por jogos e mais jogos os adversários conseguiram correr como queriam com a bola e executaram a velha fórmula para conter quarterbacks talentosos.

Correr com a bola + gastar cronômetro + deixar sua defesa desgastada para marcar homem-homem = Quarterback de Elite frustrado

Contra Houston, Indianapolis e Tennessee. Das quatro derrotas de Kansas City na temporada, três vieram contra ataques terrestres imponentes da AFC South. Isso, conforme visto na pós-temporada, foi corrigido com o passar dos meses. Os Chiefs limitaram Derrick Henry a 69 jardas terrestres na final da AFC – foi a cereja no bolo dessa melhora.

A defesa dos Chiefs teve uma melhora na medida em que o impacto de Tyrann Mathieu era mais sentido. Em sua primeira temporada com a equipe, começou mal a campanha – terminou de maneira brilhante. Foram quatro interceptações, dois sacks e 75 tackles – como defensive back, foi eleito All-Pro no primeiro time. Juan Thornhill teve uma excepcional temporada de calouro que foi abreviada por lesão. No front defensivo, Chris Jones seguiu como força – 9 sacks – e Frank Clark foi bem-vinda adição/substituição a Dee Ford. Clark teve 8 sacks e 3 fumbles forçados.

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50 anos depois da última aparição no Super Bowl, o Kansas City Chiefs volta à final da NFL. Na realidade, pela primeira vez como membro da NFL, dado que as duas aparições anteriores foram feitas em anos nos quais a equipe fazia parte da American Football League que deu origem à Conferência Americana. Pela primeira vez na história, o time venceu a Conferência cujo troféu tem o nome do fundador da franquia: Lamar Hunt.

Agora, voltam ao Super Bowl com duas missões: solidificar o legado de Patrick Mahomes como um dos mais jovens da história a ser MVP e campeão e finalmente dar um título a Andy Reid. Depois de tantas vezes batendo na trave, Reid tenta se recuperar da única ida/derrota no Super Bowl – por 24 a 21 contra Brady-Belichick no Super Bowl XXXIX.

O Kansas City Chiefs enfrenta o San Francisco 49ers no domingo, 20:30. A partida tem transmissão no Brasil na ESPN e nos cinemas (acesse cinelive.com.br para ver as salas participantes).  

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