13 vitórias em três anos e, aos poucos, o Detroit Lions caminha para mais uma temporada de mais derrotas do que vitórias. A chegada de Matt Patricia ao New England Patriots, depois de dois títulos dele como coordenador defensivo em Foxboro, parecia ser o “que faltava” para Detroit deslanchar. Afinal, Jim Caldwell foi mandado embora depois de duas campanhas 9-7. A mudança era justamente pra atingir um potencial teto do time.
Pois bem, não foi o caso. Em 2020, ano de decisão na vida de Detroit sobre seu head coach, as esperanças já eram baixas. Para se ter ideia, a linha de vitórias nos cassinos de Las Vegas era de mais ou menos 6 nesta temporada. A defesa, que era para ter sido melhorada, piorou.
Detroit é o pior time da NFL pressionando o quarterback, girando na casa dos 20% – muito, muito pouco. Ainda mais considerando que a equipe tem, em tese, um “grande arquiteto defensivo” no comando. A ausência de boas peças no pass rush não é desculpa: na ausência de Chandler Jones, o Arizona Cardinals manda blitzes criativas e está entre os dez times que mais pressiona o quarterback neste ano.
Em outros quesitos, a defesa é bagunçada. 23ª em aproveitamento do oponente na red zone, 30º em jardas terrestres cedidas por jogo, 25ª em aproveitamento do oponente em terceiras descidas. Poderia ficar bastante tempo listando números ruins da unidade.
Aparte da vitória contra Arizona no primeiro mês de temporada, só tristezas para Detroit. Tomaram a virada contra Chicago, Green Bay e New Orleans – e tirando a vitória contra os Cardinals, todas as outras três vieram contra adversários que têm mais campanha negativa neste momento.
A sequência dos últimos dois jogos foi praticamente derradeira no inevitável destino de Patricia. Derrota sem marcar pontos contra Carolina – numa inexplicável insistência em Adrian Peterson, que já tem 35 anos – e agora sendo amassado em casa contra Houston. O jogo de hoje foi o segundo no qual os Lions tomaram pelo menos 40 pontos em casa – isso aconteceu também contra Indianapolis na Semana 8. Em 2008, ano em que terminaram 0-16, isso aconteceu 3 vezes. É uma medida forte de fraqueza do trabalho de Matt Patricia.
Agora, não tem como sustentar nem defender. Na saída dele de New England, a defesa dos Patriots melhorou e na sequência a de Detroit piorou. Depois, são poucas vitórias no Ford Field para contar a história. Ao que tudo indica, Matt Patricia seguirá a triste tendência de ex-assistentes de Bill Belichick que tentam forçar uma cultura num outro lugar e não dá certo. Eric Mangini, Josh McDaniels, são vários na lista. E ela acabou de ganhar mais um.
A derrota por 41 a 25 é simbólica também porque é no Thanksgiving, em audiência nacional, numa tradição de Detroit. Manter Patricia no cargo para 2021 parece algo indefensável e, sinceramente, uma atitude improvável da diretoria do Detroit Lions.
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