Nada de muito novo nas últimas semanas, mas me chamou a atenção que nos comentários nas redes sociais não cheguei a ver ninguém cogitando a possibilidade de aposentadoria de Aaron Rodgers. Claro, é algo pequeno hoje, mas pode aumentar e ser o “Super Trunfo” do quarterback numa eventual negociação com o Green Bay Packers por uma saída. Não é como se não tivéssemos visto aposentadorias repentinas na NFL considerando os últimos 10 anos.
Carson Palmer – em situação análoga – acabou sendo trocado justamente por conta do expediente. Mas Andrew Luck e Calvin Johnson foram duas aposentadorias que na época me surpreenderam muito mais do que uma aposentadoria de Rodgers hoje. Deixando claro: não é como se pudéssemos apostar ou cravar isso. Mas dado o contexto atual, passa longe de ser algo que pode ser desconsiderado.
“Sem opções”
Aaron Rodgers e Tom Brady estão participando juntos de alguns eventos e num deles, em live do Zoom (ou aplicativo análogo, sei lá), eles brincaram de Jeopardy!. Para quem não conhece o gameshow, já falo dele, porque é importante para a situação. Antes de mais nada, como ele funciona; Basicamente, há a inversão de pergunta/resposta. O apresentador dá a resposta e o participante tem que falar a pergunta.
No caso, Tom Brady brincou com a situação ao dizer “Está pistola com seu chefe e não tem opções, Quem é Aaron Rodgers?” sendo que a dica era que a pessoa tinha participado de The Office (assistam, aliás) e Game of Thrones como convidado. Friso o “não tem opções” aqui justamente porque os Packers parecem bater o pé muito forte em relação a uma troca. “Isso é uma projeção, Tom, eu nunca disse que estava descontente com meu chefe”, disse Rodgers para depois dar uma risada. Com o pequeno detalhe que ele estava usando uma camiseta com os dizeres “ESTOU OFENDIDO”.
Saúde mental
Para além da brincadeira de Brady na live – que Rodgers levou numa boa, aliás – temos outro ponto recente: as declarações de Rodgers sobre saúde mental. “Estou muito grato de ter a oportunidade de trabalhar em minha saúde mental”, disse via @bbaby41. “Eu não tenho lidado com depressão ou qualquer coisa assim, mas penso que seja qual for o motivo é OK falar sobre o assunto. Venho tentando colocar-me na melhor forma mental. Quais hábitos eu posso ter para sentir-me mais feliz o possível? É o que venho fazendo”, completou.
Quando juntamos essa declaração de busca da maior felicidade possível com “estou ofendido” na camiseta e a óbvia brincadeira de Brady sobre o motivo ser a diretoria dos Packers, digamos que um divórcio hoje é mais provável do que uma volta ao Wisconsin no final do mês para o training camp. A volta não pode ser descartada. Mas tampouco a aposentadoria.
Em meio a justamente essa situação de sem opções, a cartada final poderia ser justamente isso. Seria uma situação diferente de Palmer, claro, porque Rodgers é recém-MVP e o quarterback dos Bengals não estava mais em seu auge. Mas não subestimemos uma evolução rápida dos acontecimentos. Como dito acima, há vários exemplos de aposentadorias repentinas ou anos sabáticos. Até em outros esportes.
Depois de um 1991 sofrível em que chegou a ser demitido antes do final da temporada pela Ferrari, Alain Prost – que, bingo, estava brigando à rodo com a diretoria – não pilotou nenhum carro em 1992, num ano sabático. Voltou em 1993 para uma temporada derradeira pela Williams, onde foi campeão pela última vez antes de aposentar-se de vez. Então, em se tratando de seres humanos, como dito nada pode ser 100% descartado no que tange a relacionamentos pessoais.
Até porque, como o próprio disse sem dizer, “está ofendido”.
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