Curti: PRÉVIA: QUÃO FAVORITOS SÃO OS 49ERS CONTRA OS VIKINGS?

Não será tão fácil como a linha de favoritismo de Las Vegas indica. Minnesota é um time com identidade: sua defesa tem bastante talento,

Primeira vez como cabeça-de-chave #1 da NFC desde 1997, o San Francisco 49ers vive um glorioso momento na temporada 2019. A equipe apostou em Kyle Shanahan após seu bom trabalho como coordenador ofensivo do Atlanta Falcons, capitalizou na carreira eterna de Tom Brady e mandou apenas uma segunda rodada por Jimmy Garoppolo, de maneira cirúrgica contratou Richard Sherman para reforçar uma debilitada secundária e seguidos investimentos em linha defensiva fizeram com que o time montasse um titã no front. Agora, é hora de colher esses frutos.

Não será tão fácil como a linha de favoritismo de Las Vegas indica. Minnesota é um time com identidade: sua defesa tem bastante talento, Dalvin Cook foi um dos melhores running backs da NFL nesta temporada e Kirk Cousins conseguiu ferir defesas por meio do play action. De toda forma, a tendência é de vitória de San Francisco. Afinal, é o melhor elenco da Conferência Nacional e com méritos foi o primeiro cabeça-de-chave. Sobre isso, vale lembrar que um #6 não destrona um #1 desde 2010, quando os Packers e os Jets o fizeram (Green Bay acabou vencendo o Super Bowl naquela temporada). #1s venceram os últimos oito encontros contra os #6s.

#6 Minnesota Vikings (10-6) @ #1 San Francisco 49ers (13-3)

Local: Levi’s Stadium, Santa Clara, CA

Horário: Sábado, 11 de janeiro, 18:35h. TV: ESPN

Linha nas casas de apostas: San Francisco favorito por 7 pontos

George Kittle vs LBs dos Vikings

É indiscutível a importância de George Kittle para os 49ers e engana-se que ela se resume como recebedor. Um dos motivos pelo qual endosso George Kittle como melhor tight end da NFL é sua capacidade como bloqueador. 49ers sem ele: 3.46 jardas/corrida em 2019 49ers com ele: 4.63 jardas/corrida em 2019. De toda forma, é como alvo de Jimmy Garoppolo que existe uma importância superior para o tight end neste duelo: Garoppolo é um dos quarterbacks que mais procura o tight end na NFL.

Se por um lado Kittle tem 1464 jardas após a recepção (2º da liga), por outro os Vikings cedem apenas 4,1 jardas por recepção – melhor da NFL. Se por um lado Kittle teve vital importância em touchdowns neste ano, por outro a defesa dos Vikings cedeu apenas um para tight ends – e vem de partida fantástica contra Jared Cook, que vivia grande fase. Em resumo: Eric Kendricks e Anthony Barr, linebackers de Minnesota, têm missão dura – mas deram conta do recado neste ano.

Meu voto, por mais que respeite ambos, vai para Kittle nesse duelo. A ideia de Shanahan deve ser a de fazer movimentações antes do snap para gerar stress nessa dupla e, por tabela, abrir espaço para Kittle. Ainda, deve haver uma vertente terrestre em primeiras descidas para o mesmo. O que me leva ao próximo ponto.

Play-Action nosso que estais no céu

Kyle Shanahan é filho de Mike Shanahan – que, por sua vez, tem uma ligação forte com Gary Kubiak, assistente em Minnesota e um dos que certamente mais endossaram pela playactionização do ataque dos Vikings após um decepcionante 2018.

Ambos os times usam bastante essa arma, como o leitor deve imaginar. Garoppolo teve 1670 jardas passadas via play-action, melhor da NFL – por outro lado, Kirk Cousins teve 13 passes para touchdown via play-action, melhor da liga nesse outro quesito. O fiel dessa balança? A defesa dos 49ers. A unidade cedeu 6 jardas por passe em play-action neste ano. Adivinha? Melhor da NFL.

A unidade defensiva de San Francisco parece bastante disciplinada e essa disciplina só pode ruir caso Dalvin Cook tenha um dia fantástico – daqueles para mais de 80 jardas corridas – e logo no início do jogo. Preferencialmente, em primeiras descidas (coisa que, em específico, não aconteceu contra os Saints).

Explorar fraquezas

Ambos os times são bem montados e, embora não tenha quarterbacks que estiveram brigando pelo MVP em 2019, são dois nomes com um mínimo de competência. As equipes devem – e precisam – brigar para achar outras falhas. Por coincidência, há duas na mesma posição.

Do lado de San Francisco, o cornerback Ahkello Whiterspoon. Do lado de Minnesota, por incrível que pareça, Xavier Rhodes.

Falemos primeiro de Whiterspoon. Ele começou bem a temporada mas chegou a se machucar, com lesão leve no pé – o que fez que sua produção caísse aos níveis da temporada passada. Jogando do lado oposto de Richard Sherman, pode ser explorado por Minnesota. Mas por quem? Stefon Diggs está gripado e Adam Thielen vai pro sacrifício, jogando com o tornozelo machucado. É um ponto importante da partida, sobretudo em jardas após a recepção.

Isso porque a defesa de San Francisco trabalha bastante em zona e, bem, as jardas após a recepção seriam bem-vindas no quesito. Cousins teve 6 touchdowns e 4 interceptações contra zona neste ano – 20 TDs e 2 INTs contra homem-a-homem.

Do outro lado, o outrora dominante Xavier Rhodes está tendo uma temporada para esquecer. Oponentes completaram 82% dos passes lançados na direção de Rhodes como o principal marcador – segunda pior marca de um defensive back na liga. Na partida da semana passada contra os Saints, foram quatro recepções para 75 jardas. É uma queda assustadora de produção e certamente Kyle Shanahan quer explorar isso.

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Isso quer dizer que Minnesota não tem chances? Claro que tem, como falo no vídeo abaixo.

 

De toda forma, San Francisco tem mais time e nos pontos que coloquei acima – chave para a partida – acaba levando a melhor. A hipótese de zebra existe e para mim há menos favoritismo do que Vegas aponta – mas essa zebra precisaria vir num jogo perfeito de Dalvin Cook.

Considerando que Diggs/Thielen estão baleados para o jogo e que Cousins tem suas dificuldades contra a onipresente marcação em zona de San Francisco, é natural o favoritismo dos 49ers. Ainda porque vários jogadores importantes, como Kwon Alexander (LB) e Dee Ford (EDGE) voltam de lesão. Sendo assim…

Meu palpite é que o San Francisco 49ers vai para a final da NFC

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