“Nós amamos ele no Draft”.
A coletiva de Pete Carroll no pós-divórcio com Russell Wilson foi um dos eventos mais constrangedores da intertemporada. A declaração acima não era sobre seu ex-quarterback, mas sobre o novo: Drew Lock. A grande questão é… Bem, alguns anos passaram desde que Lock foi draftado em 2019 e nesse interim, ele pouco fez em Denver além do grande feito de liderar a liga em interceptações.
Entre outras bizarrices que Carroll disse naquele dia de março deste ano, a garantia de que o time não está tankando e que a ideia é montar um time campeão “agora”. Sobre a troca, na ocasião ele falou que “a oportunidade mostrou-se disponível, e agora nós temos a chance de dar uma olhada e demos. Ficamos surpresos como foi um bom negócio para nós”.
As coisas que faltou ele falar: o time precisou desse negócio para se recompor de uma troca por um safety que é bom no pass rush e foi usado mais em cobertura no ano passado; o time precisou desse negócio para se recompor de seguidas escolhas estúpidas na primeira rodada – e não é engenharia de obra-pronta, porque todo ano batemos na tecla de que o Seattle Seahawks avacalhava no topo do Draft; e, por fim, que a oportunidade não apareceu do nada, ela pintou porque Russell Wilson não queria mais ficar em Seattle por conta da zona que Pete Carroll criou.
A insistência em replicar um modelo da primeira metade da década passada, com uma overdose de jogo corrido mesmo tendo um quarterback de elite, deve colocar um limite em qualquer um e colocou em Wilson. Agora, ao contrário do que Carroll diz, a competição de quarterbacks passa bem longe do que foi aquela de 2012. Hoje é fácil criticar Matt Flynn, mas ele era um cara com potencial que vinha de dois jogos fabulosos em alívio de Aaron Rodgers em final de temporada. Ele tinha teto, digamos. Wilson, idem.
Completamente distinta da situação de Geno Smith x Drew Lock. Sejamos francos: em quantos times um desses seria titular hoje? Houston? Acho que só, porque no New York Giants eu sou até mais Tyrod Taylor do que ambos.
Time zoneado
Embora seja apenas pré-temporada, a análise é válida porque foi um extremo. Os Seahawks continuam um time feio de doer no ataque, totalmente embasado em milagres com big plays pelo ar ou pelo chão de vez em quando e uma quantidade abismal de jogadas que não vão a lugar nenhum nesse interim. Não surpreende que a equipe teve a menor marca de jogadas ofensivas por jogo em 2021[foot]via Football Outsiders[/foot].
Para completar a festa, a defesa erra tackles, o time foi faltoso até não poder mais e não tem mais Russell Wilson para dar aquela maquiada gostosa na confusão. A impressão que passa é que o Seattle Seahawks tomou o caminho oposto do Green Bay Packers. Os Packers tinham um técnico ultrapassado e escolheram seu quarterback em Aaron Rodgers. Os Seahawks deram carta branca para o treinador.
O resultado é isso: placar zerado no intervalo, torcedor com nó na garganta e um ano que deve ser difícil de digerir. Podemos pular para 2023? Até podemos, mas seja franco: você confia que Pete Carroll vai escolher o quarterback certo no ano que vem?
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