Por mais forte que fosse o elenco do San Francisco 49ers no último ano, o time tinha uma necessidade grande na posição de recebedor. A troca por Emmanuel Sanders ajudou a atenuar o problema ao longo do ano, mas este saiu para o New Orleans Saints na free agency, e esperar que Brandon Aiyuk consiga atuar no mesmo nível considerando a forma que ele chega ao nível profissional é totalmente utópico, mesmo que ele seja uma escolha de primeira rodada.
O jogador mais capacitado a assumir a condição de principal wide receiver do time é Deebo Samuel, selecionado na segunda rodada do Draft de 2019 e que teve um impacto cada vez maior nos 49ers ao longo do último ano. Ainda que existam áreas de seu jogo que ele precise trabalhar para lidar com cornerbacks de maior qualidade, sua primeira campanha na liga traz motivos suficientes para que o torcedor de San Francisco fique animado com seu futuro.
Shanahan sabe como usar as fortalezas de seu jogador
As melhores qualidades de Samuel estão em sua mudança de direção e sua habilidade em campo aberto. Sabendo disso, o treinador dos 49ers ao longo do ano adaptou parte de seu esquema para fazer com que o impacto de seu recebedor pudesse ser maior, o que ficou refletido em suas estatísticas a partir da segunda metade da temporada: 585 jardas recebidas em 8 jogos somadas com 122 jardas terrestres nos últimos 5 jogos de temporada regular.
Deebo é um jogador que sofreu contra cornerbacks mais físicos durante sua temporada de calouro, especialmente os que atuavam em press coverage. Ele falhou bastante em conseguir separação contra defensores que conseguiam tirar o tempo de seu release nas rotas e em momentos que conseguiam colocar suas mãos no recebedor, a rota estava praticamente finalizada – evitar que seus marcadores coloquem a mão no peito é uma característica comum dos grandes recebedores porque isso faz com que a rota seja muito mais limpa.
Talvez por isso não seja coincidência que a área onde Samuel consegue se destacar mais e criar grandes jogadas seja o meio do campo. Como dissemos acima, a mudança de direção do jogador é excelente, de modo que ele consegue correr curls e digs com facilidade. Por mais que ele não seja o recebedor mais veloz da liga, ele possui habilidade atlética o suficiente para que respeitem-no como ameaça vertical, e quando isso acontece, sua rapidez e agilidade lhes dão separação sobre o cornerback. Com a bola na mão, ele é muito difícil de ser derrubado.
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Quando falamos de agilidade e velocidade em campo aberto, a jogada que vem à cabeça é o touchdown contra o Seattle Seahawks na semana 17, quando os 49ers precisavam vencer para consolidar o título da NFC West e o direito de jogar em casa nos playoffs. Samuel foi incrível como recebedor naquele domingo à noite, recebendo todas as 5 bolas que foram lançadas em sua direção e ultrapassando as 100 jardas; entretanto, a jogada de maior impacto não veio de um passe, mas de uma corrida onde ele recebeu a bola no backfield. Outra vez, sua habilidade com a bola nas mãos fica evidente.
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Por fim, falamos acima sobre a agilidade do jogador, que fica evidente quando Deebo precisa fazer movimentos curtos e rápidos: perto da end zone, isso pode servir como ótima arma para criar separação e dar ao quarterback uma alternativa fácil para o touchdown.
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Acredito que o essencial a ser trabalhado no jogo de Samuel é como o recebedor lida com defensores mais físicos, de modo a evitar que suas rotas continuem a ter o timing rompido já na linha de scrimmage. Shanahan faz um trabalho excelente encontrando formas de dar a bola ao jogador, no entanto, ainda existe um caminho a ser percorrido para elevar o jogo de Deebo.
Sua árvore de rotas é boa, e por mais que ele não seja dos mais altos, ele possui o talento necessário para se tornar o principal recebedor dos 49ers. Seu desenvolvimento na segunda metade da temporada regular foi evidente e, se sua curva de produção se manter ascendente, então Emmanuel Sanders quase não fará falta.
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