[dropcap size=big]A[/dropcap]o longo dos primeiros jogos da temporada, o New England Patriots teve uma das piores defesas da NFL. Em pontos por jogo e outras estatísticas, a defesa de Matt Patricia só dava dor de cabeça para o torcedor patriota.
As coisas foram se acertando aos poucos. Cam Newton e Deshaun Watson, dois quarterbacks móveis, fizeram a festa contra essa unidade ao início do ano. Marcus Mariota, não. O que fica da partida de playoff divisional entre Titans e Patriots é justamente isso: a defesa de New England finalmente mostrou força.
Em realidade, é algo que já vinha da reta final da temporada – a unidade começou a criar mais pressão nos quarterbacks adversários e isso ajudou a secundária. Esta, por sua vez, conseguiu eliminar os erros de comunicação que tanto atrapalharam nos seis primeiros jogos.
No início, não tivemos bom sinal
Os Patriots cederam uma campanha de 95 jardas que terminou em touchdown – a mais longa em playoffs desde o Super Bowl XXXVIII contra os Panthers (temporada 2003). Fazia tempo que algo assim não acontecia. Com os Titans à frente no placar, o pior já era temido: será que conseguiriam cometer o crime?
Não foi o caso. O plano de jogo dos Patriots era justamente o necessário para anular as forças de Tennessee. Essa é uma marca dos planos de Belichick/Patricia: neutralizar a força do adversário para que o restante caia como um dominó.
E foi o que aconteceu
Derrick Henry terminou a partida com apenas 28 jardas em 12 carregadas – com uma média de apenas 0,8 jardas antes do primeiro contato. Para contexto, vale lembrar que os Patriots tiveram a pior defesa terrestre nessas jardas antes do contato defensivo – 3,00 por carregada.
O segredo foi simples: lotar o box com oito defensores, disciplina de gaps e nao errar tackles. Mais Bill Belichick, impossível. Com a corrida contida e o ataque indo de vento em popa, os Titans foram obrigados a abandonar de vez o jogo terrestre – sua maior virtude.
Aí, a pressão agressiva em cima de Marcus Mariota começou; Os Patriots tiveram o melhor pass rush da liga na reta final da temporada: 4,7 sacks por jogo desde a Semana 12 – a partida contra os Titans foi um ponto de exclamação nisso tudo. Foram 31% de recuos para passe com Mariota pressionado. A defesa dos Patriots terminou com oito sacks, recorde da franquia em pós-temporada.
Mesmo com o box lotado de jogadores – e, por tabela, pouca gente em profundidade para garantir a defesa contra o passe longo – os Titans não conseguiram conectar em profundidade. Mariota teve 2-3 em passes para mais de 15 jardas na campanha do touchdown (aquela, com 95 jardas). No restante do jogo, sem a ameaça terrestre, 3-8.
O ataque dos Patriots foi “negócios, como sempre”. Você já sabe como foram. O destaque, porém, vai para a defesa. Contra um time que ama correr com a bola como é o caso de Jacksonville, essa afirmação foi essencial. Vejamos as cenas dos próximos capítulos.
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