A defesa dos Titans dará o salto definitivo e estará na elite da NFL?





[dropcap size=big]D[/dropcap]esde que Mike Mularkey foi demitido do Tennessee Titans, o que mais nos vem à cabeça com a chegada do novo treinador Mike Vrabel é que finalmente Marcus Mariota terá um sistema que potencialize suas qualidades, usando melhor as qualidades já demonstradas.

O fato de junto com Vrabel ter chego o coordenador ofensivo Matt LaFleur reforça o otimismo.

Conhecido por seus trabalhos com Jared Goff nos Rams e Matt Ryan nos Falcons em seus melhores anos, espera-se que LaFleur tire o melhor do quarterback do Titans e eleve seu jogo a outro nível. Tal como era esperado quando ele saiu de Oregon.

O que pouco lembramos é que a defesa também passará por mudanças

Essas mudanças podem levar a unidade de mediana como foi na temporada de 2017 para uma força de elite em 2018. Talento existe e com alguns ajustes não tão complicados, o lado defensivo dos Titans poderá fazer seu torcedor sorrir em muitos momentos.

O veterano Dick LeBeau sai e quem o substitui no comando da defesa é Dean Pees, ex Baltimore Ravens.

Sua missão é clara: Fazer com que a defesa contra o passe tenha o mesmo desempenho da defesa contra o jogo corrido. Nas duas últimas temporadas, a defesa dos Titans esteve no top 4 defendendo ataques terrestres. Em compensação, esteve entre as 8 piores pelo ar nas mesmas. Pees vem bem credenciado: a defesa dos Ravens vem de duas temporadas entre as 10 que menos cederam jardas por passe, além de liderar a liga em interceptações em ambas. Não, você não leu errado: o time de Baltimore realmente foi o líder em interceptações em duas temporadas seguidas. Ponto para Pees.

Armas para exercer pressão nos quarterbacks já existiam no elenco em boa quantidade e novas adições foram feitas. Pees é um coordenador conhecidamente agressivo e com muita criatividade em criar pressão no quarterback. Seu playbook costuma ser variado, com vários stunts e blitzes utilizando jogadores de todos os níveis da defesa. No ano passado sua defesa foi a que conseguiu mais êxito pressionando em blitz. Além disso, foi uma das que mais utilizou defensive backs na função e a com melhor resultado nisso em toda NFL.

A importância de uma melhora defensiva

Numa divisão na qual os Titans enfrentarão Andrew Luck (se ele estiver saudável como se espera) e Deshaun Watson duas vezes, fazer pressão pelo miolo da linha defensiva se faz de suma importância.

Com a habilidade de jogar fora do pocket de ambos – e até mesmo de Blake Bortles, que incorporou uma faceta a la Michael Vick pouco conhecida nos playoffs – Pees deverá fazer um trabalho de contain em muitos momentos para evitar ceder a lateral aos mesmos.

Com isso, o pass rush interno terá de fazer seu trabalho para evitar danos. Jurell Casey é um dos melhores defensive tackles fazendo pressão da liga e no ano passado conseguiu 6 sacks. DaQuan Jones não tem o mesmo brilhantismo, mas é competente e teve 3,5 sacks até se lesionar na Semana 12 da temporada passada. Existe uma forte possibilidade de o time ter apenas dois jogadores no interior da linha defensiva em campo num maior número de snaps por conta do apreço que Pees já demonstrou pelos pacotes em dime (com 6 defensive backs em campo). É uma solução viável e inteligente para defesa de Tennessee e mais para a frente explicarei melhor.

Entre os edges, um grupo competente: se ninguém destoou, todos foram regulares. Brian Orapko e Derrick Morgan tiveram 7 sacks cada um e Erik Walden ainda apareceu com 4.

Orapko ainda demonstrou um bom trabalho cobrindo passes e isso é sem dúvida algo que será utilizado nos momentos adequados. Não estranhe se do nada você ver Orapko na linha de scrimmage indicando pressão e no início da jogada dropando para cobrir um running back enquanto um jogador de secundária está indo para pressão.

Se o grupo já era competente, no draft o time pode ter conseguido a pimenta que falta para lhe dar o gosto especial. Harold Landry foi selecionado no segundo round, mas seu talento era de primeiro rodada para a maioria dos scouts. Esse que vos escreve por exemplo o tinha no seu top 10. Uma lesão no seu tornozelo que perdurou durante toda temporada atrapalhou sua produtividade e o fez cair no Draft 2018. Tennessee se aproveitou e conseguiu o melhor pass rusher puro da classe na escolha 41. Landry pode impactar imediatamente nesta defesa tanto abrindo espaços para outros jogadores como conseguindo sacks.

O grupo de inside linebackers, contudo, é o com mais carência de talento

Avery Williamson foi para os Jets, deixando apenas o veterano Wesley Woodyard como remanescente da dupla do ano passado. Ambos foram muito bem contra o jogo corrido e constantemente usados na pressão, mas falharam contra o jogo aéreo deixando a defesa exposta no meio do campo. No draft, Rashaan Evans veio de Alabama e para muitos a escolha foi feita para suprir a ausência de Williamson.

Claro que havia a necessidade de reposição, mas Evans chega também para fazer uma espécie de passagem de bastão com Woodyard. O veterano já está com 32 anos e na temporada de 2019 seu contrato não terá dead cap, o que pode indicar um corte sem maiores problemas a folha dos Titans.

Evans é físico e sua capacidade de jogar tanto no meio como no edge são armas a serem utilizadas. Claro que veremos Woodyard e Evans juntos em alguns pacotes, mas também veremos a equipe alternando entre um e outro muitas vezes.


Quem ocupará o espaço de Williamson então?

A resposta já estava no elenco no ano passado: O safety Johnathan Cyprien. Vindo de Jacksonville na temporada 2017 com direito a um polpudo contrato de US$ 25 milhões por 4 anos, ele não teve boa performance contra o jogo aéreo, sendo queimado em profundidade algumas vezes.

Uma lesão na panturrilha, sofrida na Semana 1o prejudicou – mas a verdade é que ele tem sérias limitações quando precisa cobrir o fundo do campo. Em compensação, é um excelente tackleador, com saída de bloqueios e percepção do jogo corrido acima da média. Se não é competente em profundidade, pode tranquilamente patrulhar o meio do campo e ajudar contra os passes curtos. Com um calendário repleto de adversários com quarterbacks móveis e que podem ganhar jardas com as pernas, Cyprien também funcionará com spy, ficando responsável por conter as corridas dos quarterbacks adversários. Junte toda essa funcionalidade a um coordenador que ama jogar em pacotes de dime como já dito anteriormente e teremos o casamento perfeito.

As demais peças da secundária tem muito talento e parecem apenas precisar de química para funcionar. Kevin Byard está no top 5 na posição de safety na liga. Jogador versátil, ele pode jogar tanto perto do box quanto fazendo cobertura e patrulhando o fundo do campo sozinho. Sua capacidade em caçar a bola no ar é das melhores da liga e no ano passado foram 8 interceptações, sendo um dos líderes da NFL no quesito.

Para ajudar em profundidade, Damon Webb chega da universidade de Ohio State. Safety sem muita força para jogar perto das trincheiras, tem bom processamento e leitura para jogar no fundo do campo junto com Byard.

Entre os cornerbacks, Adoree Jackson teve um bom ano de calouro. Apesar de algumas falhas típicas de um novato, sua capacidade de cobrir mano a mano se destacou e a expectativa é que seu crescimento continue em 2018. Logan Ryan é sólido jogando como nickel. Na outra lateral, sai o limitado Brice McCain e entra Malcolm Butler, antes herói do Super Bowl XLIX, agora renegado pelos Patriots.

É um upgrade grandioso na posição. Após ser misteriosamente colocado no banco no último Super Bowl após ter sido titular o ano todo, ele chega a Tennessee disposto a provar que seu afastamento foi um erro de Bill Belichick. O reencontro já tem inclusive data marcada: 11 de novembro no Nissan Stadium, pela semana 10 da temporada regular.


Se faltava alguém para fazer a “liga” nesta secundária, ninguém melhor que Kerry Coombs. Ele foi o coordenador dos defensive backs de Ohio State nas últimas 6 temporadas. Neste período foram 9 jogadores de secundária draftados por times da NFL. Se você precisar de alguns nomes para compreender melhor o nível dos atletas que ele formou vou citar apenas quatro: Bradley Roby, Marshon Lattimore, Malik Hooker e Denzel Ward. Não é à toa que os scouts dos times que precisam de jogadores nessas posições vivem de olho em Ohio State.

A defesa de Tennessee dará o salto definitivo e estará na elite da NFL?

Impossível dizer. Mas, claramente, o planejamento foi bem executado, as peças são talentosas e as mentes pensantes tem a capacidade de tirar o melhor de seus jogadores. Basta que a química e o encaixe ocorram. Se isso ocorrer, poderemos ver um Tennessee muito mais competitivo e que pode ser uma ameaça real no título da AFC.



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