O Detroit Lions fez uma transformação radical nos últimos meses, alterando seu staff quase que completamente e trocando o quarterback Matthew Stafford depois de mais de uma década. O objetivo da nova diretoria é construir pensando nas trincheiras e no longo prazo. Com talento escasso ao longo do elenco, não devemos ver um time tão competitivo em Detroit neste ano.
Ainda assim, com as escolhas de primeira rodada acumulada para os próximos anos, 2021 é um ano de teste que pode render bons frutos para os Lions daqui pra frente
DRAFT E FREE AGENCY 2021: Stafford não foi a única perda considerável que os Lions sofreram desde o fim da temporada: faces conhecidas como Kenny Golladay, Marvin Jones e Justin Coleman também deixaram a equipe. Os reforços, escassos, só viram Michael Brockers chegando como grande nome embora tenha declinado em pressões geradas ano passado.
No Draft, a situação foi melhor. O excelente Penei Sewell caiu para a sétima escolha geral – ele tem tudo pra ser uma estrela por anos. O restante da classe também resultou em bons nomes no segundo e terceiro dia.
Principal reforço: Penei Sewell, OT. Prospecto completíssimo saindo do Draft, Sewell tem todas as ferramentas técnicas e atléticas para ser uma superestrela na linha ofensiva dos Lions por anos e anos. Se Detroit buscar um novo franchise quarterback em 2022, poderão estar seguros com relação à proteção dele.
Principal perda: Matthew Stafford, QB. Stafford era um quarterback acima da média que nunca conseguiu se destacar em Detroit pela ineptidão da franquia nesse século. Por meio de troca, o novo titular será Jared Goff, e a queda de nível é sensível.
Goff precisará operar milagre em ataque pouco talentoso
Muito provavelmente, você já passou por um daqueles momentos de vida em que te falam que algo é ruim e não presta, mas quando você precisa lidar diretamente com o problema, você vê que nem é tão ruim assim – as vezes a experiência é até positiva. É assim que eu me sinto vendo a junção de Goff com o Detroit Lions.
Nos seus bons tempos com o Los Angeles Rams, Goff estava nos seus melhores momentos quando ele não era pressionado pelo interior da linha ofensiva. A boa notícia é que os Lions possuem uma das melhores linhas ofensivas da NFL – sem exagero. Detroit tem dois ótimos tackles protegendo para o passe em Penei Sewell e Taylor Decker. Frank Ragnow, com sua mobilidade e inteligência, é um dos melhores centers de toda a liga. E a posição de guard não tem tanta qualidade ainda, mas tem potencial com os segundanistas Jonah Jackson e Logan Stenberg.
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Eu acho que esse tem tudo pra ser um excelente grupo, e a partir daí fica mais fácil entender como Goff pode sim jogar razoavelmente bem no Detroit Lions. Quando os Rams não cuidaram do interior de sua linha ofensiva em 2019, o desempenho do quarterback piorou muito em relação aos dois anos anteriores. Acredito que, com a qualidade da proteção que ele terá na nova equipe, isso não será um problema, e assim ele poderá executar bem o sistema de Anthony Lynn.
Que sistema será esse, afinal? Não dá pra prever com toda a certeza do mundo, claro, só que ver como Lynn moldou seu ataque de forma totalmente diferente com relação às fortalezas de Philip Rivers e Justin Herbert no Los Angeles Chargers nos faz imaginar que ele terá a mesma flexibilidade com Goff. Ou seja: espere pelos Lions usando bastante play-action e apostando no jogo aéreo com foco nas zonas curtas e intermediárias. Acredito também que Lynn repetirá a fórmula de McVay com leituras mais simples, dando mais ênfase na execução do que vencendo a defesa adversária na confusão.
Não há muito talento nas posições restantes do ataque, dado que na reconstrução o time focou na linha. Então, esperar que os Lions consigam basear seu ataque em big plays é perda de tempo. Novamente, fazer o que Goff mostrou de melhor com os Rams: foco nas jardas após a recepção com jogadores de velocidade como Breshad Perriman e Tyrell Williams – é, eu disse que faltava talento, tanto que esses são os melhores recebedores. T. J. Hockenson, no entanto, será a grande válvula de escape: ele vem de um ótimo ano e tem tudo para evoluir ainda mais. Hockenson tem um atleticismo muito bem desenvolvido e é inteligente achando espaço nas zonas entre a defesa. Combine isso com Goff trabalhando no meio do campo e é uma receita efetiva para o ataque funcionar.
Sem Patricia, defesa viverá dias melhores
Matt Patricia chegou aos Lions em 2018 com o pedigree de ser o coordenador defensivo de um New England Patriots que havia aparecido três vezes nos últimos quatro Super Bowls. As altas expectativas se esvairaram a medida em que o treinador insistia numa forma de jogar que não dava resultado; não surpreendente, Detroit teve uma das piores defesas da NFL no período.
