A contratação de Leonard Fournette foi a última peça do “Dream Team” montado pelo Tampa Bay Buccaneers em 2020. O running back se juntará a uma lista de recém-chegados ilustres encabeçada por Tom Brady, LeSean McCoy e Rob Gronkowski.
É claro que o termo de “Dream Team” é apenas uma brincadeira. Na verdade, estamos fazendo alusão a este modelo de montagem de elenco baseado na aquisição de vários medalhões em um tiro curto para tentar vencer o Super Bowl. Tampa Bay não é a primeira e nem será a última franquia a adotar tal estratégia.
A pergunta que fica, porém, é: isso realmente dá certo na NFL? Separamos quatro exemplos bastante famosos de “times dos sonhos”, seguindo o critério adotado no parágrafo anterior, para mostrar que normalmente os resultados não são o imaginado.
New England Patriots, 2007
Aquele time dos Patriots foge um pouco do padrão que estabelecemos, mas vale a pena fazer uma menção dada as chegadas de Randy Moss e Wes Welker na intertemporada – Moss era uma superestrela, enquanto Welker era apenas desconhecido saído do Miami Dolphins. Ambos se juntaram a um elenco já bastante forte (Tom Brady, Vince Wilfork, Mike Vrabel, etc.) e foram peças chaves num dos melhores ataques de todos os tempos.
New England também conseguiu alguns outros reforços interessantes na free agency, como o RB Sammy Morris e o LB All-Pro Adalius Thomas, além de ter mantido em seu plantel vários atletas importantes prestes a virarem agentes livres (Junior Seau, Troy Brown, Ty Warren e Asante Samuel). O desfecho desse excepcional grupo de jogadores, talvez o melhor da história a não vencer um título, todo mundo sabe: 16-0 na temporada regular e derrota no Super Bowl para o New York Giants.
Philadelphia Eagles, 2011
Esta é a única equipe da lista realmente chamada de “Dream Team”, termo usado em uma entrevista pelo quarterback Vince Young, contratado para ser o reserva de Michael Vick. Mas era difícil não se empolgar com o que os Eagles fizeram naquele ano. Foram várias aquisições de peso durante a intertemporada: os CBs Dominique Rodgers-Cromartie e Nnamdi Asomugha, o EDGE Jason Babin, o RB Ronnie Brown, o WR Steve Smith, o iDL Cullen Jenkins, o G Evan Mathis e o próprio Young.
Todo esse pessoal encorpou um grupo já bastante qualificado (Vick, DeSean Jackson, Jeremy Maclin, LeSean McCoy, Jason Peters, etc.), o qual dominou a NFC East por boa parte da década de 2000. Não tinha como dar errado, não é? Só que infelizmente deu: o tal “Dream Team” terminou 8-8 em 2011 e sequer foi aos playoffs. Na temporada seguinte, foi ainda pior: Philadelphia acabou 4-12 e Andy Reid foi demitido.
Los Angeles Rams, 2018
Todo mundo deve se lembrar deste caso, afinal ele aconteceu há pouquíssimo tempo. Los Angeles foi para o “all-in” total trocando várias escolhas de Draft por jogadores como Brandin Cooks, Marcus Peters, Aqib Talib e Dante Fowler Jr. Ademais, assinou com veteranos consagrados como Sam Shields e Ndamukong Suh. Tudo isso querendo aproveitar o máximo possível a janela oferecida pelo contrato de calouro de Jared Goff.
Até a ascensão do Tampa Bay Buccaneers 2020, essa havia sido a última tentativa de criar um “Dream Team” na NFL. Os Rams até chegaram ao Super Bowl, todavia acabaram derrotados pelo New England Patriots. O pior, contudo, veio depois: o “Dream Team” se dissolveu rapidamente e Los Angeles, além de não ter escolhas de 1ª rodada por vários anos, entrou em um salary cap hell após contratar tantos medalhões e assinar várias extensões questionáveis. Enfim, foi um manual completo do que uma franquia não deve fazer.
San Francisco 49ers, 1994
Resumindo a história, San Francisco montou um “Dream Team” em 1994 porque eles foram muito espertos manejando o recém-criado salary cap. A franquia aproveitou algumas brechas oferecidas pela NFL para ter vantagem sobre os adversários, por exemplo, convertendo os salários base de 1993 em bônus de assinatura para eles não contarem na folha salarial do ano seguinte.
Assim, enquanto outras organizações sofriam para se adequar ao teto de gastos, os 49ers tiveram dinheiro de sobra para contratar grandes estrelas da época como Deion Sanders, Ken Norton Jr., Toi Cook, Gary Plummer e Richard Dent, além de conseguir a manutenção de nomes como Jerry Rice, Tim McDonald e Ricky Watters. O “time dos sonhos” de San Francisco teve vida curta, mas foi o suficiente para a franquia vencer o Super Bowl em 1994 e dizer que tudo valeu a pena.
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