Myles Garrett (Texas A&M) é praticamente o líder consensual dos boards antes do Draft

E aí, Myles Garrett? Ser o primeiro jogador escolhido no Draft significa ter sucesso na NFL?

Chega a época do Draft e os torcedores das franquias que não foram bem na última temporada se enchem de esperança pela chegada dos novos jogadores, já que uma escolha alta pode significar a solução dos problemas em determinada posição por bastante tempo.

Mais do que isso, a primeira escolha geral muitas vezes representa até um “status”, visto que selecionar o melhor talento disponível na classe é um privilégio e tanto – apesar de significar que o time foi o pior da liga na última temporada.

Contudo, ser a primeira equipe a selecionar realmente significa ter um talento muito acima da média?

Um pouco de história

Deter a primeira escolha tem muito valor em termos de trocas e, principalmente, poder adicionar teoricamente o maior talento do Draft. Desde 1936, algumas franquias nunca tiveram o “privilégio” de escolher na primeira posição: Denver Broncos, Jacksonville Jaguars, Baltimore Ravens e Seattle Seahawks. Já outras não tem a first pick há várias décadas, como Cardinals, Packers, Bears, Eagles, Vikings, Redskins e Giants – todas essas tiveram a primeira escolha pela última vez na década de 60 ou antes disso. Por sinal, os Bears são a franquia que há mais tempo não detém tal direito: desde 1947, quando o time com a primeira escolha ainda era definido por sorteio (foi assim entre 47 e 1958)

Por outro lado, temos as franquias que mais puderam selecionar com a primeira escolha geral. Os Colts e os Rams tiveram cada uma sete vezes o poder; aqueles por três vezes como Baltimore Colts e outras quatro como Indianapolis, enquanto estes foram quatro como Los Angeles, duas como St. Louis e uma como Cleveland.

Em relação à posição dos jogadores, obviamente a posição mais importante do jogo desde a metade do século passado, a de quarterback, lidera com folga: são 31 escolhas, contra 23 running backs e 14 jogadores de linha defensiva. Tal número se dá principalmente pela questão da “importância” de cada posição, com as maiores necessidades vindo em primeiro plano. Além disso, com a NFL tendendo para um jogo mais aéreo do que terrestre vimos uma explosão na escolha de signal callers: desde Peyton Manning (1998) apenas cinco vezes houve escolhas de outras posições que não a de quarterback como primeira escolha  (três linha defensiva e dois linha ofensiva). Vale ressaltar também que, desde 1982, foram apenas dois running backs: Bo Jackson em 86 e Ki-Jana Carter em 95.

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Em relação às universidades das quais os primeiros selecionados vieram, Notre Dame e USC lideram a lista, cada uma com cinco escolhidos. De 1997 para cá nenhuma escola teve dois jogadores selecionados com a first pick. Uma curiosidade é sobre Alabama – principal potência do college nos últimos anos – que teve apenas um jogador como o primeiro escolhido, no ano de 1948.

Vamos ao que interessa… O que esses jogadores viraram?

Ao todo foram 81 jogadores selecionados até aqui. Apesar de 43 – mais da metade, portanto – terem sido escolhidos para ao menos um Pro Bowl durante a carreira, o restante dos números são bem mais decepcionantes – afinal, o Pro Bowl não quer dizer muita coisa, visto que é uma escolha popular e recentemente vemos diversos jogadores abrindo mão de jogar, o que abre espaço para outros nomes.

Dos 43 Pro Bowlers, apenas doze foram introduzidos ao Hall da Fama da NFL. Se você parar para pensar, apenas 14% dos jogadores escolhidos na primeira escolha geral estão no Hall da Fama. Parece pouco. É verdade que alguns nomes ainda não puderam ser selecionados ou até mesmo estão em atividade, mas são nomes praticamente certos, como Peyton Manning. Outros ainda são escolhas recentes, mas tem potencial nítido de estarem no Hall of Fame no futuro. Ainda assim, é número consideravelmente baixo se considerado o hype que tais jogadores chegam à NFL.


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Um outro número assusta um pouco: apenas cinco jogadores foram escolhidos calouros do ano em suas estreias (curiosamente, todos venceram o Heisman Trophy). Cam Newton e Sam Bradford foram dois deles, sendo que as outras vezes em que isso aconteceu foram antes de 1982.

Do outro lado temos…

Se temos algumas lendas do esporte citadas acima, do outro lado da moeda temos os que não vingaram. Só para citar alguns nomes mais recentes: JaMarcus Russell, David Carr, Tim Couch e Ki-Jana Carter. Os quatro são tido como algumas das piores escolhas de Draft na história dos esportes americanos.

Sobre Russell nem precisamos falar muito: já demos vários “prêmios” a ele, como você pode ver aqui e também aqui. Já Carr tem o recorde de sacks em uma temporada da NFL (76) e 226 em quatro temporadas como titular. Couch era a primeira das dezenas de “novas esperanças” dos Browns  – em 1999, ele foi a primeira escolha geral do Draft. Enfim, Carter ficou marcado pelas lesões e nunca conseguir mostrar seu talento: foram 1.144 jardas terrestres em sete temporadas na NFL.

Então, o que significa a primeira escolha?

A verdade é que existe uma tendência recente de uma maior diferença entre o jogo no nível universitário e a NFL. Cada vez mais o college desenvolve um estilo de jogo mais longe do chamado pro style dos profissionais. Isso certamente impacta negativamente na performance dos calouros assim que chegam à principal liga. Se anteriormente já tivemos uma grande inconsistência na performance dos jogadores escolhidos com a first pick, a chance de isso se agravar é grande.

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Escolher o jogador com mais potencial (e as vezes menos “pronto” para NFL) é um desafio ainda maior para os scouts. Ademais, vale ressaltar que esse ano muitos enxergam Myles Garrett como indiscutível seleção na primeira escolha. Geralmente casos assim tendem a ter sucesso na NFL – como por exemplo foi com Andrew Luck, em um caso recente. Só o futuro nos responderá.

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