Com Edelman suspenso, ataque dos Patriots enfrenta problemas?

Leitura Rápida: O wide receiver Julian Edelman foi suspenso pelos quatro primeiros jogos da temporada – Edelman caiu no antidoping. Sem Lewis, Cooks e Amendola, o quão preocupante isso é?


[dropcap size=big]O[/dropcap] Los Angeles Rams investiu pesado para a última temporada da NFL. Trouxe Sammy Watkins via troca e outras peças, como o recebedore Cooper Kupp via draft. Andrew Whitworth, left tackle, veio a peso de ouro na free agency – com média superior aos 10 milhões por temporada mesmo com idade avançada.

Deu certo. Muito disso passou pelas mãos de Sean McVay, é verdade. Mas é indubitável que o sucesso ofensivo dos Rams de 2017 passou pelas mãos de Jared Goff e sua evolução.

Em 2018, o Chicago Bears fez a mesma coisa. Contratou o melhor wide receiver da Free Agency em Allen Robinson, trouxe Trey Burton para ser o tight end titular, investiu na linha e no corpo de recebedores pelo Draft… Mas resta saber: Trubisky conseguirá cozinhar com isso? Esse é o elemento principal da conta. É uma liga de quarterbacks.

Fiz todo esse contexto inicial para o oposto das situações acima. O New England Patriots não conta mais com várias peças de suporte para o quarterback.

Como disse em minha coluna desta semana, os dois jogadores com mais jardas de scrimmage saíram de New England na última intertemporada. Brandin Cooks foi trocado para os Rams e Dion Lewis não teve contrato renovado, assinando com o New England Patriots Sul Tennessee Titans na promessa de revitalizar o ataque empacado da equipe. O quarto, Danny Amendola, também saiu.

Sobrou Rob Gronkowski. Com 1084 jardas de scrimmage na temporada passada, Gronkowski se vê em boatos de que será trocado e após a derrota no Super Bowl LII, não garantiu que voltaria na temporada seguinte – coisa que ele já voltou atrás.

Julian Edelman é outro elemento dessa conta. Sem jogar em 2017 após romper ligamento cruzado anterior do joelho em partida da pré-temporada contra o Detroit Lions, Edelman caiu no antidoping e foi suspenso pelas quatro primeiras partidas da temporada. Os jogos serão contra Houston Texans, Miami Dolphins, Jacksonville Jaguars e um perigoso Detroit Lions, com Matt Patricia no comando. Não é nenhum absurdo dizer que a vida dos Patriots não será fácil nesse primeiro mês de temporada.

Os Texans fizeram Belichick suar no ano passado e voltam a contar com Deshaun Watson. Os Jaguars também fizeram o Imperador suar – ficaram a um passe defletido de Stephon Gilmore de causar estrago nos minutos finais da decisão da Conferência Americana. Ao escrever esses parágrafos, lembro-me como cogitávamos a mesma coisa em 2016: New England sem Brady nos quatro primeiros jogos, partidas difíceis contra Arizona, Buffalo, Miami e Houston e o time saiu com três vitórias.

Será que 2018 reserva início semelhante? Posso ser sincero? Sim.

Da mesma forma que o desempenho dos Rams subiu mais por conta do combo comissão-técnica/quarterback, o oposto se aplica aqui. Ter Bill Belichick e Tom Brady à disposição é o elemento mais importante dessa equação. A mesma dupla, vale lembrar, levou um corpo de recebedores formado por Troy Brown, Reche Caldwell, Doug Gabriel e Jabar Gaffney à final da Conferência Americana em 2006.

Por mais que New England saia com campanha 2-2 nesse período sem Edelman, a situação está longe de ser apocalíptica. Todo o resto da AFC East passa por reestruturação. Metade da divisão sequer sabe quem será o quarterback em setembro – New York Jets e Buffalo Bills contam com calouros escolhidos no top 10 do último Draft. E o Miami Dolphins está na pegada “mudança de cultura” e tem um Ryan Tannehill voltando de lesão no joelho.

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Mesmo que esse time/ataque dos Patriots seja o pior em anos (no papel), ainda é muito difícil apontar dificuldades para chegar à pós-temporada por conta de início ruim. Principalmente porque a comissão técnica (Belichick/McDaniels) e o quarterback seguem sendo (muito) acima da média. A NFL ainda é uma liga de quarterbacks. Por melhor ou pior que seja o elenco de coadjuvantes, o desempenho dos quarterbacks é o que manda. Jay Cutler teve Matt Forté, Brandon Marshall, Martellus Bennett e Alshon Jeffery à disposição e veja o que ele (não) fez.

Por ora, a divisão é muito fraca. Em meio ao marasmo de intertemporada, a notícia de uma suspensão nos Patriots e saídas de jogadores importantes comove – mas não chega a ser realmente preocupante para o torcedor. 


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