Para alguns, como o Pittsburgh Steelers, o gosto amargo de ter ficado pelo caminho após uma temporada que prometia mais. Para outros, como Washington, sensação de dever cumprido, num ano em que pouco se esperava da franquia. Seja lambendo as feridas ou deixando a euforia pelos méritos conseguidos de lado, é hora das equipes eliminadas no wild card dos playoffs seguirem para o próximo passo. Numa liga tão dinâmica como a NFL tempo é escasso e quando se vê, free agency e draft estão batendo na porta. Pensando nisso, separei um ponto que cada equipe precisará resolver na offseason.
Chicago Bears
O grande dilema em Chicago obviamente passa pelo comando e consequentemente pelo ataque. Matt Nagy fica por mais um ano como head coach, mas será preciso que ele entregue novamente o lado ofensivo da bola para Bill Lazor. Após parar de chamar as jogadas, concedendo a função ao coordenador, o ataque mostrou evolução. A questão também passa por quarterback: Trubisky é free agent e se os Bears tiverem o mínimo de juízo, o deixarão ir embora. O problema é confiar em Nick Foles, que além de não ser grande coisa em campo, vem sofrendo com lesões nos dois últimos anos.
Indianapolis Colts
É hora do general manager Chris Ballard tirar o escorpião do bolso. Com bastante espaço na folha salarial (US$ 53 milhões projetados), é hora de fazer alguns movimentos impactantes para que em 2021 o salto aconteça e o time brigue por coisas maiores. A questão quarterback é sem sombra de dúvidas o ponto crucial: apenas o segundanista Jacob Eason (escolha de quarta rodada no Draft 2020) terá contrato, mas possivelmente ele não é o jogador que os Colts precisam neste momento. Com um elenco bem estruturado e muito “ajeitado”, falta um nome de alto calibre que seja a ignição para explosão. Seja no mercado ou no Draft, é hora de arriscar.
Washington Football Team
Que Ron Rivera fez um bom trabalho na sua primeira temporada, ninguém discorda. Arrumou a bagunça toda que era a franquia, instaurou disciplina dentro e fora de campo, montou uma boa defesa e ainda levou a equipe aos playoffs, tudo isso tendo tratado um câncer durante os jogos. Com isso, Washington começa 2021 com menos problemas que seus rivais para resolver. Isso não quer dizer que eles não existam: estão lá e em sua maioria são ofensivos.
Entender se Alex Smith retornará para mais um ano e qual seu teto é a chave: a história de superação é maravilhosa, mas em termos práticos a franquia precisa pensar no futuro a médio/longo prazo. Caso ele não seja a resposta, ir atrás de algum nome no mercado ou subir no Draft são as opções. Além disso, trazer mais armas entre os recebedores e dar um upgrade na linha ofensiva são fundamentais.
Tennessee Titans
Mike Vrabel tem que deixar o ego de lado e pensar urgentemente na contratação de um coordenador defensivo. A defesa era sólida com Dean Pees em 2019, mas após sua aposentadoria, o head coach resolveu acumular funções e viu o desempenho despencar, fazendo a unidade se tornar a pior da liga neste ano em terceiras descidas e uma das piores em sacks. O mais interessante é que as peças basicamente são as mesmas, o que deixa evidente que o problema de tamanha discrepância vem de fora do campo. Um bom nome para trazer a unidade de volta aos seus bons momentos.
Seattle Seahawks
Pete Carroll já afirmou que o time precisa correr mais com a bola e na última terça-feira acabou por demitir o coordenador ofensivo Brian Schottenheimer, dando fim ao “Let Russ Cook”, filosofia que dava maior ênfase ao jogo aéreo. A chave será encontrar um novo comandante para o ataque que atenda aos ensejos do treinador, mas que consiga também trazer um equilíbrio. O grande erro de Schottenheimer foi ser muito 8 ou 80: ou corria ou passava em profundidade. Trazer um sistema que alterna mais as coisas, coloca os passes curtos e intermediários como elementos importantes será vital para os Seahawks possam dar um passo adiante em relação a 2020. Correr com a bola é importante, mas desperdiçar o talento de Russell Wilson fazendo handoffs não pode estar em cogitação.
Pittsburgh Steelers
A queda de produção ofensiva na segunda metade do ano afundou a temporada do Pittsburgh Steelers. Com Ben Roethlisberger dizendo a plenos pulmões que volta para a temporada de 2021, o desafio será encaixar um sistema e peças que possam fazer o quarterback ser produtivo. Novos nomes para linha ofensiva devem aparecer, em especial depois da derrocada do jogo corrido. Um running back de maior calibre também pode pintar, já que James Conner é agente livre e não deve receber um grande contrato.
