Em reconstrução, 49ers têm ano ruim – mas o futuro parece se encaminhar

Falar que o San Francisco 49ers está em reconstrução é uma coisa muito recorrente nas últimas uma ou duas temporadas. A diferença, contudo, é que em 2017 a franquia parece realmente estar se reconstruindo e não apenas implodindo, como aconteceu em anos passados. Mesmo assim, se olharmos sobretudo para os resultados conseguidos pelo time dentro de campo, veremos que San Francisco ainda tem um longo caminho a percorrer.



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Embora ninguém estivesse esperando nada de excepcional dos 49ers, é inegável que começar a temporada com nove derrotas consecutivas (novo recorde da franquia) é algo péssimo. Porém, não chega a ser totalmente uma surpresa.

Por exemplo, o general manager John Lynch e o head coach Kyle Shanahan estão em seu primeiro ano de trabalho. E o contrato de ambos é de seus anos. A dupla ainda está na fase de “peneirar” jogadores, montar o elenco, implantar uma nova filosofia e consertar as besteiras feitas pela gestão de Trent Baalke. Por isso, San Francisco conta com um plantel bastante jovem, inexperiente e com poucos jogadores de nome, o que dificulta bastante a conquista de vitórias.

A boa notícia, por outro lado, é que alguns destes jovens atletas estão mostrando ser bons valores pensando no futuro. Jaquiski Tartt, DeForest Buckner e Reuben Foster podem ser o alicerce de uma sólida defesa em médio e longo prazo. No ataque, temos a ascensão do running back Matt Breida nas últimas semanas e toda a empolgação com a aquisição de Jimmy Garoppolo, um projeto de franchise quarterback.

Por conta disso, temos a impressão que San Francisco enfim parou de andar para trás, o que estava acontecendo desde a saída de Jim Harbaugh em 2014. Contudo, como dissemos antes, ainda há muito a ser feito, afinal um time não acumula um record 1-9 a troco de nada.

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A falta de qualidade do elenco é o maior problema hoje

Entre as semanas 2 e 6, os 49ers perderam cinco partidas consecutivas por três pontos de diferença, incluindo duas derrotas na prorrogação para Cardinals e Colts. Ou seja, eles não são um saco de pancadas na maior parte do tempo, embora essa tenha sido a realidade contra Panthers, Cowboys e Eagles. A questão é que San Francisco acabou falhando na hora decisiva porque carece do talento necessário para segurar os resultados.

O time, por exemplo, mostrou um achado em Jaquiski Tartt, mas em compensação não conta com nenhum cornerback confiável. Ademais, em 2017, sofre sem um pass rusher de impacto no plantel e na linha fora Buckner – o líder da equipe em sacks é o veterano Elvis Dumervil (4,5). Solomon Thomas foi draftado para ser um diferencial pressionando os quarterbacks, porém vem tendo uma temporada de calouro discreta. Essa combinação de secundária fraca e pass rush deficiente costuma ser fatal na hora que os ataques apertam o ritmo no final dos confrontos, aí ocorrem as derrotas por poucos pontos nos minutos derradeiros dos jogos.

Do outro lado da bola, a situação é ainda pior. Os 49ers não possuem nenhum playmaker no ataque. Carlos Hyde é o nome mais importante da unidade, mas mesmo ele não é um running back de primeiro escalão, além de frequentemente estar lidando com lesões. O corpo de recebedores é um dos mais pobres em talento da liga – para você ter uma ideia, Hyde lidera a equipe em recepções (42), seguido por Pierre Garcon (40), que está na lista dos machucados -, a linha ofensiva é no máximo regular e, por fim, a instabilidade reina under center, primeiro com Brian Hoyer e depois com C.J. Beathard. Hoyer é um veterano incapaz de levar alguém a qualquer lugar, enquanto Beathard é um calouro jogado aos leões ainda sem estar pronto para ser titular na NFL.

Com tantos problemas ofensivos assim, chega a ser surpreendente San Francisco ter conseguido fazer várias partidas equilibradas. Entretanto, a falta de qualidade no ataque atrapalha na hora de correr atrás de viradas e mesmo manter a liderança no placar.

A explicação pura e simples do 1-9 é a mais óbvia possível: o time, neste momento, é ruim. Não por culpa de John Lynch ou Kyle Shanahan, pois eles chegaram agora, mas por culpa dos anos de lambanças e decisões questionáveis tomadas pelo antigo general manager Trent Baalke e pelo presidente Jed York. Uma notícia animadora é que pelo menos os 49ers não vem sofrendo com atritos entre atletas e treinadores – ao contrário de Giants e Browns, os outros integrantes do trio da miséria de 2017.

Existe luz no fim do túnel?

Diferente de 2015 e 2016, quando San Francisco parecia estar totalmente sem rumo, a atual temporada pelo menos está fazendo os torcedores terem alguma perspectiva de um futuro promissor. O começo passa por Shanahan e a estabilidade no cargo de head coach, já que ele não vai embora depois de um ano de trabalho igual Jim Tomsula e Chip Kelly. Além disso, nem tudo é terra arrasada no elenco da equipe.

Vejamos o caso da linha defensiva, de longe o setor mais talentoso dos 49ers. Sem chamar atenção, o segundanista DeForest Buckner vem se transformando em um dos defensive tackles mais eficientes da NFL contra a corrida e pressionando os quarterbacks. A unidade também conta com os jovens defensive ends Arik Armstead e Solomon Thomas, duas escolhas de primeira de rodada com potencial de evolução.

Outro jovem defensor que vem se destacando é Reuben Foster. O calouro perdeu partidas em 2017 devido à lesões, mas quando esteve em campo mostrou ser um linebacker dominante e capaz de fazer de tudo, principalmente durante a vitória sobre os Giants[note]https://www.profootballfocus.com/news/pro-refocused-san-francisco-49ers-31-new-york-giants-21 Acesso em: 15/11/2017[/note]. Estes quatro nomes podem ser a base de um front seven especial.

Porém, o grande motivo de otimismo é mesmo a chegada de Garoppolo. Ninguém sabe se ele é para valer ou um fruto da genialidade de Bill Belichik e se ele será um franchise quarterback ou não, mas só a dúvida já deveria ser o suficiente para empolgar os fãs de uma franquia que começou a temporada com Brian Hoyer titular. O ex-reserva de Tom Brady terá uma oportunidade de ouro para continuar se desenvolvendo sob o comando de uma mente ofensiva como a de Shanahan.

Não é fácil enxergar coisas boas em uma equipe 1-9, porém elas existem aqui. Os 49ers timidamente vão criando uma cara de time e com certeza estão em uma situação melhor hoje do que há um ano. Mesmo assim, seria algo fora de lógica dizer que a temporada é positiva ou que o futuro está resolvido. O elenco ainda é bastante fraco e precisa de muitos ajustes para San Francisco sair do buraco onde se meteu. Nesse sentido, o pífio retrospecto de 2017 não deveria surpreender ninguém.

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