Free agency: possíveis cortes de todos os times

Salários e pouca produção são causas para as possíveis dispensas

Com o período de free agency se aproximando cada vez mais, é tempo dos times buscarem formas de liberar espaço na folha salarial para que possam ser mais ativos em março. Se livrar de contratos ruins é sempre a melhor opção: veteranos cujo nível já está em declínio, jogadores cuja produção não corresponde ao alto salário pago etc.

Dessa forma, listamos nesse texto ao menos uma opção de jogador para os 32 times dispensarem e abrirem espaço na folha salarial – com exceção de dois, cujo elenco é jovem e a situação financeira é confortável. Os motivos são os mais variados possíveis, e você pode acompanhar cada um deles ao lado. Vem com a gente!

AFC East

Buffalo Bills: LeSean McCoy, running back – Para os Bills, que se encontram no meio de um processo de reconstrução, a manutenção de LeSean McCoy no elenco não faz tanto sentido, já que ele custará perto de 9 milhões de dólares e 6,4 milhões destes podem ser recuperados caso o veterano corredor seja dispensado. É bem verdade que o ataque de Buffalo é carente de jogadores de qualidade e a dispensa de McCoy agravaria a situação, entretanto, é justo imaginar que a franquia irá apostar em jogadores mais jovens nesse momento.

Miami Dolphins: Ryan Tannehill, quarterback – A situação salarial do Miami Dolphins não é tão confortável – o time adentrará 2019 com pouco mais de onze milhões de dólares disponíveis na folha salarial – e, com a chegada de um novo treinador, um processo de reconstrução intenso está a caminho. A principal dessas mudanças deve ser a dispensa de Ryan Tannehill, que não tem a confiança da franquia e tem o maior salário do elenco atual: aproximadamente 26 milhões de dólares, metade dos quais podem ser liberados se o jogador for cortado.

New England Patriots: Dwayne Allen, tight end – Os Patriots possuem situação complicada com relação a posição, já que não há certeza alguma sobre o retorno de Rob Gronkowski em 2019. A única certeza é que, projetado para receber mais de sete milhões de dólares na temporada que se avizinha e com o time bastante apertado na folha salarial, Dwayne Allen é um corte bastante provável, já que sua produção nem de perto justifica seu alto valor – no momento, o sétimo maior do elenco.

New York Jets: Ninguém – Os Jets são um de apenas dois times dessa lista que, por terem situação financeira bastante confortável – 95 milhões disponíveis na folha salarial – e por já terem atravessado a fase mais difícil de reconstrução do elenco, não precisam de dispensar jogadores, já que a imensa maioria do elenco é composta por jogadores jovens e de baixo custo. O time pode desenvolvê-los e investir dinheiro em posições mais carentes sem ter de dispensar outros membros para isso.

AFC North

Baltimore Ravens: Michael Crabtree, wide receiver – Para um jogador com um salário aproximado de pouco menos de 10 milhões em 2019, a produção de Michael Crabtree no último ano é mais do que justificável para os Ravens irem em outra direção. O time conseguiu abrir bastante espaço na folha salarial com a troca de Joe Flacco, todavia, o contrato de Crabtree ainda é ruim, e quase cinco milhões podem ser liberados.

Cincinnati Bengals: Giovani Bernard, running back – A situação de mercado dos Bengals é confortável na chegada do novo treinador, o que não impede a organização de mudar o panorama de algumas posições do elenco. Um bom exemplo é o grupo de corredores, que podem ter visto em 2018 a última participação de Giovani Bernard com a camisa de Cincinnati: Bernard terá um salário de 4,5 milhões de dólares na próxima temporada e o dead money para sua dispensa é de apenas 750 mil dólares. Sendo Joe Mixon o titular absoluto da posição e com os Bengals tendo recentemente selecionado Mark Walton no Draft, é bem provável que a franquia resolva seguir um caminho diferente no futuro.

Cleveland Browns: Darren Fells, tight end – Os Browns não precisam de abrir espaço na folha salarial com urgência, mas a presença de David Njoku e Seth DeValve no elenco e uma boa classe de tight ends no próximo Draft podem tornar o veterano Darren Fells num jogador dispensável. O ganho com o corte de Fells seria de 2,4 milhões de dólares, somado ao dead money de 1,3 milhões.

Pittsburgh Steelers: Bud Dupree, linebacker – O nome de Dupree causará estranheza em algumas pessoas que esperavam ver Joe Haden aqui, mas não se engane: apesar de caro, Haden vem de um bom ano e trouxe estabilidade a uma secundária dos Steelers que muito necessitava, de modo que sua dispensa é bastante improvável. No caso de Dupree, o linebacker está já há quatro anos em Pittsburgh e parece nunca atingir o potencial que possui, já que suas evoluções são bastante pequenas desde que chegou aos Steelers. Com o preço de mais de nove milhões de dólares e com Pittsburgh estando bastante apertado na folha salarial, é possível que o time decida buscar opções mais baratas na posição.

AFC South

Houston Texans: Whitney Mercilus, linebacker – Mercilus é um candidato forte a ser dispensado nessa intertemporada por não ser mais um jogador ideal no atual esquema defensivo dos Texans. Ele teve seu pior ano com a franquia desde o ano de calouro e, em Duke Ejiofor, o time tem uma opção mais jovem e mais barata. Por mais dolorida que possa ser a dispensa para os fãs, é um movimento que faz bastante sentido se olhando pelo lado da franquia, que ganharia pouco mais de seis milhões de espaço na folha salarial.

Indianapolis Colts: Ninguém – O outro time que não deve dispensar qualquer jogador por conta de situação financeira é o Indianapolis Colts, que chegou aos playoffs da AFC mesmo com uma equipe ainda bastante jovem e de quem pouco se esperava. Com mais de cem milhões de dólares livres na folha salarial, o time não só pode manter o processo de desenvolvimento dos que já estão no elenco como podem ser bastante agressivos na free agency para reforçar as áreas mais carentes, especialmente no lado defensivo da bola.

Jacksonville Jaguars: Malik Jackson, defensive tackle – O investimento maciço em jogadores defensivos iniciado na free agency de 2016 começaria a cobrar um preço altíssimo em algum momento, e cortes terão de ser feitos em 2019 para que os Jaguars possam se adequar ao teto salarial: nesse momento, Jacksonville está seis milhões acima do limite permitido. O corte de Malik Jackson, que abriria 11 milhões, seria uma solução adequada: 2018 foi um ano muito abaixo de seus padrões e de nada lembrou o jogador que foi indicado para o Pro Bowl em 2017.

Tennessee Titans: Josh Kline, guard – Em termos de nível, os Titans definitivamente precisam de um upgrade na posição, já que Kline teve um desempenho bastante decepcionante em 2018. Adicione a isso os pouco mais de três milhões de dólares que a equipe pode abrir na folha salarial com a dispensa do jogador, e a decisão fica ainda mais fácil.

AFC West

Denver Broncos: Brandon Marshall, linebacker – Desde sua renovação de contrato com a franquia em 2016, os valores pagos à Marshall por parte dos Broncos parecem mais e mais um erro. Seu nível decaiu, ele não é mais tão importante no sistema defensivo da franquia e o time está apertado na folha salarial – Marshall admitiu publicamente após o fim da temporada que seus dias no Colorado provavelmente estão contados. De seus nove milhões no salário de 2019, cinco seriam abertos na tabela salarial e quatro resultariam em dead cap.



Kansas City Chiefs: Justin Houston, EDGE – O seu auge parece já estar no passado, e com o absurdo custo de aproximadamente 21 milhões de dólares na temporada 2019 – 14 dos quais podem ser abertos na folha salarial caso os Chiefs dispensem-no -, parece bastante provável que os Chiefs digam adeus a um de seus jogadores mais importantes. Houston já atingiu os 30 anos e não conseguiu ao menos 10 sacks nas últimas quatro temporadas, além de sofrer com problemas com lesões.

Los Angeles Chargers: Corey Liuget, defensive tackle – Essa é uma das duas únicas decisões já confirmadas dentro desse texto, já que os Chargers anunciaram ontem que não exercerão a opção no contrato de Corey Liuget, tornando-o um agente livre a partir do mês de março. Liuget receberia 9,5 milhões nesse ano e, com sua dispensa, os Chargers liberam oito milhões de dólares na folha salarial.

Oakland Raiders: Seth Roberts, wide receiver – Os Raiders possuem bastante espaço disponível na folha salarial e precisam de melhorar o grupo de recebedores, e Roberts não é um nome que se relacione diretamente com relação a melhora – sendo generoso, ele não é um recebedor de elite. Se dispensado, seu salário de 4,65 milhões de dólares não teria nenhum dead money.

NFC East

Dallas Cowboys: Sean Lee, linebacker – Um movimento com alta probabilidade de ocorrer por parte da franquia mas que causará bastante dor no coração dos torcedores dos Dallas Cowboys. As ascensões de Leighton Vander Esch e Jaylon Smith tornaram Sean Lee um jogador menos valioso na defesa dos Cowboys, a qual produziu em nível de elite mesmo com Lee participando em apenas sete jogos em 2019. Sete de aproximadamente dez milhões de dólares do salário do veterano serão liberados na folha salarial.

New York Giants: Olivier Vernon, EDGE – O investimento maciço dos Giants na free agency de 2016 com relação à sua defesa não obteve resultados magníficos, e agora o time está preso no contrato de Olivier Vernon, projetado para receber quase 20 milhões na temporada que se aproxima. Desde que chegou ao time, Vernon não apresentou nível que justifique um valor tão alto, foi um nome bastante especulado perto da trade deadline e mais de dez milhões de dólares podem ser liberados na folha salarial com sua dispensa.

Philadelphia Eagles: Stefan Wisniewski, guard – Embora os Eagles apreciem a versatilidade de Wisniewski, que pode atuar tanto como guard ou como center, o time está apertadíssimo em relação à sua folha salarial e todo espaço que possa ser aliviado é de bom grado. Stefan foi retirado da posição de titular ao longo da temporada regular em favor de Isaac Seumalo e Philadelphia procurará um substituto versátil no Draft. Serão três milhões liberados na folha salarial caso os Eagles decidam romper laços com o jogador.

Washington: Josh Norman, cornerback – Washington está provavelmente adentrando um ano de reconstrução dada a situação de Alex Smith e, considerando a situação do teto salarial da equipe, que não está extremamente confortável, o time pode se ver tentado a se livrar de alguns contratos mais caros. Apesar de bom jogador, Norman não justificou seu massivo contrato assinado com a equipe em 2016, e podendo abrir quase dez milhões de espaço, a organização certamente considerará cortar um de seus mais importantes nomes.

NFC North

Chicago Bears: Dion Sims, tight end – A decisão de cortar Dion Sims é uma das mais fáceis dessa lista: apertadíssimos com relação ao espaço na folha salarial e com Sims recebendo quase seis milhões e meio de dólares – valor que será quase inteiramente liberado – e, com o time tendo adicionado recentemente Trey Burton na free agency e Adam Shaheen no Draft, Sims está com os dias contados em Illinois.

Detroit Lions: Theo Riddick, running back – Apesar de adicionar bom valor como recebedor, Reddick não apresentou em 2018 uma produção que justificasse sua manutenção no elenco com um salário de mais de quatro milhões de dólares. A chegada de Kerryon Johnson para dominar a posição de corredor nos Lions também é um fator que complica sua permanência em Detroit, e seu corte abre pouco mais de três milhões de espaço.

Green Bay Packers: Jimmy Graham, tight end – Para o torcedor dos Packers, é tempo de admitir que o experimento Jimmy Graham não teve um custo-benefício agradável: ele teve seus momentos como recebedor, mas foi pífio como bloqueador e seu valor é altíssimo. A penalidade em seu corte seria alta (7,3 milhões de dead money com relação a um salário de 12,6 milhões), no entanto, Graham foi um erro e Green Bay sabe disso.



Minnesota Vikings: Everson Griffen, defensive end – Talvez o nome mais surpreendente dessa lista? Os Vikings precisam de renovar o contrato de vários jogadores importantes e não possuem muitas opções de por onde abrir espaço na folha salarial. Griffen, que passou por problemas com relação à sua saúde mental em 2018, teve na última temporada seu pior ano desde 2013; além disso, seu valor salarial de 11,7 milhões de dólares pode ser quase inteiramente liberado na folha com sua dispensa.

NFC South

Atlanta Falcons: Mohamed Sanu, wide receiver – Sanu está projetado para receber o oitavo maior salário do elenco em 2019, porém, a ascensão de Calvin Ridley diminuiu bastante sua importância no ataque do Atlanta Falcons. Com 7,4 milhões, é possível que os Falcons mantenham-no junto ao elenco por mais um ano, mas sua dispensa não seria uma grande surpresa.

Carolina Panthers: Torrey Smith, wide receiver – Com apenas 15 milhões de espaço disponível na folha salarial, será bastante surpreendente se os Panthers não dispensarem Torrey Smith, um veterano cujo auge já ficou no passado e que o salário de 5 milhões de dólares poderia ser liberado sem qualquer penalidade. O time investiu bastante em recebedores via Draft nos últimos anos e Smith não tem mais tanta utilidade.

New Orleans Saints: Cameron Meredith, wide receiver – Os Saints fizeram uma aposta em Cameron Meredith saindo de uma grave lesão e erraram feio: ele só participou de seis jogos, sendo um como titular. Mais da metade de seu salário seria aberto em espaço na folha salarial caso sua dispensa ocorra, e New Orleans possui nesse momento apenas 6,5 milhões de dólares disponíveis. Essa é uma decisão que não deve ser difícil.

Tampa Bay Buccaneers: Gerald McCoy, defensive tackle – Dispensar um jogador que é um ídolo da franquia nunca é fácil, mas em termos de negócio, é uma decisão bastante tranquila de se tomar por parte dos Buccaneers, que estão com apenas 15 milhões disponíveis na folha salarial da equipe. McCoy já está com idade avançada e seu salário de 13 milhões de dólares não possui qualquer posição caso Tampa Bay decida ir por uma direção diferente – o próprio jogador já falou em tom de despedida ao fim da temporada.

NFC West 

Arizona Cardinals: Corey Peters, defensive tackle – A defesa dos Cardinals contra o jogo terrestre foi uma aberração em 2018, e a mudança foi geral dentre os técnicos e assistentes. Em Arizona, o sistema defensivo foi alterado para um 3-4, e embora Peters seja um candidato a se manter no time mesmo que numa função diferente na linha defensiva, seu corte poderia abrir três milhões de dólares na folha salarial dos Cardinals. Improvável, de certa forma, mas não deixa de ser uma possibilidade.

Los Angeles Rams: Michael Brockers, defensive end – Um bom nome quase sempre esquecido quando se menciona as estrelas defensivas do Los Angeles Rams é Michael Brockers, porém, com o time em vias de ter de renovar vários contratos gigantes – Goff e Peters os mais notáveis -, e com a penalidade baixíssima caso o time decida partir com Brockers, é bastante provável que os Rams dispensem-no, abrindo 10 milhões de dólares na folha salarial.



San Francisco 49ers: Pierre Garçon, wide receiver – No momento em que esse texto começou a ser escrito ainda não havia confirmação oficial, porém, Mike Garafolo reportou hoje que os 49ers não exercerão a opção no contrato de Pierre Garçon, tornando-o um free agent. Em seus dois anos em San Francisco, ele sofreu com lesões que impediram-no de atuar por uma temporada completa e, além disso, o time investiu múltiplas escolhas em recebedores no último Draft. Era um corte bastante provável e que agora está confirmado.

Seattle Seahawks: Ed Dickson, tight end – Dickson foi contratado depois de um bom ano de 2017 no Carolina Panthers, mas falhou em replicar a produção que lhe rendeu um contrato de três anos na última intertemporada. Ele apresenta bom valor como bloqueador, no entanto, seu corte pode liberar quase 3 milhões de dólares na folha salarial dos Seahawks, que descobriram valor na dupla formada por Nick Vannett e Will Dissly.

Menções honrosas:

  • Blake Bortles, quarterback, Jacksonville Jaguars
  • Robert Quinn, defensive end, Miami Dolphins
  • Donald Penn, tackle, Oakland Raiders
  • Marcell Dareus, defensive tackle, Jacksonville Jaguars

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