Garoppolo dá aos 49ers sua primeira vitória: a tranquilidade

A paz é de espírito e a tranquilidade não têm preço. No caso da NFL, tem. Desde 2004, Pittsburgh Steelers, New York Giants e San Diego/Los Angeles Chargers possuem um quarterback para chamar de seu. Respectivamente, Ben Roethlisberger, Eli Manning e Philip Rivers. Embora os três não estejam em seus melhores anos, é indiscutível que suas presenças deram tranquilidade para que os três times pudessem se preocupar com outras coisas na free agencydraft e conexos.

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Como o Houston Texans bem demonstrou nos últimos três anos, não se vai longe sem um quarterback. Quando o cruel funil dos playoffs se avizinha, é necessário ter um franchise quarterback ou ao menos um signal caller acima da média para segurar o rojão de defesas mais competentes e de confrontos com quarterbacks igualmente acima da média. Os Texans tiveram uma das melhores defesas da NFL no ano passado. Interceptaram Tom Brady duas vezes no Gillette Stadium. De nada importou, já que tinham Brock Osweiler e seus erros como comandante.

“49ERS"

Mas falemos de San Francisco. A equipe não tem vitórias nesta temporada e 2017 lhes reservou o pior início de temporada da história da franquia. Desde o início da temporada passada, a única com Chip Kelly no comando, os 49ers têm duas vitórias e 22 derrotas. Nesta semana, conseguiram mais uma. Não foi dentro de campo.

Inexperiente e incerteza, mas as intangíveis estão ali

É muito difícil saber o que vai virar de Jimmy Garoppolo em San Francisco. Para começar, o histórico de quarterbacks reservas de Tom Brady indo para outro lugar é nada senão ruim. Ryan Mallett, Brian Hoyer e outros tantos tentaram a vida longe dos confins de Boston e fracassaram.

Uma coisa é certa, porém: Garoppolo parece ser o melhor deles. Para início de conversa, foi o quarterback mais “alto” a ser escolhido pelos Patriots na Era Belichick. Não que isso indique certeza, mas ao menos nos diz que o piso de produção dele era mais alto do que os demais que por New England passaram.

Originalmente, Garoppolo era o Príncipe Herdeiro. Os Patriots, aliás, tinham como ideia que houvesse uma renovação contratual para que num futuro (incerto) ele recebesse o bastão de Brady tal qual Aaron Rodgers recebera de Brett Favre. Com Brady mostrando que minha hipótese de que ele é um robô – ninguém joga assim aos 40 anos, é impossível caso ele não seja um cyborg – Jimmy optou por não renovar. Testaria o mercado. Antes disso acontecer, os Patriots lhe trocaram por uma escolha alta na segunda rodada.

Mesmo que Garoppolo seja um fracasso completo, não é como se San Francisco perdesse muito – fora tempo – com essa sombria hipótese. A escolha dada para os Patriots significa uma aposta de baixo risco. Andy Dalton é uma escolha de segunda rodada, por exemplo. No final das contas, mesmo que dê tudo errado, os Niners gastaram com Jimmy praticamente o que o Cleveland Browns gastou com DeShone Kizer no último Draft.

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E as perspectivas aqui são melhores, convenhamos. Ao menos no que diz respeito às intangíveis – trabalho de pocket, ética profissional e conexos – ele parece ter um futuro brilhante pela frente.

A incerteza é menor do que qualquer outro quarterback da Classe de 2018; O custo, também menor – seja via Draft ou com Cousins

Por menor que seja a certeza sobre o futuro de Jimmy Garoppolo no San Francisco 49ers, por menor que seja sua experiência ou espaço amostral na NFL, ainda é mais do que qualquer outro quarterback da próxima classe. E deve sair mais barato. Os Niners não iriam conseguir Josh Allen, Sam Darnold e companhia com apenas uma escolha de segunda rodada. E eles são tiros mais incertos do que Jimmy.

Temos que equacionar isso tudo com Kirk Cousins, claro. Mas, vale lembrar, Cousins chegará ao mercado no ano que vem a peso de ouro. O potencial contrato futuro de San Francisco com Garoppolo será mais fácil de negociar do que um contrato com Cousins – dado que a demanda por seus serviços e, por tabela, a concorrência, serão maiores. Ademais, na pior das hipóteses, os 49ers podem colocar uma franchise tag em Garoppolo. Ele joga em contrato de um ano e, se der tudo errado, os 49ers só perdem uma escolha de segunda rodada na brincadeira.

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Não acredito que o contrato de Jimmy será feito nesta semana. Tampouco acredito em Kyle Shanahan quando este disse que Garoppolo pode sequer ser titular nesta temporada. Os Niners têm oito semanas para saber, em treinamentos e reuniões, o quarterback que receberam de Bill Belichick. A esperança do torcedor é que não seja um cavalo de Troia vindo de Belichick.

Seja como for, a vitória já veio: tranquilidade pare montar o resto do elenco. Isso, como nos exemplos que dei no início, vale ouro.

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