Titans não têm chance contra os Patriots? Há uma fórmula para o crime

[dropcap size=big]P[/dropcap]raticamente uma semana após o polêmico artigo da ESPN americana – se você não leu, em resumo, um repórter indica que há rachaduras na relação Brady/Belichick/Kraft – o New England Patriots entra em campo contra o Tennessee Titans. Estes vem de bela vitória contra o Kansas City Chiefs – num jogo no qual se recuperaram de um déficit de 18 pontos.

Ante esse cenário, com os Titans tendo tomado mais pontos do que feito durante a temporada regular, com a experiência de 34 jogos de Tom Brady em playoffs e apenas um jogo por Mariota… Os Titans têm alguma chance?

A história diz que não

Poucos times foram tão dominados por Tom Brady em sua carreira quanto Tennessee. São seis vitórias e apenas uma derrota – a única veio em 2002, a temporada de ressaca e a última vez que os Patriots não foram para os playoffs com Tom Brady saudável. A última vitória dos Titans EM New England? Bom, nunca aconteceu. O time ainda era Houston Oilers quando venceu os Patriots no então Foxboro Stadium. Scott Secules – quem? – era o quarterback dos Patriots naquela partida.

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Para complicar, Brady tem 10 vitórias e uma derrota em casa no Divisional Round. Só dois quarterbacks venceram Brady/Belichick, nos playoffs, em Foxboro: a defesa do New York Jets Mark Sanchez uma vez e Joe Flacco duas.

Ante esse panorama histórico de dominância patriota e do panorama da própria temporada regular, os Titans são zebras por 13,5 pontos nas bolsas de apostas de Las Vegas. Praticamente dois touchdowns com os pontos extras. Quando favoritos por tanto, New England tem 4-0 em playoff. Sabe quantas zebras por 13,5 pontos ou mais venceram em pós-temporada? Três. Jets no Super Bowl III, Patriots no Super Bowl XXXVI, Jaguars contra os Broncos nos playoffs 1996.



OK, mas eles têm uma chance?

Claro, o jogo é jogado. Como dito, não é como se nunca tivesse acontecido. Os exemplos históricos contrários estão aí para provar o contrário. Os próprios Patriots eram zebraças contra o Greatest Show on Turf no Super Bowl XXXVI e acabaram vencendo e surpreendendo os Rams.

Resta saber: há um caminho? Há. Replicar o que os Ravens fizeram duas vezes e o que os Jets fizeram uma. Boa defesa, bom jogo terrestre. Não há muita coisa para ir além disso. Nas três derrotas em casa da Era Belichick, o New England Patriots sofreu em três áreas: parar a corrida, perder a batalha dos turnovers e a batalha por posição de campo.

Nas 17 vitórias, cederam média de 98 jardas corridas. Nas três derrotas, 158. Nas vitórias, +17 de margem de turnover. Nas derrotas, -6. Nas vitórias, a margem de posição de campo foi + 4,8 – nas derrotas, -8,1. O primeiro passo, para Tennessee, é plausível. Derrick Henry será o titular no jogo corrido de novo e ele vem de partida excelente: 156 jardas contra Kansas City. Com ele em campo, Mariota teve momentos melhores em 2017.

Fato é: os Titans devem focar na corrida. New England tem a segunda pior defesa da NFL em jardas cedidas por carregada – 4,71 por corrida – e a pior defesa da liga em jardas corridas antes do primeiro contato – média de 3 por carregada. Por mais que o corpo de linebackers dos Patriots seja fraco contra a corrida, New England deve meter oito homens no box. Com isso, a corrida deve ser mais contida e… O jogo reside nas mãos de Mariota. E não pense que ele poderá resolver correndo – certamente Matt Patricia/Bill Belichick colocarão um linebacker em spy contra suas corridas. Se os Titans quiserem ter uma chance, será pelo braço de Marcus.



Por mais que a defesa de Tennessee tenha terminado em 16ª em pontos ofensivos cedidos/jogo, ela aparece bem em outros quesitos. É a quarta em jardas/corrida (3.6), primeira em menos touchdowns terrestres e a melhor em menos big plays cedidas. Seja como for, o caminho defensivo é forçar turnovers. Para sorte do time, Brady tem cinco interceptações nos últimos cinco jogos – os demais números também caíram, como jardas por tentativa e porcentagem de passes completos.

Em resumo: correr bem, ganhar com ampla vantagem a batalha de turnovers, executar na red zone. Essa é a fórmula. Fácil? Nem de perto. New England é favorito por tanto justamente porque é o melhor time da Conferência Americana durante a temporada regular. E vem na fissura por conta da polêmica daquele artigo da ESPN americana. A menos que um milagre aconteça, Belichick e Brady seguem para a sétima final seguida da Conferência Americana.

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