Depois da óbvia exceção com os quarterbacks, a posição que recebe mais atenção no ataque da equipes é a de wide receiver, fruto da maior utilização do jogo aéreo na NFL desde a virada do século. Nos últimos dois anos, vimos uma tonelada de jogadores de alta qualidade na posição serem recrutados na primeira rodada; a ascensão do personnel 11 (3 WRs, 1 RB, 1 TE) é uma das grandes causas para tal.
Você não precisa olhar muito além dos últimos dois campeões para entender o quão importante é ter um grupo de recebedores não apenas de alta qualidade como também bastante profundo – Scotty Miller e Sammy Watkins, por exemplo, se destacaram e foram essenciais nos playoffs para Tampa Bay Buccaneers e Kansas City Chiefs mesmo sem ser a principal opção na posição. Enfim, vamos falar dos wide receivers em 2021.
Hopkins pode voltar a ser o melhor da liga?
Se você bem se lembra do início da carreira de DeAndre Hopkins, ele se destacava com uma produção incrível mesmo com quarterbacks muito abaixo da média lançando em sua direção no Houston Texans. Quando a organização subiu por Deshaun Watson no Draft de 2017, pudemos ver o real potencial do recebedor, que teve os melhores anos de sua carreira e foi indicado ao primeiro time do All-Pro por três vezes consecutivas.
Como você deve se lembrar, os Texans fizeram uma das piores trocas da história no ano passado e enviaram-no para o Arizona Cardinals por uma mera escolha de segunda rodada.
Hopkins permaneceu como uma superestrela na liga na nova equipe. O wide receiver dos Cardinals continua demonstrando ser elite em todos os aspectos do jogo: sua árvore de rotas é completa e sua capacidade de gerar separação é acima da média, se destacando também em recepções contestadas por seu excelente porte físico. Hopkins acumula 6 temporadas com pelo menos 1000 jardas recebidas em 8 anos de NFL e tudo indica que ele continuará aumentando essa marca nos próximos anos.
Thomas, Adams: (possíveis) novos quarterbacks?
Outros dois nomes pertencentes à elite da liga na posição talvez terão de lidar com um cenário bastante diferente quando setembro chegar.
Michael Thomas vem de um ano muito afetado por lesões onde ele não chegou nem perto de reproduzir seu potencial; para 2021, ainda que ele esteja saudável, a estrela do New Orleans Saints não terá o lendário Drew Brees como seu quarterback, e a qualidade de Jameis Winston (ou Taysom Hill) substituindo Brees é uma incógnita. Quando saudável, Thomas é excelente em rotas curtas e intermediárias, e seu volume no ataque é justificável por sua produção. Ele é extremamente sólido e também habita a elite da posição.
Já que falamos de incógnita, a maior desse artigo é Davante Adams: se Aaron Rodgers de fato for trocado, como será a produção de Adams em 2021? Ele foi o melhor recebedor da NFL no último ano, demonstrando capacidade de conseguir separação por meio de suas rotas e com velocidade suficiente para produzir de forma vertical, solidificando-o como First Team All-Pro ao fim da temporada. Com Rodgers, ele pode manter a excelente produção; sem ele, o cenário pode se alterar.
O potencial estratosférico das classes de 2020 e 2021
Não dá pra deixar de mencionar as duas classes recentes de Draft que possuíam todo tipo de estrela na posição e que provavelmente merecem uma nota 10. Somando os dois anos, são 11 wide receivers selecionados na primeira noite, e ainda existem outros jogadores de altíssima qualidade fora dessa lista.
Justin Jefferson, do Minnesota Vikings, é o grande destaque aqui, com 1400 jardas como calouro na temporada de 2020, a quarta maior marca de toda a liga. Se CeeDee Lamb, Tee Higgins e Chase Claypool são outros nomes que tiveram um bom primeiro ano, a classe de 2021 não deve ficar atrás, ainda mais contando com nomes como Ja’Marr Chase, Jaylen Waddle e DeVonta Smith, todos escolhidos no top 10 do Draft.
Enfim, se o seu time precisava de recebedores nos últimos anos, não faltaram oportunidades para adicionar talento na posição. Evidentemente, nem todos eles se provarão na NFL, mas a tendência é bastante positiva.
Para ficar de olho: Allen Robinson com um bom quarterback
O supracitado cenário de início de carreira de Hopkins também se repetiu com Allen Robinson – o problema é que ele não melhorou ao longo dos anos para o atual membro do Chicago Bears. Escolhido pelo Jacksonville Jaguars na segunda rodada do Draft de 2014, Robinson teve de lidar, ao longo de sua carreira, com Blake Bortles, Mitchell Trubisky e Nick Foles lançando passes em sua direção. Muito, muito longe do ideal.
Ainda assim, ele nunca deixou de se provar em campo, com grande habilidade de fazer recepções contestadas e ótimo no ponto de ataque para fazer a recepção, registrando pouquíssimos drops. Ele quis deixar os Bears durante o início da intertemporada, entretanto, Chicago manteve-o; agora, a organização finalmente possui um quarterback talentoso em Justin Fields.
Se Robinson já era um dos melhores wide receivers da liga antes, imaginem com um quarterback de verdade.
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