Já chegou o teto de Jalen Hurts?

Depois de um ano com altos e baixos com ida à pós-temporada mas sem muita força para passar de Tampa Bay, Jalen Hurts tem continuidade na comissão técnica e reforços importantes como A.J. Brown; Fica a pergunta: já chegou seu teto de produção ou ainda há espaço para melhora?

Não. Qualquer pessoa que cravar isso acaba sendo um pessimista por natureza. Por mais pessimista que eu seja com Jalen Hurts e que eu acredite que ele está chegando em seu limite de produção, ao menos é necessário o benefício da dúvida. Dúvidas pairam em alguns aspectos. Hurts foi conduzido ou conduziu o time aos playoffs no ano passado? Exagero dizer que foi um aspone, sendo conduzido como Mitchell Trubisky, Blake Bortles e companhia bela fizeram em anos anteriores. Tampouco é justo dizer que ele apenas não atrapalhou. Jalen Hurts teve, sim, um papel importante e talvez fundamental na segunda metade da temporada, na medida em que o time saiu de uma equipe que passou muito para uma equipe que correu muito (também, com ele).

O que preocupa, porém, são os jogos nos quais o ataque terrestre não fluiu e tirou atenção de Hurts como passador. Poderia ir no “jogos nos quais Philadelphia passou de 100 jardas terrestres”, mas isso seria raso e englobaria literalmente todos os jogos da segunda metade da temporada. Então vamos fazer um corte para as partidas com menos de 4,5 jardas por corrida – ou seja, quando o ataque terrestre não fluiu tanto assim.

Quando o time não teve essa (boa) marca de 4,5 jardas por corrida na temporada passada, Hurts teve 47 de rating e 6,7 jardas por passe. Quando o time esteve por mais de uma posse atrás no placar, 4 touchdowns e 3 interceptações e 34 de rating. Ou seja: em situações nas quais Hurts foi obrigado a ser mais do que alguém com alegria nas pernas, as coisa desandou um pouco. E em 2022?

É justa a esperança

A vida do torcedor com um quarterback jovem é baseada em esperança. Há certo limite que nós, que trabalhamos com todos os times, devemos ter quando essa palavra é usada, mas acho justo que o verde seja a cor do time e essa cor da esperança esteja em voga. Há motivos para crer em melhora de Hurts como passador. Primeiro porque ele tem apenas 23 anos, fato pouco falado. Ainda há “mato para cortar” em termos de crescimento. Segundo porque tudo o que temos dele desde sempre é de alguém com exímia confiança e ética de trabalho. Isso ficou pra lá de evidente quando perdeu a titularidade de Alabama para Tua Tagovailoa e seguiu em frente.

Terceiro porque há continuidade e, ao mesmo tempo, reforços. Como dito, o perfil do time mudou (bastante) na segunda metade da temporada[foot]Como muitos evidenciaram e até um “estudo de caso” foi feito pelo Football Outsiders nesse aspecto[/foot]. Isso afetou muitos do time, para cima, mas afetou. A temporada de DeVonta Smith, por exemplo, melhorou bastante quando o time ficou mais corridacêntrico – o mesmo pode ser dito de Hurts. Agora, espera-se justamente essa continuidade e ainda há a chegada de A.J. Brown, excelente troca feita pelo time na noite do Draft.

Brown é um recebedor acima da média e pode ajudar bastante seu novo quarterback. Isso, por si (para além de qualquer outro motivo no texto) já seria motivo para acreditar. Mas tudo tem limite. Não esperemos que Hurts vai virar um candidato a MVP ou um quarterback de 4500 jardas todo ano. É quase impossível que isso aconteça. É possível, porém, que ele “veja o jogo mais lento” na sua frente, corte turnovers e conduza o time rumo à pós-temporada. Isso é plenamente possível de acreditar. Continuidade e elenco ele tem. Se não acontecer, tudo bem: vale lembrar que o time tem duas escolhas na primeira rodada de 2023.

Para saber mais:
Prévias 2022: New York Giants
Prévias 2022: Tennessee Titans
🎙️Ep.1, Temp. 2022: Tudo que você precisa saber sobre a pré-temporada da NFL
Deebo Samuel e 49ers renovam, em movimento importante para o projeto Lance

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