Kansas City Chiefs: o “destruidor de narrativas” ataca novamente

[dropcap size=big]A[/dropcap]o longo da temporada 2017, o Kansas City Chiefs vem insistindo em destruir várias das narrativas estabelecidas na liga. Desde antes da temporada começar, a equipe tem frustrado diversas expectativas criadas. Quem, como nós, cobre os acontecimentos da NFL, tem que seguir “se virando” pra entender o vai e vem da equipe comandada por Andy Reid durante todo o ano.

No último sábado, diante do Los Angeles Chargers, a equipe dos Chiefs mais uma vez mostrou ser um time cujo desempenho é difícil de prever. Com a vitória por 30 a 13, Kansas City está perto da vaga nos playoffs (e do título da AFC West). Mas… conhecendo a equipe, melhor esperar pra ver.

Revendo a performance da equipe no jogo de sábado, podemos perceber que, na verdade, ela se encaixa bem com tudo o que aconteceu com os Chiefs neste ano. Vamos aproveitar para lembrar todas as reviravoltas do time na temporada (desde a semana 1).



Chiefs: Destruindo as narrativas

Primeiro jogo da temporada. O campeão New England Patriots chega na temporada 2017 com muita gente falando em 16-0, considerando a equipe quase imbatível. Chega o adversário Kansas City Chiefs e… 42 a 27 para os Chiefs em pleno Gillette Stadium. Com o running back calouro Kareem Hunt fazendo uma grande estreia e um Alex Smith arriscando passes longos como nunca tinha feito, o ataque de Kansas City impressionou.

Nos jogos subsequentes dos Chiefs, vitórias sobre Philadelphia, Los Angeles Chargers, Washington e Houston. Com esse começo arrasador, os Chiefs alcançaram o posto de melhor equipe do início da temporada. Alex Smith e Kareem Hunt lideravam todas as pesquisas para MVP e calouro do ano, respectivamente.

Neste momento, Andy Reid e o coordenador ofensivo Matt Nagy recebiam muitos elogios pelo sistema ofensivo dos Chiefs. Utilizando-se de fakes, options e misdirections, o ataque dos Chiefs vinha deixando as defesas sempre um passo atrás. Contando com opções dinâmicas como Travis Kelce e Tyreek Hill, o “ataque de college“(termo utilizado, sei lá por quê, com tom pejorativo) dos Chiefs esteve entre as coisas mais legais da temporada.

A defesa não ficava muito atrás. Com bons veteranos no front seven, como Justin Houston, Tamba Hali, Derrick Johnson e Bennie Logan, além do irregular (mas muito talentoso) cornerback Marcus Peters, a defesa dos Chiefs apresentou boas performances contra boas unidades ofensivas. Opa, peraí. Mas desse jeito parecia que os Chiefs iriam ganhar a divisão com tranquilidade, marchando de forma direta para os playoffs da AFC. Não! Mais uma narrativa destruída.

Nos sete jogos seguintes, a equipe apresentou uma regressão importante, particularmente no desempenho ofensivo. Foram seis derrotas e apenas uma vitória. Dentre as derrotas, destacamos jogos contra equipes que não vinham bem na temporada, como Giants e Jets.

Nessas partidas, o que mais chamou a atenção foi a mudança na performance do quarterback Alex Smith. Smith voltou a ser aquele quarterback com aversão a riscos, característica que marcou sua carreira. Além disso, muitos erros do quarterback, somados à falência súbita do até então pujante jogo corrido da equipe, tornaram o time absolutamente vulnerável, parecendo quase que incapaz de ganhar um jogo.

No jogo contra os Jets, que finalizou a transformação do recorde de 5-0 para 6-6, o cornerback Marcus Peters cometeu um ato de indisciplina típico de times que estão perdidos. Após a marcação de uma falta, jogou a bandeira amarela do árbitro na arquibancada. A seguir, mesmo sem ser sido excluído do jogo, deixou o campo. Esta atitude irou o técnico Andy Reid, que suspendeu Peters, um de seus principais jogadores de defesa, da partida seguinte, contra os Raiders.



Então… as perspectivas da equipe em 2017 pareciam encerradas, não? Claro que não!

Vitórias sobre Oakland e Los Angeles Chargers levaram a equipe à marca de 8-6, em posição de vantagem para conquistar o título da divisão e a vaga nos playoffs. O renascimento dos Chiefs aconteceu por conta de uma retomada da força do ataque da equipe, particularmente do jogo corrido. Kareem Hunt, que parecia ter batido de frente na “rookie wall” (tendência de calouros de caírem de produção no final da temporada, por conta do número maior de jogos na NFL com relação ao college), voltou a ganhar muitas jardas, sempre facilitando a aplicação dos fakes e options de Reid e Nagy.

O jogo de sábado

Contra os Chargers, no último sábado, o ataque dos Chiefs juntou tudo o que de melhor fez em toda a temporada. Kareem Hunt correu muito bem, particularmente em corridas laterais, em bloqueios por zona. O running back terminou o jogo com mais de 200 jardas totais, além de 2 touchdowns.

Contra os Chargers, no último sábado, o ataque dos Chiefs juntou tudo o que de melhor fez em toda a temporada.

O sucesso de Hunt, por sua vez, abre caminho para a execução de fakes. Os Chiefs se utilizam dos seus versáteis receptores, como DeAnthony Thomas e Albert Wilson, além dos já citados Kelce, Hill e Hunt, para passes curtos após fakes, com ganhos de jardas após a recepção. Além disso, o próprio Alex Smith foi muito bem, lançando até um ótimo passe em profundidade, que culminou no touchdown do ultra veloz Tyreek Hill. Smith também ganhou jardas correndo com a bola, liderando inclusive jogadas de sprint option, em que corre lateralmente e depois lê o defensor para escolher se fica com a bola ou faz o pitch para o running back. Smith terminou o jogo com 23 passes completos em 30 tentativas, para 231 jardas e 2 touchdowns.

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Na defesa, Marcus Peters fez jus à sua reputação. O cornerback corre muitos riscos, mas frequentemente, como contra os Chargers, consegue recompensas. No sábado foram duas interceptações do quarterback Philip Rivers. Vitória maiúscula de Kansas City na disputa pela vaga nos playoffs.

Rumo aos playoffs?

Teoricamente, a vida dos Chiefs é simples para chegar aos playoffs. Uma vitória nos dois jogos restantes garante o título da divisão. Considerando que as partidas são em casa contra o Miami Dolphins e fora contra o eliminado Denver Broncos, a missão parece tranquila.

No entanto, se a temporada dos Chiefs nos mostrou alguma coisa, é de que é melhor aguardar um pouco antes de fazer qualquer previsão mais arriscada. O que dá pra dizer é que, por seu ataque muito variado, cheio de alternativas, seria muito interessante ter a equipe fazendo parte da pós-temporada. De qualquer forma, ainda há tempo para os Chiefs destruírem mais algumas narrativas.

Vamos assistir… com um balde de pipoca nas mãos.

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