Kittle tem tudo para voltar bem – veja o que esperar dos tight ends em 2021

Após perder grande parte de 2020 por conta de lesões, George Kittle volta aos campos num promissor San Francisco 49ers e espera retomar o posto de melhor tight end, num ano em que a posição está recheada de bons jogadores.

O desejo de todos os coordenadores ofensivos na NFL de hoje é encontrar um tight end para chamar de seu. Peças mortais quando bem utilizadas, costumam causar grandes danos nas defesas adversárias, pela dificuldade em encontrar defensores que tenham a combinação de velocidade e tamanho adequada.

Cada vez mais valorizados, os jogadores da posição começam a receber contratos com valores mais altos e serem escolhas mais altas no Draft, como Kyle Pitts, selecionado na número 4 geral neste ano.

Kittle é o protótipo da posição, seja bloqueando ou recebendo

“Estou vivo, técnico”. Em meio à declaração de Kyle Shanahan de que não conseguiria garantir que ninguém estaria vivo no domingo depois do Draft ao ser perguntado sobre Garoppolo, George Kittle mostrou seu lado brincalhão e carismático. Escolha de quinta rodada, Kittle é um dos bons exemplos de que o Draft é muito mais do que o cara mostrou no College: lapidar o talento é essencial.

Dá para dizer que Kittle é quase um portal da Caverna do Dragão: une dois mundos muito distintos. Se no jogo corrido ele traz uma fisicalidade e uma atitude típica dos tight ends dos anos 1980, pelo ar sua finesse e técnica lembram os melhores momentos de Tony Gonzales e Antonio Gates. Tendo perdido parte da temporada passada por lesão, seu retorno é fundamental para as aspirações dos 49ers. Agressivo e com ímpeto raro, o carismático jogador é de grande valia em todas as funções, o tornando ainda mais valioso. Sem Kittle, San Francisco é apenas mais um ataque ok: já com ele muda de patamar, tamanho seu talento.

Seja com Trey Lance ou com Jimmy Garoppolo, a expectativa é alta para 2021. O sistema de Kyle Shanahan preza por jardas após a recepção tal como seu par de elite da NFC, Travis Kelce, o tight end dos 49ers é excelente achando espaços entre as marcações e voa baixo em jardas após a recepção.

Andrews e Hockenson, os subestimados

O 2020 de Mark Andrews não foi tão quanto se esperava, tendo uma regressão em relação à temporada anterior: mesmo assim ele é um nome importante e estar aqui fala muito sobre seu nível de talento. O ano que ficou para trás foi conturbado para os Ravens, que não tiveram um jogo aéreo tão efetivo quanto esperado, mas ele segue sendo um gerador de confrontos favoráveis e precisa ser melhor utilizado. Sua velocidade permite que estique o campo pelo meio e com a chegada de novos recebedores, a tendência é que ele enfrente mais vezes coberturas simples, o que deve aumentar sua produção.

Nessa toada, narrativas por vezes nos fazem esquecer de personagens importantes. A irrelevância do Detroit Lions em 2020 fez com que a boa temporada de T.J. Hockenson passasse desapercebida pela maioria. Com mais de 700 jardas recebidas, o salto de qualidade foi imenso em relação ao seu ano de calouro, trazendo esperanças para o torcedor. A projeção é ainda melhor: o novo treinador Dan Campbell quer estabelecer seu novo sistema, utilizando um jogo corrido forte, onde a qualidade de Hockenson como bloqueador deve ficar ainda mais evidente. Num elenco sem wide receivers de grande expressão também é possível que ele se torne ponto focal do quarterback Jared Goff.

AFC West, a terra de tight ends

Falando em tight ends para 2021, sobe a plaquinha de substituição entre os nomes mais importantes: sai o combalido Zach Ertz e Darren Waller assume seu lugar. Brincadeiras a parte, Waller usou 2020 para consolidar seu status entre os melhores tight ends da NFL. Mesmo não sendo um corpulento bloqueador foi bastante utilizado por Jon Gruden, – que tem uma mentalidade bem conservadora sobre os jogadores – sendo um dos mais produtivos jogadores da posição, chegando pelo segundo ano consecutivo a mais de 1000 jardas recebidas. Muito explosivo, Waller se torna um running back com a bola nas mãos e qualquer espaço pode virar um estrago.

Se falamos da AFC e em especial da AFC West, não podemos esquecer um nome. Se eu fosse dono de uma marca de vinhos, escolheria Travis Kelce como garoto propaganda: tal qual a bebida, ele fica melhor a cada ano que passa, não sentindo o peso da idade. Em 2020 ele teve a melhor temporada da carreira e foi essencial para aliviar a pressão em Patrick Mahomes, que nos momentos de apuros sempre procura seu tight end de confiança. Forte, dinâmico, mãos firmes: Kelce traz tudo que se espera de um jogador da posição. Ao contrário do que muitos dizem, ele ainda contribui bem no jogo corrido. Com bons reforços no ataque dos Chiefs, não me espantarei se o camisa 87 tiver mais um ano impecável.

Fique de olho: Kyle Pitts – Atlanta Falcons.

Claro que falar de um calouro antes dele pisar no campo na NFL é arriscado, mas o nível de talento de Kyle Pitts faz com que ele seja o nome a ficar de olho. Muito explosivo e com excelente envergadura, deve ser uma arma importante de cara nesta corrida dos Falcons na parte final do contrato de Matt Ryan. Se Julio Jones for trocado, conforme rumores, sua importância deverá ser ainda maior em Atlanta.

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