“Luck” ou revés: mesmo sem vitórias até agora, os Colts têm a chave para os playoffs

Neste começo de temporada 2016 da NFL, várias equipes vêm decepcionando. Até o momento, oito equipes ainda não conquistaram nenhuma vitória. Mas nem todo time em 0-2 tem a mesma história. Bills, Dolphins, Colts, Jaguars, Browns, Bears, Washington e Saints só conheceram derrotas nas duas primeiras semanas da temporada. Algumas dessas equipes não surpreendem pela posição (vocês mesmo, Browns), enquanto outras, como os Jaguars, iniciaram a temporada cheias de expectativa. Além disso, outras características, como qualidade dos adversários e problemas com contusões também contribuem para as diferenças entre as equipes.

Hoje, aqui no ProFootball, falaremos sobre o Indianapolis Colts. Em nossa opinião, dentre as equipes com duas derrotas na temporada, os Colts têm a melhor chance de reviravolta na temporada e de classificação aos playoffs. A seguir, uma lista dos prós e contras desta afirmação. No fim das contas, destino do Indianapolis Colts provavelmente estará nas mãos (e no braço direito) do quarterback Andrew Luck.

Prós

O quarterback

Andrew Luck já é um dos melhores quarterbacks da liga. Mesmo sofrendo com contusões seguidas e com a fraqueza de sua linha ofensiva (particularmente em 2015), Luck segue mantendo um patamar elevado de atuações. Em 2015, antes da grave contusão (laceração renal) que encerrou sua temporada, Andrew Luck vinha tendo seu pior ano na liga, com número elevado de interceptações. Ainda assim, seguiu mostrando seu grande “talento de braço”, além de ótima habilidade atlética. De acordo com o site de estatísticas e análise Pro Football Focus, Luck foi apenas o trigésimo quarto melhor quarterback da liga em 2015. As estatísticas às vezes ficam longe de contar toda a história.

Em 2016, nas duas derrotas dos Colts (para Lions e Broncos), Luck teve boas atuações. De acordo com o projeto NFL 1000, do site Bleacher Report, que faz rankings semanais de performance dos jogadores após análise do All-22 (imagens do jogo por câmeras que mostram toda a ação no campo), o quarterback dos Colts foi o sexto melhor da liga no primeiro jogo e o décimo primeiro melhor no segundo jogo (lembrando que esta segunda partida foi contra a fortíssima defesa do Denver Broncos, em Denver). Por isso, é possível acreditar que Andrew Luck possa ter uma ótima temporada, o que é fundamental se os Colts buscam vôos mais altos em 2016.

Os jovens wide receivers e o velho running back

O Indianapolis Colts conta com um corpo de recebedores jovem e talentoso. Liderados por TY Hilton, o grupo conta ainda com Donte Moncrief e Philip Dorsett. Os wide receivers são versáteis, capazes de recepções em profundidade e de trabalhar a partir do slot, demonstrando grande capacidade de gerar YAC (da sigla em inglês, jardas após a recepção). Sua presença dá grandes opções a Luck, com perspectiva de desenvolvimento progressivo ao longo da temporada. Entretanto, a equipe já tem problemas para as próximas partidas. Moncrief sofreu uma contusão no ombro no jogo contra os Broncos, devendo ficar de fora da equipe por pelo menos quatro semanas.

Já na posição de running back, os Colts contam com uma raridade na NFL: um running back veterano que se mantém eficaz. Frank Gore tem 33 anos, está em sua décima segunda temporada na liga. Durante muito tempo, Gore foi peça central no ataque do San Francisco 49ers. Agora, em um ataque no qual o jogo aéreo predomina, Frank Gore é uma peça complementar importantíssima. Com os problemas defensivos da equipe dos Colts, ter um jogo corrido capaz de gastar o tempo de jogo, segurando a bola no ataque torna-se muito importante.

A Divisão

A Divisão Sul da Conferência Americana segue como uma das mais fracas da liga. Alcançar a superioridade diante de Texans, Jaguars e Titans deve ser a tarefa mais fácil da equipe dos Colts em 2016. Jacksonville parece todo ano aumentar suas expectativas para sempre vê-las cair por terra. Os Titans montaram um bom sistema ofensivo… para conquistar o campeonato universitário de 1949. E quanto aos Texans, que lideram a divisão no momento, basta lembrar da última quinta-feira, quando a equipe pediu por 27 a 0 dos Patriots (que jogavam com seu terceiro quarterback, o calouro Jacoby Brissett).

Contras

O elenco – Ryan Grigson

O General Manager do Indianapolis Colts, Ryan Grigson, teve um grande momento no comando da equipe: quando selecionou Andrew Luck no draft de 2012. Depois disso, Grigson falhou em construir o elenco da equipe de maneira adequada. Selecionando “busts” no draft, como o defensive end/outside linebacker Bjöern Werner, ou trocando sua escolha de primeira rodada pelo running back Trent Richardson, Grigson falhou em dar a Andrew Luck condições de ir além, tanto dentro da divisão quanto nos playoffs. Mais do que isso, ao não compor, principalmente, uma linha ofensiva e uma defesa de qualidade, Grigson desperdiçou os “anos baratos” do quarterback Andrew Luck. Agora que Luck já recebeu uma lucrativa extensão contratual, o espaço financeiro para a montagem do elenco fica bem reduzido.

A defesa – Chuck Pagano

Chuck Pagano é um técnico de linhagem defensiva. Como coordenador defensivo em Baltimore, contribuiu para a montagem de fortes defesas. Entretanto, desde que chegou à posição de técnico principal em Indianapolis, Pagano não conseguiu montar uma defesa ao menos competente. O melhor desempenho da defesa dos Colts sob o comando de Chuck Pagano foi em 2013, quando terminou como a nona melhor da liga. Nos últimos dois anos o nível da unidade só decaiu, terminando 2014 e 2015 como décima nona e vigésima terceira melhor defesa respectivamente.

Além disso, Pagano e Grigson supostamente estão em constante conflito sobre a construção e os rumos da equipe. Rumores indicavam que, na última intertemporada, o dono da equipe, Jim Irsay, cogitava demitir ambos, técnico e general manager. No fim das contas, os dois tiveram seus contratos renovados, continuando no comando da equipe. Talvez valha colocar Jim Irsay na lista de contras também…

A Resultante

Na complicada equação entre os pontos positivos e negativos da equipe dos Indianapolis Colts, na busca pela recuperação na temporada e pela classificação aos playoffs, é possível dizer que um fator será determinante para o resultado final: a performance do quarterback Andrew Luck.

Entre questões físicas (Luck já arrumou uma contusão no ombro, embora não deva perder partidas) e oscilações de atuação, além das já descritas dificuldades com relação ao elenco de apoio, caberá a Andrew Luck elevar seu nível de jogo. Contando com seus jovens recebedores e uma linha ofensiva “um pouco menos pior” que a do ano passado, nossa aposta é que os Colts conseguirão a recuperação. Graças também à fragilidade da divisão, Indianapolis deve superar seus rivais e garantir a vaga nos playoffs.

Agora, para a equipe ter condições de ir longe nos playoffs, só mesmo com muito “Luck” para se opor aos revezes representados pelas atuações desastradas de Ryan Grigson e Chuck Pagano.

 

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