Mailbag/FAQ sobre a realocação para Los Angeles

Desde ontem, quando Raiders, Rams e Chargers oficialmente peticionaram para se mudar de cidade (de seus mercados originais para Los Angeles, segundo maior mercado consumidor dos Estados Unidos) choveram perguntas sobre o assunto lá no meu twitter. Já escrevi um artigo sobre o assunto, que cobre alguns detalhes sobre como funciona o processo de realocação, mas eventualmente pode haver outras dúvidas.

Leia também:

Entenda como funciona o processo de realocação de Chargers/Raiders/Rams para Los Angeles

Raiders, Rams e Chargers peticionam realocação para Los Angeles

Então para isso fizemos este FAQ de perguntas frequentemente feitas pelos nossos leitores. Provavelmente você deve ter algumas das dúvidas abaixo (algumas não tocadas naquele outro texto). Este e os outros textos são parte desta cobertura especial que o ProFootball está fazendo sobre a realocação de Chargers, Rams e Raiders para Los Angeles. Caso sua dúvida não tenha sido respondida ou não seja uma das abaixo, me manda um tweet em @CurtiESPN.

Bom, já expliquei de modo extenso neste texto. Mas em suma, as franquias submetem petição e os Donos de todas as 32 franquias votam (12 e 13 de janeiro em Houston). É necessário ter 24 “sim” para que a mudança ocorra – e se ocorrer, já entra em prática em 2016.

Acho difícil. A proposta original dos Chargers é de dividir com os Raiders um estádio em Carson, na periferia da cidade. Os Rams têm uma proposta para Inglewood. Pode até ser que vetem Raiders e deixem passar um estádio dividido entre Rams e Chargers, mas os três juntos fica impossível em termos de calendário.

O panorama é meio que “tem gente que torce para os Raiders e a maioria é Chargers” em Los Angeles. Desde que os Rams foram para Anaheim ao início da década de 1980, perderam boa parte dos fãs em LA. A então dona do time, Georgia Frontiere, era odiada pela torcida e já na década de 1990 o Angel Stadium estava constantemente vazio. Acho que o maior beneficiado com a mudança e maior prejudicado sem a mudança são os Chargers. Cerca de 20% dos season ticket holders dos Chargers são habitantes de Los Angeles, pela proximidade com San Diego.

Não. Os times jogariam em um estádio provisório até que as opções em Inglewood (Rams) ou em Carson (Raiders/Rams) estejam prontas. O Rose Bowl já declinou, então sobraria o Coliseum (no centro da cidade, onde USC atualmente manda seus jogos) ou algum do beisebol (Dodger Stadium em Chavez Ravine dos Los Angeles Dodgers ou no Angel Stadium, do Los Angeles Angels of Anaheim, onde os Rams mandaram jogos até 1994).

Boa pergunta. Caso Raiders e Chargers dividam um estádio, seria impossível que ambos estivessem na mesma divisão. Acho que neste caso, os Chargers iriam para a NFC, dado que os Raiders são uma franquia mais “AFC Roots” pelos elos de seu antigo dono, Al Davis, com a AFL e resistente à fusão com a NFL nos moldes que foram feitos em 1970. Aliás, na end zone do campo do O.Co Coliseum tem até o logo da antiga AFL (dá para ver aqui nesta foto, no cantinho). Sobre quem viria da NFC West (obviamente, por questões geográficas, seria da divisão oeste), acho que Arizona. Desenvolveu-se uma rivalidade muito forte entre Rams e 49ers desde a década de 1950 e ao mesmo tempo, rivalidade forte entre Seahawks e 49ers nos últimos anos. E os Cardinals vieram em 2002 da NFC East, nunca tendo uma rivalidade forte como as outras acima (embora crescente com os Seahawks nos últimos anos). 49ers mudando acho fora de cogitação.

A questão do estádio provisório já respondi acima; Desde a década de 1960, quando Pete Rozelle era o comissário (melhor comissário da história dos esportes, diga-se de passagem) a ideia era que a NFL tivesse 32 times. Então como temos 32 atualmente, acho BEM difícil que a liga “premie” uma cidade que perder uma franquia com outro. 32 é o número ideal para a NFL. Se não expandiu para 33 para abrigar Los Angeles desde 2002, não é com uma cidade com menor potencial consumidor que isso aconteceria.

Certamente. No caso dos Rams seria ainda mais grave, porque a mudança seria para muito longe. De toda forma, muitos dizem que para “atenuar”, St Louis é uma cidade que gosta muito mais do beisebol e que até que não sofreu muito quando o St. Louis Cardinals foi para Arizona na década de 1980. Para Raiders e Chargers a coisa seria mais “tranquila” para suas torcidas porque o time permaneceria no mesmo Estado, mas espere por vines com jerseys sendo queimadas. De toda forma, não tem como “quantificar isso”. Com o pessoal do Bolts Brasil me lembrou no Twitter, foram feitas pesquisas e muitos torcedores não pretendem continuar com o time caso ele saia de San Diego. A dor seria grande, afinal de contas, das três franquias, é a que há mais tempo está na mesma cidade. Não tem como quantificar, definitivamente; É sofrimento para todos.

Bom, temos que considerar que Los Angeles meio que deu as costas para os Raiders e os Rams ao início da década de 1990. Tanto o Coliseum quanto o Angel Stadium estavam constantemente vazios. Mas temos que considerar que o Coliseum estava numa região muito perigosa da cidade e o Angel fica bem longe – isso, somado ao fato de que a cidade não queria ajudar com estádios novos e as duas equipes caindo pelas tabelas, impulsionou a ida de Rams e Raiders para fora de Los Angeles em 1994. O “contra” seria isso, uma cidade não tão empolgada e que já tem duas franquias de NBA, duas de MLB e duas de NHL para dividir a atenção do torcedor (sem contar USC e UCLA no College Football). Como “pró”, abocanhar o mercado de televisão de Los Angeles como seu “território”, o que é ótimo em termos financeiros.

Os estádios obsoletos. Os mais maldosos dirão que o estádio em St. Louis (o Edward Jones Dome) é um armazém pequeno, o Qualcomm Stadium em San Diego vai completar 50 anos logo menos e foi originalmente desenhado para acomodar beisebol – o mesmo vale para o O. Co. Coliseum, originalmente projetado como estádio do Oakland A’s e que depois foi alterado, como em San Diego. Isso, somado a constantes ocasiões nas quais os estádios estavam vazios, fez com que a situação com as cidades (que não querem ou não fornecem planos críveis) não apoiem novos estádios.

Quanto aos antigos torcedores, alguns continuam sim. Como disse acima, no caso das franquias da Califórnia se mudarem, a coisa fica mais fácil.

Acho bem difícil. Cheguei até a mencionar sobre no meu texto sobre o processo de realocação. Há duas propostas de estádio: Raiders-Chargers e a dos Rams. Uma deve tentar angariar votos contra a outra (são 24 votos necessário, lembrando). Fora que os donos que forem votar em uma dificilmente votariam na outra. Por maior que Los Angeles seja, a cidade não comporta dois times de MLB, dois de NBA, dois de NHL, dois programas fortes de College Football e três de NFL. Seria um tiro no pé.

A votação ocorre já em janeiro e tem efeito em 2016. Ou seja, na temporada 2016 poderemos ter os Los Angeles Rams, Los Angeles Raiders e/ou Los Angeles Chargers.

Em TESE sim, dado que foi a franquia que mais ficou em Los Angeles (de 1946 a 1994). Mas na prática pode não ocorrer, dado que a cidade de St. Louis ainda quer tentar a ajudar na questão de um novo estádio. Essa questão de “ficaram mais tempo” pode não influenciar tanto. Os Raiders nos anos 1990 tinham uma fan base mais fiel por lá e boa parte da torcida dos Chargers já é de Los Angeles.

Acho difícil. Não é como quando o Houston Oilers mudou para Tennessee, quando o nome Oilers não faria sentido fora do Texas. Os Chargers jogaram em Los Angeles em 1960, os Raiders foram Los Angeles Raiders da década de 1980 até 1994 e os Rams foram Los Angeles Rams pela maior parte de sua existência. Acredito que só mudariam o nome da “cidade” no nome. Talvez (especialmente no caso dos Chargers) no MÁXIMO, forçando muito a amizade, mudariam o nome para “California Chargers” (há o precedente dos Angels na MLB) para não pegar mal com o pessoal em San Diego… Mas acredito que quem mudar deva colocar Los Angeles no nome. Pelo histórico das três, o nickname não mudaria.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds