Matchups: Os duelos que podem decidir as Finais de Conferência

No próximo domingo, 22 de janeiro, teremos os decisivos duelos na AFC e NFC. Em Atlanta, os Falcons recebem o Green Bay Packers, buscando sua segunda aparição no Super Bowl, 18 anos depois da derrota para o Denver Broncos no desfecho da temporada de 1998, no Super Bowl XXXIII. Os Packers, por sua vez, buscam seu quinto troféu Vince Lombardi, o segundo sob a batuta de Aaron Rodgers.

Na AFC, o New England Patriots aparece pela sexta vez consecutiva na final de conferência, quebrando o recorde do Oakland Raiders da década de 70. Com a vitória, o time conquista o sétimo título de conferência na era Belichick. O adversário é justamente o maior vencedor da história do Super Bowl, o Pittsburgh Steelers, com seis títulos.

São partidas empolgantes, com os ingredientes necessários para serem jogos memoráveis. Nessas duas partidas, há duelos decisivos para ficarmos de olho, e vamos destacar alguns deles neste texto.

Julio Jones contra a secundária do Green Bay Packers

A atuação da defesa do Green Bay Packers contra o Dallas Cowboys acabou sendo, mesmo com mais de 30 pontos cedidos, melhor do que esperado. Eles conseguiram conter o impacto de Ezekiel Elliott na partida e forçaram Dak Prescott a passar a bola – e quase pagaram por isso no final, mas, honestamente, não havia muito o que fazer.

Nesta semana, eles enfrentam um wide receiver extremamente talentoso em um ataque cuja base é diametralmente oposta àquela implementada pelo Dallas Cowboys. Com o Atlanta Falcons, o feijão com arroz é o passe, e é justamente na secundária que moram os problemas do Green Bay Packers. Julio Jones não está 100% saudável – mas ele também não estava contra Seattle e o estrago foi feito.

Composta pro jogadores jovens e inexperientes, os segundanistas Damarious Randall e Quinten Rollins tiveram uma queda de rendimento em comparação à temporada de calouro. Ladarius Gunter tem sido o destaque da unidade, e mesmo assim com atuações atrozes ao longo do ano, como contra o Dallas Cowboys no Divisional Round. Para ilustrar, Gunter teve quatro partidas em 2016 onde ou cedeu pelo menos 100 jardas aéreas ou múltiplos touchdowns (ou ambos). Foram 769 jardas cedidas sem uma interceptação.

A esperança defensiva é pressionar Matt Ryan, até porque com o pocket limpo, o camisa 2 tem um passer rating de 129.4, a melhor marca da NFL por 10 pontos. Sem atacar o backfield, o dia será longo para a defesa do Green Bay Packers.

A linha ofensiva do Pittsburgh Steelers é uma força a ser batida

Entre elogios ao running back Le’Veon Bell, amores por Antonio Brown e confiança nos ombros de Ben Roethlisberger, o reconhecimento da força da linha ofensiva do Pittsburgh Steelers acaba em segundo plano.

Pois bem, a unidade é uma das grandes responsáveis pelo desempenho da equipe nessa pós-temporada. O misto de escolhas primeira rodada, como o center Maurkice Pouncey (18ª escolha geral em 2010) e o right guard David DeCastro (24ª escolha geral em 2012), free agent não-selecionado no Draft, Ramon Foster e o ex-wide receiver Alejandro Villanueva como left tackle tem sido mais do que eficientes para estabelecer o Pittsburgh Steelers como uma força ofensiva gigantesca.

Os cinco jogadores – Marcus Gilbert completa o quinteto como right tackle – conseguem abrir espaços para o jogo terrestre de forma versátil, seja nos bloqueios em zona pelo meio do campo, ou com jogadas tradicionais de power running, com os guards fazendo pulls e bloqueando no segundo nível. Adicione mais algumas corridas por fora do tackle e temos um ataque terrestre imprevisível, que conta com um running back inteligente, paciente e que conquista muitas jardas quando você já acredita que a jogada acabou.

Será um desafio grande para a defesa do New England Patriots, que, apesar de também ser subestimada, não pode ser elogiada pelo pass rush nessa temporada de 2016. Frear este ataque começa pelo preenchimento dos gaps e do impedimento do desenvolvimento do jogo terrestre.

David Bakthiari encara o líder em sacks da temporada regular

Falando em linha ofensiva, há poucas unidades da liga que se comparam aos guardstacklescenter do Green Bay Packers no quesito proteção para o jogo terrestre. David Bakhtiari é o destaque dessa proteção, e deve assegurar que Aaron Rodgers sobreviva às investidas de Vic Beasley, o segundanista que terminou 2016 com 15.5 sacks, melhor marca da liga.

Claro que Bakhtiari não está sozinho nessa proteção. O left guard Lane Taylor tem sido mais eficiente do que esperavam na proteção ao passe, embora deixe a desejar no bloqueio para o jogo terrestre. No final das contas, Josh Sitton poderia ter feito mais falta.

Beasley é uma das chaves dessa partida. Se Aaron Rodgers tiver tempo para ser, bem, Aaron Rodgers, não há muitas defesas capazes de pará-lo. Incomodar o camisa 12, forçá-lo para fora do pocket e obrigá-lo a passar para os check downs é o caminho defensivo do Atlanta Falcons. Quando a sua unidade não é capaz de anular recebedores com eficiência tirar opções ofensivas do jogo, o melhor caminho é limitar o tempo do quarterback adversário. Se Beasley ficar apagado no domingo, as coisas ficarão mais difíceis para os donos da casa.

Os linebackers do Steelers contra o imprevisível Dion Lewis

O New England Patriots está 15-0 em partidas nas quais Dion Lewis esteve em campo. O running back é um pesadelo para os coordenadores defensivos, pois ele consegue explorar matchups favoráveis com seu dinamismo e versatilidade de posicionamento dentro de campo. Quando Tom Brady comanda o time dentro do campo e Bill Belichick de fora, esses duelos favoráveis são percebidos com muita facilidade.

E é esse um duelo crucial para as pretensões defensivas do Pittsburgh Steelers. O seu talentoso grupo de linebackers, composto por James Harrison, Ryan Shazier, Bud Dupree e Lawrence Timmons precisa frear os passes curtos e as corridas protagonizadas por Dion Lewis.

A eficiência do camisa 33 é a chave pela qual um plano de jogo ofensivo dominante pode se instalar. Se ele consegue jardas terrestres, abrimos espaços para o play action e passes curtos. Se ele bate adversários em passes curtos em rotas wheel, a defesa precisa jogada mais perto da linha defensiva e acaba abrindo espaços no fundo do campo para Chris Hogan explorar. Se esses espaços são abertos, a defesa precisa se afastar e cede espaços curtos… é um loop. É essencial que os defensores consiga frear uma dessas etapas se desejarem sair de Boston com o passaporte carimbado para Houston, no dia 5 de fevereiro.

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