Mesmo com início ruim, existe razão para otimismo nos Colts

[dropcap size=big]D[/dropcap]esde que os Colts selecionaram Peyton Manning no Draft de 1998, o time sempre viveu com boas frestas de esperança relacionadas ao presente.

Pudera, o fator mais importante de sucesso na NFL é a presença de um franchise quarterback em seu elenco e há vinte anos Indianapolis não tem de se preocupar com essa questão – primeiro com Manning, depois, com a seleção de Andrew Luck no Draft de 2012 para substituí-lo.

As semelhanças entre Manning e Luck não são pequenas. Luck era considerado o melhor prospecto de quarterback desde… Manning. Ambos foram selecionados na primeira escolha geral pelo Indianapolis Colts, e ambos sofreram com a falta de um time competente nos primeiros anos de carreira – nomeadamente, a falta de uma defesa de nível comparado ao ataque.

No caso de Manning, o então general manager Bill Polian chegou até mesmo a considerar a troca de Peyton Manning por um grupo de jogadores de defesa do Baltimore Ravens. Sim, você não leu errado: os Colts pensaram em trocar Peyton Manning.

Ainda falando de general managers questionáveis, não se pode deixar de citar Ryan Grigson, que por cinco anos foi o principal responsável por tomar decisões da franquia.

Sim, Grigson selecionou Luck, mas essa decisão era totalmente no-brainer; o que mais ficará marcado ao longo da era Grigson em Indianapolis foi sua incapacidade de montar um time consistente e que desse suporte suficiente para seu quarterback. Os Colts chegaram aos playoffs nos três primeiros anos da carreira de Luck e até mesmo na final da conferência em 2014, porém, é justo dizer que a passagem do general manager não deixará qualquer saudade – os jogadores também sentem isso, pergunte a Pat McAfee.

[dropcap size=big]A[/dropcap] chegada de Chris Ballard na franquia representa o início de um extenso processo de reconstrução. Chuck Pagano, técnico que acompanhou toda a passagem de Grigson, foi dispensado após a temporada 2017, quando o time não pode contar com Andrew Luck por toda a temporada e acumulou apenas quatro vitórias.

Agora, com seu principal jogador de volta, os Colts só venceram uma das primeiras 5 partidas de 2018, com a derrota mais recente na última quinta-feira, por 38 a 24 para o New England Patriots. Mesmo assim, os torcedores de Indianapolis tem toda a razão do mundo para se tornarem esperançoso com o futuro do time.

A primeira razão é que, depois de três anos extremamente turbulentos com relação à saúde de Andrew Luck, o quarterback parece estar finalmente saudável. O que é ótimo.

A olho nu, seu braço parece ter perdido um pouco da velocidade e da força de outrora, fator que os Colts tem de torcer para que volte ao nível normal; ainda assim, ele é extremamente inteligente diagnosticando defesas, realizando ajustes na linha de scrimmage e lançando a bola em janelas não tão extensas. Mesmo com um braço debilitado – e não sabemos se isso não se recuperará com o tempo – Luck ainda faz parte da elite da liga.

A nova comissão técnica também é esperançosa. Com a demissão de Pagano, os Colts foram atrás de Frank Reich, que fez um trabalho excepcional na condição de coordenador ofensivo do Philadelphia Eagles, culminando com a conquista do primeiro Super Bowl da história da franquia. Reich traz novo sangue ofensivo ao time, diferente do que Pagano – de mentalidade defensiva – trazia. Acima de tudo, no entanto, a principal razão da esperança em Indiana é o quão bem os Colts estão moldando o time – principalmente no que diz respeito a dar suporte para Luck.




Observando as duas classes de Draft pelas quais Ballard foi o responsável, se nota um investimento maciço na linha ofensiva e no grupo de running backs – dois setores aonde o time teve problemas na era Grigson.

Por exemplo, os Colts usaram escolhas de primeira (Quenton Nelson) e segunda (Braden Smith) rodada no último Draft em guards; além disso, uma escolha de quarta rodada em 2017 foi utilizada em Zach Banner, offensive tackle provindo de USC. Também nos últimos dois drafts, três corredores com bastante potencial foram adicionados em Marlon Mack, Nyheim Hines e Jordan Wilkins – cada um com um estilo diferente.

Do outro lado da bola, mais talento se desenvolvendo de forma acentuada para o futuro. A queda de Malik Hooker para a escolha 15 na primeira rodada em 2017 foi um presente para os Colts e ele tem jogado em nível altíssimo desde seu primeiro snap a nível profissional. A linha defensiva vem contando com uma produção surpreendente de Margus Hunt, e a chegada de Darius Leonard via Draft foi tão impressionante que ele acumulou honras de calouro defensivo do mês em setembro pela liga.

O ponto central do novo Indianapolis Colts é que, mesmo com um franchise quarterback na cidade, o time ainda passa por um processo de reconstrução, longe de brigar pela conferência nesse ou no próximo ano. Ao mesmo tempo, muitas das peças para se basear essa reconstrução já são partes do time.

O time está fechado? É claro que não. Por exemplo, Ballard poderia se beneficiar de uma melhora no grupo de pass rushers. A posição de offensive tackle também precisa ser revista, e um ou dois novos wide receivers de qualidade também se fazem necessários. Se o time atacar a a free agency com mais ímpeto na próxima inter temporada – e existe bastante espaço na folha salarial para isso -, esses reforços causarão impacto instantâneo.




Mas o fã da franquia certamente tem olhos esperançosos para o futuro, sabendo que um saudável Andrew Luck e um general manager competente ali estão. Isso não existia na Era Grigson. Os Colts não são tão bons no momento, mas eles voltarão a ser.

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