Embora o mês de maio seja um tanto quanto parado na NFL, alguns cortes acontecem e acabamos por nos surpreender. Jeremy Maclin foi cortado pelo Kansas City Chiefs ao final desta última semana e pouca gente entendeu o porquê. Em um primeiro momento, confesso que não entendi também. Afinal de contas, o time é bastante raso no que tange ao corpo de recebedores, certo?
Pois é. Se fosse para Maclin ser cortado, teria feito mais sentido que o fosse ao início do “ano fiscal” da NFL, o que ocorre em março. Considerando que o corte não aconteceu naquele momento, a surpresa é que tenha acontecido muito depois do que faria algum sentido. Ainda mais semana depois do técnico, Andy Reid, ter ido ao casamento do jogador. Já que era para cortar, que o fosse quando a demanda por uma determinada posição ainda é alta – ou seja, quando os times ainda têm lacunas. Isso costuma ser feito em respeito ao jogador, para que ele tenha mercado.
Maclin receberia, como salário base, 9,7 milhões de dólares na temporada 2017. Embora não pareça, é uma quantia alta – até porque os Chiefs estão já há algum tempo apertados com o teto salarial. Em realidade, dizer isso é até um eufemismo: o time estava estourado no teto. Liberar 9 milhões da folha é, sem dúvidas, o motivo principal para o corte de Maclin. Ainda mais quando o corte pós 1º de junho alivia mais do que se tivesse acontecido em março.
Há “incentivos” para que este corte, de fato, tenha acontecido. Se Jeremy rendesse como o time esperava – ou como rendeu nos Eagles em 2014 – provavelmente esse corte não teria ocorrido. A questão é que ele incorreu em dois termos que complicam a vida de qualquer jogador: lesões e produtividade abaixo do que se espera pelo salário que lhe é dado.
Para começo de conversa, lesões. Maclin jogou apenas 12 jogos na temporada passada, com 44 recepções e 536 jardas recebidas nelas. São números inferiores a Tyreek Hill (586 mil dólares em 2017) e absurdamente semelhantes ao de Chris Conley. Esse teve 44 recepções e 530 jardas. A diferença é que ele ganhará 635 mil dólares em 2017 – menos de 10% do salário que Maclin teria.
Juntando todos esses elementos na equação – salário alto para produtividade baixa, lesões e teto salarial estourado – o resultado não poderia ser outro senão o corte. Deveria ter acontecido antes? Sim. Mas para Kansas City, antes tarde do que nunca. E não é como se Jeremy fosse fazer aquela diferença sendo que jogadores já presentes no time tiveram produtividade semelhante a custo menor.
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