Poucas horas após Trevor Lawrence ganhar oficialmente a titularidade no Jacksonville Jaguars, Gardner Minshew arrumou uma casa nova. O quarterback foi trocado para o Philadelphia Eagles ao custo de uma escolha condicional de 6ª rodada, a qual pode virar uma 5ª rodada se ele atuar pelo menos 50% dos snaps em três partidas. É um acordo justo em termos de valor, embora Jacksonville talvez pudesse conseguir um pouco mais por um signal caller jovem, produtivo e com chance de eventualmente voltar a ser titular na NFL.
A grande questão, contudo, é: o que os Eagles esperam de Minshew? Podemos imaginar vários cenários, todos plausíveis, indo desde ele ser apenas o reserva de Jalen Hurts e Joe Flacco até uma possível titularidade em algum momento da temporada. A única certeza é a vida de Hurts ter ficado mais complicada, pois agora haverá alguém o pressionando a cada erro cometido.
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“Minshew Mania” voltará com tudo se Hurts fracassar
Muita gente, incluindo os insiders da Filadélfia, garante que a princípio Minshew será só o terceiro quarterback. A franquia seguirá apostando em Hurts e está satisfeita com o que Flacco mostrou durante o Training Camp e a pré-temporada, logo ambos manterão seus atuais postos de titular e substituto imediato.
Isso até pode ser verdade imediatamente, mas por quanto tempo durará esse estado de coisas? Em primeiro lugar, é difícil acreditar que Howie Roseman abriu mão de uma escolha de 6ª rodada por um mero terceiro quarterback. Ademais, bem, existe a possibilidade de Minshew acabar mostrando-se o melhor signal caller do elenco, afinal Hurts é um enorme ponto de interrogação e Flacco vem em decadência acelerada há algum tempo.
Minshew é um personagem incrivelmente carismático e ostenta números respeitáveis em dois anos de carreira, mesmo jogando em uma péssima equipe dos Jaguars (62,9% de passes completos, 37 touchdowns e 11 interceptações em 23 jogos). Seu teto de talento não é dos maiores, porém seu piso é digno de um reserva top de linha/titular quebra galho.
Em outras palavras, ele é um projeto de Ryan Fitzpatrick da nova geração, prometendo rodar por diversos times e o roubar o emprego de quarterbacks improdutivos ao longo da próxima década. E a primeira vítima pode ser justamente Hurts. Não se engane, se o segundanista jogar mal e os Eagles iniciarem a temporada com uma sequência de derrotas, a torcida e a imprensa clamarão por Minshew e não por Flacco.
Aliás, havia certo receio de que isso ocorresse até mesmo em Jacksonville caso Trevor Lawrence tivesse problemas, imagine então com o pobre Jalen Hurts, atirado aos leões nesse caos pós-era Doug Pederson e Carson Wentz. Enfim, agora o jovem terá uma sombra bigoduda fugando em seu cangote e pronta para lhe tomar a titularidade, algo que não existia na figura de Joe Flacco.
E o que a troca nos diz sobre os planos de Philadelphia?
Vamos imaginar um cenário de catástrofe absoluta: carrossel de quarterbacks com todo mundo jogando mal, derrotas se acumulando e os Eagles selecionando no top 5 do Draft. Não importa. A franquia continuará tendo no mínimo duas escolhas de 1ª rodada no próximo recrutamento – podendo ser três se Carson Wentz atingir um número mínimo de partidas pelo Indianapolis Colts. É munição de sobra para investir em um novo signal caller.
A aposta em Minshew, nesse contexto, seria vista apenas como um pequeno erro de cálculo, porque ele e Hurts, descartados como soluções em longo prazo, precisariam brigar para virar o quarterback ponte ou o reserva do eventual calouro. Por outro lado, se um dos dois realmente impressionar e mostrar potencial, aí tudo muda de figura.
Em todo o caso, à parte projeções sobre o futuro, por ora a situação de Philadelphia é basicamente a mesma: a franquia deverá usar a temporada de 2021 para decidir o que fazer da vida, seja continuar com Hurts ou Minshew, seja buscar um reboot em 2022. A troca feita com os Jaguars não muda isso em nada.
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