Ter um grande astro no elenco do time por vezes faz com que outras estrelas brilhem menos do que mereciam. É assim em diversos elencos e numa era da NFL voltada ao jogo aéreo, os quarterbacks tendem a centralizar grande atenção, recebendo a maior parte dos louros por performances ofensivas. O Buffalo Bills, por exemplo, é um caso destes: não que Josh Allen não mereça muitos holofotes – ele vem jogando muito e é favorito ao prêmio de MVP nas casas de apostas -, mas se esquece um pouco de Stefon Diggs.
Deixar Diggs de lado é um erro. Desde sua chegada, o ataque de Buffalo se transformou e Allen começou o processo para se tornar a estrela que é hoje. Claro que não passa só por ele – tirar qualquer mérito da evolução do quarterback seria tolo -, mas não dá para negar sua importância no crescimento do camisa 17. O próprio Allen já deixou claro em entrevistas que o nível de confiança no recebedor é altíssimo e ele sabe que um deslize pode ser consertado pelo wide receiver, diminuindo a pressão em cima dele.
A regularidade gera confiança
Uma das coisas mais frustrante são wide receivers bons, que correm rotas de qualidade e criam separação, mas na hora de pegar a bola, sofrem com drops. Dá para sentir o momento “chili de Kevin Malone”, quando todo trabalho foi em vão e aquela cara de decepção é iminente. Quando se tem um quarterback que não é dos mais conservadores, o que é o caso de Allen, ser seguro é requisito básico para não desperdiçar grandes ganhos e isso Diggs é.
Em 2021, sua taxa de drops – entenda aqui bolas que o wide receiver deveria ter segurado e deixou cair por um erro seu – foi de baíxissima. Some isso a sua capacidade de criar espaços rapidamente, por conta maestria em correr rotas, e Diggs é um prato cheio para Allen.
A facilidade me mudar de direção é um dos principais trunfos do camisa 14: como tem boa velocidade e sabe fazer quebras bruscas, pode vezes deixa o marcador perdido. Quando o mesmo pensa em se recuperar, já é tarde. Isso ficou explícito no segundo touchdown contra o Tennessee Titans: ele finge que vai para fora e quando volta para o lado interno do campo deixa o cornerback nos calcanhares, sem chance de reagir.
