Uma das primeiras coisas que chama atenção de alguém quando começa a acompanhar futebol americano são os jogadores enormes correndo como se fossem muito mais leves. É sempre incrível e assustador olhar para aqueles caras de 120 kg se movendo em campo aberto como se tivessem 80. Sem dúvida nenhuma, quem teve a oportunidade de ver Jordan Davis, defensive lineman da universidade de Georgia, em campo se espantou: um verdadeiro mamute se movendo na scrimmage e chegando nos running backs rapidamente.
Mas quem não tem o hábito de assistir futebol americano universitário, preferindo só NFL, mesmo assim deve ter ouvido falar de Davis nos últimos dias: sua performance no Combine foi histórica. Existe uma métrica chamada RAS – Relative Athletic Score – que dá notas para o desempenho de jogadores no Combine, usando cálculos de peso, altura e os resultados dos exercícios. Desde 1987, mais de 17 mil atletas tiveram nota: somente o hall of famer Calvin “Megatron” Johnson foi melhor que Jordan.
O Combine confirmou o que se via em campo
Não que números tão fora da curva como os de Davis não assustem: com 154 kg, ele correu as 40 jardas em 4,78 segundos. Para efeito de comparação, esse tempo é abaixo do corrido por Patrick Mahomes em seu Combine, quando o quarterback levou 4,80 segundos para percorrer o trajeto. Todavia, a performance de Davis é muito confirmatória do que se viu nos vídeos durante a temporada do college football. Atuando por uma defesa histórica de Georgia, a principal responsável pelo título de 2021, o defensive lineman por diversas vezes venceu embates por conta de sua explosão logo no snap.
Outro ponto que dá para se tirar desse Combine é a ética de trabalho de Davis. Por mais que seu potencial físico o fez ter esses números absurdos, ele não conseguiria sem ter se dedicado e treinador muito para os testes específicos. Jordan não foi bem apenas correndo: ele dominou nos saltos e nos exercícios de cone – que trabalham a mudança de direção. Isso mostra uma mentalidade de quem está preparado para excelência e não para ser um na multidão. Treinadores na NFL valorizam demais isso e voltaram de Indianapolis com uma ótima impressão de sua vontade de vencer.
