NFC, prepare-se: Saints voando com três pilares e mais Drew Brees como Super Trunfo

Desde 1957 uma equipe não corria para mais de 295 e anotava seis touchdowns terrestres em uma única partida. Para colocar em perspectiva, o último a fazê-lo foi o Cleveland Browns, na temporada de calouro de ninguém menos que Jim Brown, há praticamente 60 anos [note] Randall Liu Tweet. Acesso em 16/11/2017 – https://mobile.twitter.com/RLiuNFL/status/929816364637974528 [/note].

duo de running backs, Mark Ingram e Alvin Kamara, teve 131 e 106 jardas dorridas, além de três touchdowns para o veterano e um para o calouro – isso contabilizando apenas o jogo terrestre. O New Orleans Saints anotou 47 pontos sem que Drew Brees tenha passado para um touchdown sequer – e é esse o grande alerta que fica para o restante da NFC: os Saints não estão precisando de um hall of famer para vencer partidas.

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Nas primeiras duas semanas da temporada, os atuais líderes da NFC South pareciam indecisos em relação à identidade que adotariam para 2017. O time não soube exatamente compensar a ausência do wide receiver Willie Snead; havia Adrian Peterson no elenco entrando no meio das carregadas de Ingram e Kamara, e o defensive back De’Vante Harris foi bastante gentil com os adversários, colocando a equipe em situações desfavoráveis no placar. Depois de um início 0-2, os prognósticos não eram nada animadores.

Só que, a partir da Semana 3, os ponteiros começaram a se acertar – e a identidade da equipe passou a tomar forma. Ken Crawley Jr. assumiu o posto de titular na posição de cornerback ao lado de Marshon Lattimore – que não está  apenas tendo uma temporada brilhante para um cornerback calouro; mas, sim, uma temporada brilhante em níveis históricos. Com os safeties Marcus Williams, Rafael Bush, Vonn Bell e Kenny Vaccaro entrando em sintonia, a secundária elevou o nível da defesa exponencialmente. Somado a isso, o pass rush de Cameron Jordan, Sheldon Rankins saudável e Alex Okafor em ótima fase, a defesa do New Orleans Saints tem sido um dos três pés de apoio da sequência de 7 vitórias.

Marshon Lattimore, cornerback calouro, é franco favorito a ser eleito o Calouro Defensivo do Ano

Leia também: Foi só dar uma defesa melhor para Brees e os Saints voltaram ao topo da divisão

Os três pés de apoio do New Orleans Saints

Já falamos da defesa, sigamos então para o jogo terrestre. Como já introduzido, a equipe da Louisiana tem conseguido punir seus adversários pelo jogo terrestre – com o duo Mark Ingram e Alvin Kamara. O ritmo terrestre melhorou drasticamente desde que a contratação mais inexplicável da offseason deixou a equipe, após quatro partidas infrutíferas no backfield da equipe.

Antes da saída de Adrian Peterson, a média de jardas terrestres por partida saiu de 94 para 180,8 [note] New Orleans Saints 2017 Stats. Pro Football Reference. Acesso em 16/11/2017 [/note]. Ainda que desconsideremos a grotesca partida de 298 jardas da Semana 10, a média por partida segue na casa de 151,5 jardas terrestres. O time tem sido extremamente eficiente correndo com a bola e isso é fundamental por dois motivos.

Texto exclusivo de nossos sócios: ProClub, Análise tática: A defesa do New Orleans Saints realmente melhorou?

O primeiro é que, para as pretensões de pós-temporada, o New Orleans Saints tem uma equipe à prova de tempo ruim. Passar a bola em um estádio com muito vento, chuva ou neve é uma tarefa ingrata até para os melhores quarterbacks da NFL – o próprio Drew Brees já foi (e é) muito criticado pela dificuldade em jogar fora de estádios cobertos. Com Ingram e Kamara comendo a bola, o ataque tem uma receita muito sólida e difícil de ser batida até nos climas mais desfavoráveis.

O segundo motivo se dá pelo controle total da partida. Com o jogo terrestre estabelecido, o New Orleans Saints controla o ritmo do relógio, o andamento do jogo; ficando com a posse de bola por mais tempo, a defesa descansa mais e consegue ser extremamente agressiva quando for a hora de entrar em campo.

Por fim, o terceiro pé de apoio é a linha ofensiva. A equipe da Louisiana investiu nos últimos anos no reforço da unidade de forma a proteger o seu bem mais valioso: Drew Brees. Apenas puxando da memória, a troca em 2015 de Jimmy Graham pelo center Max Unger e uma escolha de terceira rodada; a seleção de Terron Armstead em 2013, as escolhas de primeira rodada em 2015 pelo guard Andrus Peat e em 2017 pelo tackle Ryan Ramczyk são exemplos da dedicação do front office à proteção do seu quarterback e solidez ofensiva no jogo terrestre.

Calma… Drew Brees não é um dos três pés de apoio?

Não. Drew Brees é o Super Trunfo; a carta 1A que eleva essa força defensiva aliada ao jogo terrestre para o status de candidatíssimo ao Super Bowl LII. Com a base que os líderes da NFC vem mostrando esse ano, ter o camisa 9 como signal caller é quase que injusto – Drew Brees está rumo à sua quarta temporada com no mínimo 70% dos  passes completos, feito que nenhum outro quarterback alcançou mais de uma vez.

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Sua execução das jogadas e tomadas de decisão são incomparáveis. Como li nos rincões da internet na semana passada, ninguém se prepara como Tom Brady, ninguém lê defesas pre-snap como Peyton Manning e ninguém executa jogadas tão bem como Drew Brees. Para os fins deste texto, achei apropriado.

O New Orleans Saints está vencendo sem precisar utilizar seu Super Trunfo; e isso é um alerta gigante para o resto da NFC. A equipe é o pacote completo nos dois lados da bola, e é importante não subestimar mais o time daqui pra frente. Afinal, o estádio do Super Bowl LII é coberto…

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