Nosso palpite para o Super Bowl LI é….

3 pontos. O New England Patriots é favorito por três pontos nas casas de apostas de Las Vegas para o Super Bowl LI, em Houston. Exatamente o palco do Super Bowl XXXVIII, aquele que colocou fim nas dúvidas do título de 2001 ter sido mais sucesso de carnaval que Macarena. Curioso notar que esses dois times (o deste ano e o de 2003), fora Bill Belichick e Tom Brady, têm outras coisas em comum. Por exemplo, serem a melhor defesa da liga em pontos cedidos.

Mesmo esse time sendo favorito, não dá para afirmar com tanta certeza assim que nos Patriots sairão com o seu quinto anel na nona visita ao palco máximo do futebol americano profissional. Nesta década, foi cada vez mais constante ver o primeiro ou o segundo cabeça de chave no Super Bowl. Nos dois últimos anos, o Super Bowl foi disputado pelas melhores campanhas da temporada regular – Seattle/Carolina vs New England/Denver. Para completar, neste ano temos frente a frente o melhor ataque do campeonato (em pontos, os Falcons) e a melhor defesa (em menos pontos cedidos, os Patriots). Ataques ganham jogos e defesas ganham campeonatos? Costuma ser assim. apenas em 1989 o melhor ataque (49ers) venceu a melhor defesa (Broncos) quando ambas se enfrentaram no Super Bowl. Nas outras ocasiões – 1978, 1984, 1990, ano passado – quem se saiu melhor foi o time com a melhor defesa.

Quando New England tem a bola

Basicamente, os Falcons tem de arranjar um jeito de causar pressão pelo miolo da linha ofensiva dos Patriots. E, sinceramente, não acho que isso é tão fácil de fazer. Digamos, numa das minhas 9382 analogias com Star Wars, que a porta de exaustão da Estrela da Morte patriota é justamente pressionar Tom Brady. Isso, porém, não é fácil – por alguns motivos. O primeiro é que Brady se livra muito rápido da bola. O segundo é que o miolo da linha defensiva dos Falcons não é tão talentoso assim. Com todo respeito a Jonathan Babineaux, Grady Jarrett e Courtney Upshaw, mas eles não são os Giants de 2007/2011. Quanto aos lados externos da linha, Vic Beasley pode até ter feito grande temporada e liderado a NFL em sacks (15,5), mas acredito que os tackles dos Patriots deem conta do recado.

Para colocar Brady em situações mais fáceis de ser pressionado, os Falcons precisam largar na frente do placar e colocar uma tonelada de pontos. Assim, os Patriots terão que se adaptar e lançar em profundidade para correr atrás; Quando você lança em profundidade, precisa de tempo para que as rotas se desenvolvam. Assim, Brady fica mais tempo no pocket e, por tabela, mas vulnerável.

Uma outra saída é realizar stunts, sobretudo com Beasley pelo meio. Falei um pouco sobre nesta semana no ESPN League; O Eduardo falou aqui no site também. Em suma, os jogadores de linha defensiva se “entrelaçam” ao invés de irem diretamente para cima da linha ofensiva. O problema é que essa é uma movimentação ativa, a qual pode ser absurdamente neutralizada caso haja jogo terrestre para cima da DL. Se os Patriots conseguirem correr bem com a bola contra uma defesa “leve” como a de Atlanta, os stunts serão uma arma menos eficaz.

Você pode pensar: dá para mandar blitz, certo? Errado. Mandar blitz para cima de Brady é uma das maiores insanidades que um coordenador defensivo pode fazer. Há 17 temporadas na liga, Tom sabe muito bem o que fazer e quando fazer caso a defesa mande pressão extra (cinco ou maios homens). Uma unidade defensiva tem recursos limitados: são 11 jogadores para destruir o que o ataque cria. Se você manda 5 jogadores para cima do quarterback, terá 6 na cobertura do passe. Esse jogador a menos deixa uma lacuna na marcação (a qual, como você deve imaginar, Brady explora como poucos). Tom ainda não foi interceptado em Super Bowl quando o adversário mandou blitz.

É difícil imaginar que Atlanta, com a defesa que tem, conseguirá reduzir o ataque de New England a menos de 20 pontos. Por outro lado…


“RODAPE"

Quando Atlanta tem a bola

Os últimos sete MVPs da NFL que chegaram ao Super Bowl saíram de lá sem o título. O ano passado e Cam Newton são o exemplo mais recente que se tem para essa ingrata estatística. Existe alguma forma de entender isso? De haver senso crítico fora o “eles pipocam”? Andei pensando sobre o assunto e, sim, existe.

Como se sabe, Matt Ryan foi eleito ontem o MVP da temporada regular da NFL. Líder em rating e top 5 em diversas outras estatísticas, o quarterback dos Falcons teve o melhor ano de sua carreira em 2016. Com efeito, é um ano estatisticamente fora da curva, tal qual o dos outros MVPs. Em estatística, existe o fenômeno da regressão à média. É por isso, também, que você ouve falar da Maldição do Madden. O cara que sai na capa do jogo mandou tão bem que é difícil ele reprisar tal atuação.

Por quê? Bom, o caso do Heisman Trophy (troféu dado ao mais extraordinário jogador no College Football) ilustra bem essa situação. A partir do momento que o cara ganha o Heisman, existe uma atenção a mais por parte dos coordenadores (defensivos, em sua maioria, visto que o último defensor que levou o Heisman foi Charles Woodson em 1997 e o MVP da NFL, Lawrence Taylor em 1986). O cara fica em evidência e tira o sono dos técnicos adversários. Se ele não tivesse ganhado o prêmio, talvez os coordenadores fizessem menos para anulá-los. Lamar Jackson não fez nada no bowl game contra LSU. Newton não fez nada contra os Broncos. Manning não fez em 2003 contra os Patriots nos playoffs e assim vai.

Matt Ryan tem a difícil missão de sustentar números absurdos contra a melhor defesa da temporada regular – só nos playoffs, 53-75, 730 jardas, 7 touchdowns e nenhuma interceptação. A secundária, com McCourty e Butler, é capaz de fazer um bom trabalho contra Julio Jones e os outros recebedores de Atlanta. E, quanto ao jogo terrestre, tenho minhas dúvidas se os Falcons conseguirão correr pelo meio; Alex Mack (center) está com a perna quebrada e vai pro jogo mesmo assim. A tendência é que sua atuação, numa posição que necessita de um bom trabalho de pernas, seja menos eficiente do que fora na temporada regular.




Pick: New England 27 x 20 Atlanta 

Com duas semanas para se preparar, tendo a melhor mente defensiva do futebol americano (Bill Belichick), mais um time experiente em termos de Super Bowl – boa parte dele esteve nesse palco há duas semanas – acaba sendo minha escolha. Ademais, não podemos esquecer que ontem tivemos mais um capítulo do Tom Brady’s Angry Revenge Tour: Matt Ryan foi eleito o MVP da temporada e Brady não passou nem perto em termos de votos (até porque foi suspenso por 4 jogos).

Como falamos aqui neste texto, “quilo por quilo”, os Patriots têm um elenco melhor. Racionalmente falando, portanto, tende a ser a pick. Vamos acertar? Bom, errei o XLVIII, acertei o XLIX e o 50. Vamos ver se este será mais um. 😉

Super Bowl LI
New England Patriots (#1, AFC)  vs Atlanta Falcons (#2, NFC)
Houston, Texas. Kickoff: 21:30h 
Transmissão: ESPN (Abre o Jogo a partir das 19:30) e Esporte Interativo.

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