O Los Angeles Rams fez um bom negócio?

Uma troca hoje mexeu totalmente com o Draft de 2016: o Tennessee Titans trocou a primeira escolha geral com o Los Angeles Rams. A informação já foi confirmada pelos Rams e pelos Titans.

O Tennessee Titans cedeu a primeira escolha geral deste ano e suas escolhas de quarta e sexta rodadas. Em compensação, a franquia vai receber a décima quinta escolha geral, duas escolhas de segunda rodada e uma escolha de terceira rodada. Além disso, os Titans também vão receber uma escolha de primeira e outra de terceira rodadas no ano que vem. Aqui você pode encontrar mais detalhes da troca.

A lógica inicial é que os Rams vão buscar o franchise quarterback que tanto falta na sua equipe. Atualmente, no elenco disputavam a vaga de titular Nick Foles e Case Keenum, logo era necessário buscar alguém. A franquia conta com um time talentoso, mas o ataque não funciona devido a falta de qualidade na posição de signal caller.

Confira mais da nossa cobertura do Draft de 2016.

Los Angeles está cedendo muitas escolhas por um quarterback que está longe de ser provado. Como todos eles precisam de trabalho, é preocupante esta troca: alguém vai chegar como o salvador da pátria e vai precisar ser titular desde o primeiro dia. O mais preparado para tal tarefa seria Jared Goff, porém o mesmo não está perto de ser um prospecto como Jameis Winston, Andrew Luck, Cam Newton ou até mesmo o próprio Sam Bradford – os quatro últimos signal callers escolhidos com a primeira escolha geral.

Esta pressão deve ser ainda maior devido a ele ser da Califórnia e a franquia ter acabado de se mudar. Como dá para ver, Goff ser o preferido é a lógica mais consistente, mas pode ser que o escolhido seja Carson Wentz – algo ainda mais arriscado.

Wentz tem habilidades físicas superiores as de Goff, no entanto é extremamente cru e as chances de falhar na liga vão ser maiores por ter que ser titular desde o primeiro dia – ninguém vai trocar tantas escolhas e deixar o seu prospecto no banco. Assim como no caso de Jared Goff, a pressão em seus ombros vai aumentar consideravelmente devido ao valor empregado e a paciência vai ser menor para que ele produza logo em alto nível.

Os Rams poderiam estar pensando em escolher um dos três maiores talentos deste Draft, porém não faria nenhum sentido usar tanto valor em um jogador que não seja da posição mais importante do futebol americano. Seria uma das maiores surpresas da história caso o nome de Jalen Ramsey, Laremy Tunsil ou Myles Jack fossem anunciados na primeira escolha geral deste ano.

Quanto ao valor pago, a primeira sensação é que Los Angeles pagou muito mais do que valia, porém olhando para o retrospecto e para o seu elenco, o valor não é tão absurdo assim. Claro que fica difícil dimensionar agora o quão bem sucedida foi a troca (isto só poderá ser avaliado daqui a três, quatro anos), porém dá para ver que as compensações foram mais justas.

Los Angeles se aproveitou da classe não ter um jogador realmente único, logo o valor da primeira escolha geral diminuiu bastante. Além disso, o Tennessee Titans tem um dos piores planteis de toda a liga – logo seria muito mais vantajoso fazer uma troca do que ficar com a primeira escolha geral, o que diminuiu ainda mais o valor. Por fim, compare com as duas últimas grandes trocas ocorridas no Draft da NFL. Os Bills cederam escolhas de primeira e quarta rodadas de 2015 (e mais a escolha de primeira rodada em 2014) para subir cinco posições e pegar Sammy Watkins na quarta escolha geral de 2014. Já Washington cedeu (para o mesmo Rams!) a sexta escolha geral, mais duas escolhas de primeira rodadas e outra de segunda rodada para subir quatro posições e pegar Robert Griffin III na segunda posição do Draft de 2012.

Sendo assim, ter incluído apenas uma escolha de primeira rodada para subir 14 posições (e, lembre-se, que o topo vale muito!) é um negócio mais justo que estes dois últimos – mesmo incluindo as escolhas de segunda e terceira rodadas. Só que ser mais justo não significa que seja a melhor estratégia. Mesmo os Rams tendo um elenco jovem e qualificado, a história nos mostra que fazer trocas homéricas quase sempre não funciona – vide os casos de Robert Griffin III e Ricky Williams (quem não lembra, o New Orleans Saints trocou seu Draft inteiro por Williams e a sua carreira foi muito decepcionante). Los Angeles arriscou muito nesta troca e este é o típico caso que se der errado todos vão ser demitidos.

Com a troca, toda a estrutura do Draft deve se alterar. Carson Wentz e Jared Goff devem ser as duas primeiras escolhas deste ano – os Browns devem pegar o preterido pelos Rams. Com isso, a escolha do Jacksonville Jaguars deve ficar muito mais valorizada: um dos três maiores talentos da classe vai estar disponível em sua vez – seja Laremy Tunsil, Myles Jack ou Jalen Ramsey. Além disso, as chances de Paxton Lynch sair dentro do top 10 aumentam consideravelmente. San Francisco 49ers e Philadelphia Eagles podem ficar bem interessados no jogador.

Não dá para culpar muito o Los Angeles Rams pela troca. A franquia sabe que tem um elenco qualificado e jovem, logo não teria chances nos próximos anos de ficar em posição de escolher um quarterback. Graças a troca com Washington em 2012, o elenco é bem fortalecido e o valor pago não é tão absurdo a ponto de enfraquecer muito o plantel. Ainda assim, é curioso a atitude de fazer uma troca tão grandiosa por um jogador que ainda precisa se desenvolver melhor.

Novos técnicos precisam de novos quarterbacks; aparentemente novas cidades também precisam de novos quarterbacks.

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