O que fazer com a herança de Chip Kelly?

Não podemos dizer que ele não tentou ou que ele não foi corajoso. Chip Kelly agora é técnico do San Francisco 49ers – mas até o ano passado era o homem em comando em Philadelphia, estando em 2015 responsável pelo time em campo e também pelo Draft e Free Agency.

Tentando implementar sua visão de futebol americano, Kelly acabou sendo bem sucedido nas primeiras temporadas – quando era apenas treinador. Depois que o front office passou a estar sob seu comando, um tornado passou por Philadelphia; vários franchise players foram para a rua e outros vieram para seu lugar – não tendo um caminho tão bem sucedido. LeSean McCoy foi embora, o mesmo ocorreu com DeSean Jackson. O cerne do pensamento de Chip Kelly era de revolucionar a NFL de modo a implementar um conceito clássico do College Football: que os esquemas por vezes superam os talentos. Assim, Chip buscou jogadores que estivessem adaptados ao seu esquema (não sendo, necessariamente, os mais talentosos aos olhos da liga).

O técnico foi embora, demitido; Os jogadores, cujos contratos obviamente não seriam de apenas um ano – salvo uma ou outra exceção, as quais trataremos em seguida – ficam. Geralmente o axioma “novos sistemas, novos quarterbacks” é verdadeiro. No caso do Philadelphia Eagles de 2016, poderemos ver um “novos sistemas, novos jogadores”.

franchise tag em Sam Bradford seria….

Uma das coisas mais absurdas da história do Futebol Americano. Para quem não está acostumados aos termos, a franchise tag é uma manobra de exceção à Free Agency; Se um dado jogador estiver para se tornar agente livre, um time pode lhe designar como Franchise Tag (algo como “etiqueta de jogador importante para os rumos da franquia). Isso faz com que um contrato de um ano lhe seja oferecido em valores não menores à média dos cinco maiores salários da posição no ano em que ele seria agente livre (ou seja, 2016).

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Pois bem. Sam Bradford, um dos últimos a chegar ao elenco do Philadelphia Eagles em vias Kellyescas (troca com o Los Angeles Rams), tem seus últimos dias de contrato agora em março. Ele se tornaria agente livre após isso. Mesmo que ele seja titular, talvez não seja bem o cara que Doug Pederson iria querer em seu sistema West Coast Offense – Bradford é mais um quarterback de spread. Ou os Eagles colocam a franchise tag nele (e isso seria um completo absurdo, dado que lhe daria um contrato de 20 milhões de dólares), ou tentam um contrato diferente (o que pessoalmente também não gosto) ou então ele vai pra rua. A última opção, considerando que o quarterback é o espírito do time – e que Jeff Lurie quer se livrar dos fantasmas de Chip Kelly – parece a mais plausível. O problema é quem viria para o lugar.

O que fazer com DeMarco Murray?

Após ser o melhor running back da NFL em 2014, DeMarco Murray optou por não renovar com o Dallas Cowboys – ele se juntou ao spread dos Eagles e a Sam Bradford, que fora seu companheiro de quarto nas viagens de Oklahoma quando ambos jogavam pelos Sooners no mesmo sistema. Bom, acabou não dando tão certo. Kelly implementou um rodízio de running backs que implodiu os números de Murray.

A maior probabilidade é que Murray fique nos Eagles. Caso cortado, haveria um hit (em tradução livre, dinheiro preso) de 13 milhões de dólares no teto salarial de Philadelphia. Considerando que Pederson gosta de correr com a bola em formações I/singleback (coisa que fazia em Kansas City quando era coordenador ofensivo de Jamaal Charles), a tendência é que haja, inclusive, uma possibilidade de que DeMarco volte a jogar bem. Ao menos uma coisa boa veio do rodízio: ele sofreu poucos tackles, então pode entrar forte em 2016 (da mesma forma que ocorreu com Adrian Peterson após ser suspenso e não jogar em 2014, guardadas as proporções).

E a formiga atômica?

O que fazer com Darren Sproles? O ex-jogador do New Orleans Saints, que veio para os Eagles via troca, terá em 2016 seu último ano de contrato – mas seu salário conta muito para o teto, são 4,5 milhões de dólares a receber. Considerando que ele fará 33 anos antes da temporada começar (e isso é muito para um running back nos termos atuais). Considerando que a West Coast Offense por vezes utilize passes para running backs, o último ano de Sproles pode ser bastante prolífico – mas é improvável que ele tenha o contrato renovado após 2016.

maxwell

Legion of Maxwell

Na tentativa de revitalizar sua defesa, Chip Kelly contratou Byron Maxwell na Free Agency 2014-2015. Obviamente o contrato não seria de apenas um ano, então ao menos para 2016 os Eagles estão presos a ele – Maxwell contaria 13,3 milhões de dólares em “dinheiro preso” no teto salarial mesmo sequer estando no time. Sabendo que o novo coordenador defensivo, Jim Schwartz, gosta de jogadores agressivos em campo (no bom sentido), Maxwell pode ter um ano bem melhor do que teve em 2015 – não da mesma forma dos temos de Seattle Seahawks, mas ainda sim.

O amor de Chip Kelly a Oregon produziu frutos, o que fazer com eles?

Um dos melhores truques ao (tentar) prever a Free Agency dos Eagles na Era Chip Kelly – ou mesmo o Draft – era apostar que ele iria atrás de jogadores que houvessem jogado por Oregon no College Football. Ou, forçando a amizade, pela conferência Pac 12 (na qual Oregon joga e na qual Chip Kelly fora treinador).

Pois bem, uma das movimentações mais polêmicas de Chip Kelly na intertemporada passada foi a troca de LeSean McCoy por Kiko Alonso, linebacker que jogara com Kelly em Oregon. O cap hit de Alonson não é alto – 1 milhão – então Jim Schwartz pode pensar bem o que quer da vida para a próxima temporada. Conselho: pode ser uma barganha se ele ficar saudável.

E para terminar, sabe quem é o único quarterback dos Eagles com contato para 2016?

Com certeza você pensou em Mark Sanchez, né? Sim, você acertou. A chance de Sanchez – trocadilhos a a parte – de ir para a rua são acima da média: ele contaria 5,5 milhões para o teto salarial e caso seja cortado, apenas 2 milhões seria “dinheiro preso” (o que daria uma economia de 3,5 milhões de dólares, alta para a posição de quarterback.

A ida de Sanchez para a rua está em função de Sam Bradford e do Draft. Existe a possibilidade dos Eagles irem atrás de um quarterback nas duas primeiras rodadas. Se isso acontecer e Bradford ainda estiver no elenco, Mark Sanchez seria cortado (obviamente antes do Draft, caso seja o plano). Caso Sam Bradford se torne agente livre, Sanchez seria retido como “seguro” para o desenvolvimento de um quarterback – ironicamente o que Doug Pederson, agora técnico, foi para os Eagles quando a franquia draftou Donovan McNabb em 1999.

Ainda há alguns outros jogadores com futuro pendente – seja em médio ou longo prazo. Marcus Smith, DeMeco Ryans, Jason Peters são alguns deles. Saberemos em breve – ou nem tanto – como as coisas se desenvolverão na Cidade do Amor Fraterno (sim, é isso que significa o nome da cidade, philos é amor e adelphos é irmão, hehe).

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