O que muda para Luck agora que ele é um homem de 140 milhões de dólares?

No último dia 29 de junho, Andrew Luck, primeira escolha geral do Draft de 2012, fez história ao estender seu contrato com o Indianapolis Colts até 2021. Ao todo, o novo vínculo renderá um total de 140 milhões de dólares ao quarterback, com 87 milhões garantidos e uma média salarial anual de 23,3 milhões. Estes números o transformam no jogador da NFL mais bem pago de todos os tempos, superando os 126 milhões totais do acordo de Jay Cutler com os Bears, os 65 milhões garantidos de Eli Manning e a média anual de 22,1 milhões de Joe Flacco.

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Embora Luck esteja vindo de uma temporada ruim, marcada por lesões e atuações fracas, a gigantesca renovação não foi exatamente uma surpresa para ninguém. Quase todo mundo imaginava que mais cedo ou mais tarde ele assinaria o maior contrato da história da liga, por conta de tudo que já fez com a camisa dos Colts e o seu imenso potencial como franchise quarterback para o futuro.

Aos 26 anos de idade – ele completará 27 no próximo mês de Setembro -, Luck virou um homem de 140 milhões de dólares. Pode parecer óbvio dizer isso, mas não custa lembrar que agora as cobranças e as responsabilidades serão ainda maiores, afinal Andrew não é mais um jovem recém saído de Stanford lutando pelo seu espaço na NFL. Deste modo, vale a pena analisarmos as mudanças que devem ocorrer com o quarterback e com os próprios Colts a partir da assinatura do novo vínculo.

Indianapolis precisa proteger Luck melhor, porém ele tem que ajudar e ser mais responsável

A principal mudança de todas deve ser o cuidado redobrado com a saúde Luck. Ora, se você possui um bem valioso, a coisa mais natural do mundo é tomar precauções para que nada de ruim aconteça com ele. No caso de um quarterback, isso significa protegê-lo da melhor maneira possível das pancadas dos jogadores adversários.

Há algum tempo os especialistas apontam a linha ofensiva como um dos piores setores dos Colts, porém a franquia mesmo assim insistia em negligenciar o grupo – como aconteceu, por exemplo, durante o Draft de 2015. Curiosamente, nas temporadas passadas o time não ficou no topo do ranking de sacks cedidos, mas, por outro lado, sempre ficou entre os primeiros quando o assunto é quarterbacks hits: 2º em 2012 (116), 3º em 2013 (109), 4º em 2014 (107) e 2º em 2015 (118). Na verdade, desde que entrou na liga, Luck é o quarterback com mais hits sofridos (375), à frente de Ryan Tannehill (364), Matt Ryan (354) e Russell Wilson (349). Estas estatísticas revelam que os signal callers de Indianapolis apanharam bastante recentemente e a linha ofensiva, na maioria das vezes, falhou na sua missão de protegê-los – não por acaso, Andrew Luck e Matt Hasselbeck se machucaram em 2015.

Os Colts aparentemente enfim tomaram ciência do problema e buscaram reforçar as trincheiras no último Draft, gastando suas escolhas de 1ª e 3ª rodada respectivamente no center Ryan Kelly e no offensive tackle Le’Raven Clark. Ademais, contrataram Joe Philbin, ex-técnico de Miami, para ser o novo treinador da linha ofensiva. Tais medidas são passos importantes na tentativa de melhorar a proteção de Luck, deste modo o mantendo saudável e assim evitando que o cenário trágico de 2015 se repita.

O quarterback, entretanto, também precisará colaborar e ajudar a franquia. Luck é o tipo de jogador que não foge do contato físico e não tem medo de pancadas – este vídeo dos tempos de College ilustra bem o que queremos dizer. Se por um lado isso impressiona os torcedores, pois é sempre empolgante ver um quarterback fazendo o “trabalho sujo”, por outro o expõe constantemente ao risco de sofrer lesões. Para quem não se lembra, Luck dilacerou o rim durante um scramble feito contra os Broncos, na semana 9 de 2015. Ao invés de ir para o slide, Andrew encarou a defesa de Denver buscando ganhar algumas jardas a mais, levou um tackle forte na altura barriga e ficou fora de combate por todo o restante do ano. Além disso, outra situação bastante comum é vermos o signal caller segurando demais a bola enquanto espera seus recebedores se desmarcarem, desta maneira fazendo o passe apenas no último segundo possível e sendo atingido logo em seguida – algo que contribui para o número de hits sofridos.

Muitas pessoas dão risada quando Tom Brady evita o contato físico com os adversários, porém ele está sendo responsável, já que uma eventual contusão pode simplesmente acabar com a temporada dos Patriots. Luck precisa começar a ter a mesma percepção, sobretudo agora que é um homem de 140 milhões de dólares. Ao se arriscar, obviamente sua intenção é ajudar Indianapolis, seja com jardas extras ou touchdowns, mas as vezes fazer o slide ou jogar a bola fora é a opção mais sensata. O próprio head coach Chuck Pagano já afirmou que ele não pode continuar “jogando como um linebacker“.

A tolerância com erros primários será ainda menor do que já era

É inegável que Luck é um ótimo quarterback e vem evoluindo desde 2012, contudo ele continua com alguns vícios da sua época de calouro. Além de se expor fisicamente, outra característica negativa é o seu costume de forçar passes que ocasionam turnovers. Separamos um lance do duelo contra os Titans, na semana 3 de 2015, como exemplo. Completamente pressionado e correndo para trás, Andrew lançou a bola de qualquer jeito na direção de um recebedor dos Colts marcado por vários adversários. O resultado não poderia ser diferente: interceptação – novamente o mais sensato seria jogar a bola fora.

A partir de agora, Luck será cada vez mais cobrado para que não tome outras péssimas decisões iguais esta, haja vista estar sendo remunerado como um jogador de elite da NFL. Uma linha ofensiva teoricamente mais sólida e capaz de lidar melhor com a pressão do pass rush adversário com certeza o ajudará.

Assim como acontece com grandes poderes, grandes contratos também trazem grandes responsabilidades. Russell Wilson assinou um acordo multimilionários com os Seahawks em 2015 e em seguida teve a temporada da sua vida, a qual o colocou no seleto grupo de melhores quarterbacks da NFL. Para apagar a má impressão deixada no ano passado, em que o próprio Luck admitiu não ter atuado bem mesmo antes de se lesionar, o signal caller de Indianapolis precisará fazer algo parecido em 2016.

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